A partir deste mês, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) começa a divulgar análises sobre a movimentação de carga e os preços de frete no Maranhão em seu Boletim Logístico mensal. Pela pesquisa realizada na edição de março, cerca de 90% da produção maranhense de soja é exportada, sendo a China o principal destino (65%) e o restante destinado à Europa, América e outros países. Já a logística de fretes é direcionada essencialmente partindo das regiões produtoras para o porto do Itaqui. Com relação ao milho, a destinação é bastante diversificada, abastecendo tanto o mercado interno (estados do Pará, Ceará, Pernambuco, Sergipe, entre outros), quanto o mercado externo, com a China passando a ser um novo local de destino com grande potencial.
Segundo o Boletim, no município de Porto Franco/MA, encontra-se o Terminal Multimodal, responsável por receber parte da produção de grãos e embarcá-la por transporte ferroviário até o Porto do Itaqui. Os preços de frete permanecem estáveis desde janeiro, porém, prevê-se aumento em torno de 5% a 10%, devido ao avanço da colheita no estado e o aceleramento dos transportes de grãos. Além disso, o início do período de chuvas comumente agrava a estrutura das vias de escoamento, o que possibilita a ocorrência de avarias nos veículos e retarda o tempo de percurso.
Além do Maranhão, o Boletim Logístico da Conab contém dados coletados nos estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Piauí e Tocantins, e no Distrito Federal. A pesquisa de transporte no estado de Goiás, por exemplo, mostrou que as demandas por fretes do entorno de Rio Verde foram muito baixas. Apesar dos preços favoráveis aos transportadores, alguns relataram que esses meses iniciais da safra representam os piores momentos dos últimos anos, em termos de demanda por caminhões na região.
Já os preços dos fretes com origem no Distrito Federal, em fevereiro deste ano, aumentaram em todas as praças pesquisadas. A variação oscilou entre 9% (na rota para Uberaba/ MG) e 5% (na rota para Santos/SP), na comparação com o mês anterior. Os volumes de embarques no período seguem tendência de alta. No Paraná, as culturas de milho e soja também tiveram acréscimo nos valores do frete, reflexo da intensificação das colheitas. A exceção foi o milho cultivado na região de Toledo com destino a Paranaguá, que apresentou pequena baixa na oferta em função da quantidade produzida e comercializada da nova safra. A Bahia seguiu a tendência, com o incremento nas cotações de fretes na maioria dos destinos. A mamona permanece como principal produto escoado na praça de Irecê e, em segundo lugar, estão os hortifrútis. Em ambos, a demanda apresentou pequenas alterações em relação ao mês anterior.
Outros estados apresentaram alta nas movimentações do mercado de fretes em fevereiro. No Piauí, o aumento é justificado pelo início da colheita de soja nas áreas destinadas ao plantio do milho segunda safra, e pela ampliação nas operações de comercialização de grãos. Em Minas Gerais, a intensificação do período chuvoso acarretou atrasos na colheita da safra de soja. Mas a partir deste mês de março, a previsão é que haja um aquecimento significativo no mercado de fretes, inclusive com a possibilidade de gargalos logísticos em alguns dos corredores onde há fluxos elevados de caminhões. No Tocantins, o maior reajuste no frete rodoviário verificado foi no trecho de Pedro Afonso/TO a Palmeirante/TO, com mais de 60% em relação ao mês anterior, motivado pela alta demanda na retirada da soja diretamente das lavouras.
Logística Nacional – Nesta edição, as análises do Boletim Logístico mostram que os volumes das exportações brasileiras de soja atingiram 5,20 milhões de toneladas em fevereiro deste ano, contra 840 mil toneladas do mês anterior e 6,27 milhões em igual período de 2022. O aumento em relação aos números de janeiro teve influência em parte pela ausência da Argentina como importante player nas exportações de farelo e de óleo de soja nesta temporada, o que renovou as expectativas por uma maior demanda pelos derivados brasileiros, além dos grãos, e impulsionou as exportações nacionais, registrando incremento de 6,2 vezes os quantitativos alcançados no mês anterior.
Em sentido inverso, as exportações de milho no mesmo período atingiram 2,28 milhões de toneladas, volume menor que o recorde observado no mês de janeiro, que foi de 6,17 milhões de toneladas. De acordo com o Boletim, estima-se que este movimento sinalize uma tendência para este exercício, a partir do fortalecimento da demanda interna pelo cereal, que vem apresentando crescimento significativo, com destaques na expansão da produção de etanol de milho, confinamento e produção de proteína animal.
Confira a análise completa do Boletim Logístico – Março/2023, disponível no site da Companhia.
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