Empreendedorismo feminino é o conjunto de negócios idealizado, comandado ou fundado por mulheres, incluindo empresas com liderança feminina. E esse é um movimento que cresce no mundo inteiro. Fruto do avanço na garantia dos direitos femininos e no caminho à equidade entre homens e mulheres.

Visão empreendedora do país

 Segundo o Sebrae, no Brasil, há 9,3 milhões de mulheres à frente de um negócio, sendo que 45% delas são chefes de família, ou seja, são responsáveis pela principal, muitas vezes única, renda de seus lares. 

Em comparação aos homens empreendedores, elas têm escolaridade 16% superior, mas, mesmo assim, seus negócios faturam 22% menos. Em 2018, por exemplo, os empreendedores brasileiros registraram um rendimento mensal médio de R$ 2.344,00, e as empreendedoras faturam, em média, R$ 1.831,00 mensalmente.

Uma pesquisa realizada pelo GEM (Global Entrepreneurship Monitor) em 2019, revelou que 39% da população adulta brasileira estava envolvida na gestão de um empreendimento, levando o país a um total de mais de 53,4 milhões de empreendedores, desses, 47% eram mulheres. Contudo, enquanto o número de empreendedores homens e mulheres se igualam na fase inicial (primeiros anos do empreendimento), o país sofre de uma queda na presença feminina na fase mais consolidada do negócio. Apresento a seguir mais alguns dados sobre os desafios do empreendedorismo feminino:

  • A taxa de mulheres que começam a empreender por necessidade (44%) é maior que a dos homens (32%);
  • Mulheres donas de negócio ganham 22% a menos que os homens donos de negócio;
  • Uma parcela expressiva de empreendedoras trabalha no domicílio (diferente dos homens empreendedores);
  • Seus negócios empregam menos em média;
  • Mulheres empreendedoras tomam ou têm acesso a menos empréstimos nos bancos;

Importância de estimular o empreendedorismo feminino

O empreendedorismo feminino colabora para a construção de uma sociedade mais justa, reduzindo as diferenças entre oportunidades de ascensão na carreira para homens e mulheres. Assumir o próprio negócio é uma forma de empoderamento para as mulheres e um ganho indiscutível para a sociedade.

O empreendedorismo feminino também tem o poder de  reestruturar o presente e construir novos alicerces para o futuro. Ao empreender e assumir o papel de líder no cenário corporativo, a mulher reconfigura sua posição no âmbito familiar, apropriando-se de uma função que, antes, era amplamente dominada por homens: o protagonismo na renda domiciliar. Com isto, passa a ter muito mais autonomia para tomar decisões em sua vida.

Quando mulheres alcançam essa autonomia financeira, não precisam mais se submeter a relacionamentos abusivos e violentos, pois não dependem mais de terceiros para se sustentar.

Instituições que estão investindo no empreendedorismo feminino no Brasil

O Itaú Unibanco emitiu R$ 2 bilhões em letras financeiras no mercado local, com recursos voltados para apoiar o empreendedorismo feminino no Brasil. É a maior emissão destinada ao tema de gênero no país.

Os recursos serão voltados para pequenas e médias empresas controladas por mulheres. Pelo menos 10% do volume total será destinado às regiões Norte e Nordeste. 

O Daycoval captou em 2021 mais US$ 151 milhões (ou cerca de R$ 800 milhões) para financiar pequenas e médias empresas lideradas por mulheres ou localizadas em regiões carentes do país, num aporte de quatro investidores internacionais coordenado pela International Finance Corporation (IFC). 

Criada em 2010 por Ana Fontes, a Rede Mulher Empreendedora (RME) reúne mais de 750 mil participantes, entre pequenas e grandes líderes de negócios. Entre os serviços oferecidos estão parcerias de divulgação, curadoria de conteúdo, consultorias, patrocínio de eventos, elaboração de programas de capacitação, eventos, projetos especiais, propaganda e community manager. Em 2020, a rede chegou a captar R$ 40 milhões para promover iniciativas de geração de renda para mulheres.

Lançado nos anos 2000, o Fundo Social Elas pretende promover e fortalecer o protagonismo das mulheres mobilizando e investindo recursos em suas iniciativas. Ele é considerado o único fundo independente no Brasil voltado exclusivamente para a causa feminina.

Até Breve!

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