Já o diesel, segundo a entidade, está alinhado com o preço de importação e tem garantido negócios, segundo Araújo, principalmente com o diesel russo.
A Petrobras reajustou o diesel há 19 dias e mantém o preço da gasolina congelado há 41 dias. Já a Acelen, controladora da Refinaria de Mataripe, na Bahia, privatizada no ano passado, faz reajustes semanais e, na última quarta-feira, reduziu a gasolina em R$ 0,18 o litro e o diesel em R$ 0,007 o litro.
De acordo com a Abicom, o preço médio da gasolina no Brasil está 7% abaixo da paridade de importação (PPI), chegando a 9% no polo de Araucária (PR) e 6% em Aratu (BA). Para atingir a paridade, a Petrobras poderia aumentar a gasolina em R$ 0,25 por litro no mercado interno.
“Poderia haver um pequeno aumento no preço da gasolina, mas não acredito que a Petrobras vá fazer isso agora com toda a pressão sobre os preços da Petrobras”, avalia Araújo.
Segundo ele, o que vai acontecer com a política de preços da estatal após a AGO ainda é um mistério, e a interferência do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, na semana passada, não ajudou no debate sobre o assunto. Silveira afirmou na quarta-feira, 5, que os preços da estatal não seriam mais atrelados ao mercado internacional, mas a um preço “interno” dos combustíveis. A teoria segue a determinação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, de “abrasileirar” os preços da estatal.
“A política da Petrobras continua uma incógnita e ainda teve esse posicionamento indevido do ministro da Minas e Energia que piorou as coisas. Não acredito que vai haver modificação até que tenha de fato a reunião do novo Conselho”, diz o executivo.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, tem confirmado a intenção de acabar com o PPI, política implantada em 2016 no governo de Michel Temer e mantida pelo governo Bolsonaro. Prates defende preços que garantam a competitividade da estatal no mercado, levando em conta diferenças regionais.