Já na Diretoria de Fiscalização, Paulo Souza deve ser reconduzido ao cargo, após cogitar não renovar o mandato por problemas de saúde.
Os mandatos de Serra e Souza se encerram em 28 de fevereiro. Pela lei de autonomia do BC, há possibilidade de renovação, mas o diretor de Política Monetária já sinalizou que não deve usar essa opção.
Para sua cadeira, alguns executivos de mercado foram sondados e demonstraram preocupações com a política fiscal e com a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de criticar a autonomia da instituição e o patamar da taxa de juros no País.
Entre os nomes de mercado, o do economista Sandro Mazerino Sobral, atualmente diretor do Santander, é apontado como um dos cotados para o posto.
O economista-chefe do UBS BB, Alexandre Ázara, também figura como um dos candidatos para a cadeira na Política Monetária. Mas, segundo pessoas que acompanham as discussões, ainda não houve convites.
Mendes, por sua vez, é respeitado entre os pares do BC no mercado e entende o funcionamento da Diretoria de Política Monetária e os desafios do cargo.
‘Nova cara’
Segundo interlocutores, a ideia é que o presidente do BC e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conversem sobre a indicação. Campos Neto defende que a escolha seja em consenso, mas o governo quer um nome novo que possa começar a mudar a “cara” do Comitê de Política Monetária (Copom), responsável pela definição da taxa básica de juros.
Já Souza, com a saúde restabelecida, deve ficar mais quatro anos no posto e não precisará ser sabatinado pelo Congresso. À frente da diretoria, ele liderou as mudanças no processo de supervisão e fiscalização, com o Comitê de Decisão de Processo Administrativo Sancionador (Copas) e a criação dos termos de compromisso.
A diretoria de Fiscalização é historicamente ocupada por servidores de carreira, e o nome de Souza não deve sofrer resistências no Ministério da Fazenda.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.