No começo isto era tudo mato”… costumam afirmar textos com humor, para demonstrar a evolução de tais e tais produtos, serviços e, também, ecossistemas.  Seria exagero dizer isto do mercado de capitais e das antigas áreas de Relações com o Mercado das companhias brasileiras no final do século passado. A estrutura de uma companhia aberta, por exemplo, era bem mais simples mas… companhias maduras já melhoravam seu “Disclosure”, tema que a revista RI discutiu na edição de número 1 como pauta principal. 

– Eu vou trazer a área de relações com investidores para o Brasil – disse-me, certa vez, Ronaldo Nogueira, reconhecidamente um dos pioneiros em vários segmentos do mercado de capitais brasileiro. Depois de me explicar a diferença entre as relações com investidores que trazia do exterior e as relações com o mercado que se praticava no país, emendou: ”E vou lançar uma revista!”. Eu me ofereci prontamente para colaborar com ele, mas confesso que fiquei pé atrás com a ideia de fazer uma revista mensal, quanto mais focada em um tema tão singular. O meu ceticismo era produto do conhecimento do mercado editorial que volta e meia lançava algum título e muito raramente (mas muito mesmo) de vida longa. 

Encerrando a conversa, Ronaldo completou: vou te apresentar meu filho, Ronnie, que vai tocar a revista comigo. Desde esta conversa com o capitão do time Ronaldo Nogueira se passaram 25 anos. Visionário, empreendedor e profissional de alto quilate que frequentava as melhores rodas de conversa em Wall Street, Nova York, o tempo mostrou que ele estava coberto de razão. O mercado amadureceu, criou novos e sofisticados produtos de governança, abriu espaço para o ESG (práticas ambientais, sociais e de governança) e hoje está pronto, com uma comunicação rápida e eficiente. 

E essas palavrinhas mágicas, “ comunicação rápida e eficiente”, tem tudo a ver com as mídias que foram surgindo para dar suporte e explorar melhor este grande movimento, que nasceu com o foco em governança.  Em 1997 criou-se o Ibri (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores), em 98 surgiu a revista RI, logo em 2000 o site Acionista – hoje transformado em um vigoroso e completo Portal e cuja história oportunamente contaremos –, em 2001 o primeiro curso sobre Relações com  Investidores do país (parceria Ibri e Fipecafi) e em 2015 – para resumir – o reconhecimento da atividade de RI como profissão pelo  pelo Ministério do Trabalho na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).

“O mercado de capitais brasileiro passou por uma verdadeira revolução ao longo das últimas décadas, com um aumento 

substancial da sua capacidade de alavancar a economia brasileira, sofisticando-se em produtos e governança e democratizando o acesso a fontes de capital e a alternativas de investimentos. A Revista RI não foi somente testemunha desta revolução. Ela não apenas relatou a revolução, mas liderou discussões fundamentais para que esta revolução acontecesse”, diz, enfático, o economista Ricardo Amorim, cujo depoimento está nesta edição comemorativa de 25 ANOS da Revista RI que ora circula. Trata-se da publicação brasileira mais longeva focada no mercado de capitais brasileiro em seus 25 anos ininterruptos..

O publisher Ronnie Nogueira destaca os desafios enfrentados durante a trajetória da revista. “Cada edição é um novo desafio e tem uma história particular. O mercado de capitais é muito dinâmico e buscamos sempre antecipar tendências e trazer ideias e soluções. Têm pautas que entram praticamente no fechamento da edição”, afirma ele, sem medo de errar. De fato, a revista volta e meia antecipa tendências em suas pautas. A seriedade e independência da publicação (parceira de longa data do Portal Acionista) a trouxe até aqui. E que novos ventos a levem para bem mais longe na história. Ao Ronnie Nogueira, os nossos sinceros cumprimentos.

SINERGIA

O secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Jorge Lima, participou de reunião no último dia 9 com o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), entidade que representa 8 mil indústrias e tem 42 regionais no estado. Houve convite para uma agenda permanente de trabalho para ajudar na elaboração de políticas de reindustrialização em solo paulista.

Rafael Cervone (Ciesp) comentou que a geração de empregos e de renda serão dois dos principais pilares da economia do governo de São Paulo e que o diálogo com a iniciativa privada está aberto. 

ENERGIA

Alunos do SESI (Serviço Social da Indústria) de Barra Bonita (SP) desenvolveram projeto inovador visando a redução do consumo de energia em até 30%… 

LIXO

O Brasil produz 65 milhões de toneladas de lixo por ano – constata o boletim da Fiesp –, sublinhando que a regionalização do serviço por meio de consórcios é uma boa alternativa para o setor.

“S” EM DESTAQUE

A maior favela de São Paulo, no bairro do Heliópolis, ganhou mais um projeto de peso, com a participação firme de companhias abertas como Itaú, Sabesp e a B3 (Bolsa de Valores do Brasil). Durante encontro com empresários e autoridades locais, o Instituto Baccarelli anunciou a construção do Teatro Baccarelli.

O evento, realizado na B3, marcou o lançamento do projeto de captação de recursos, aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura, que já tem apoio das companhias acima citadas, com aportes de R$ 37,4 milhões. O percentual (20% do total do projeto) já é o suficiente para garantir o início das obras na maior favela da cidade.

O diretor executivo do Instituto Baccarelli, Edilson Ventureli, classificou o teatro como “um futuro pólo cultural para toda população de São Paulo” e, também, como um espaço de transformação humana para a comunidade de Heliópolis, ajudando a combater a violência doméstica e a evasão escolar na comunidade. 

MULHERES

O livro “Mulheres ESG”, lançado nesta semana que passou, esgotou! Assim haverá um “replay” do evento. Será no dia 20 deste mês, às 19h, na Livraria Cultura. Portanto, se você perdeu o primeiro e quer ter um belíssimo exemplar autografado, corre lá.

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