A Copasa registrou no 3T19 um lucro líquido de R$ 193 milhões, 53% superior ao lucro de R$ 126 milhões do 3T18. Acima das nossas projeções com destaque para: (i) o incremento dos volumes comercializados; (ii) o aumento de preços em função do reajuste médio autorizado; e o (iii) melhor resultado operacional dado a redução dos custos e despesas. Some-se a isso, menor despesa financeira líquida entre os trimestres comparáveis e a constituição de provisão de R$ 16,1 milhões objetivando acordo e finalização de uma ação judicial.
As perspectivas apontam para uma melhora de eficiência reflexo do adequado controle de custos e despesas. Atentar que a Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou o novo Marco Regulatório de Saneamento, que deve ser apreciado pelo Congresso este mês de novembro. No caso da Copasa, uma eventual privatização “sempre lembrada” passa por alteração da Constituição Estadual de Minas. Sinalizando que temos um bom caminho a percorrer, caso o governo do estado tome essa decisão. Não trabalhamos com esta hipótese, no momento e seguimos com recomendação de COMPRA e Preço Justo de R$ 75,00/ação (potencial de alta de 11,1%).
Ao preço de R$ 67,49/ação (valor de mercado de R$ 8,6 bilhões), as CSMG3 registram alta de 12,8% este ano. Os múltiplos apontam para um P/L de 13,1x e VE/EBITDA de 6,7x para 2019.
Destaques do trimestre
Em base anual a receita líquida do 3T19 cresceu 16,2% para R$ 1,2 bilhão, reflexo (i) do incremento no número de economias de água (+1,5%) e de esgoto (+3,5%); (ii) do reposicionamento tarifário médio de 8,38% (pro rata em agosto e integral a partir de set/19); e (iii) do aumento de 4,0% no volume por economia de água e esgoto, por maior período de dias de consumo no trimestre.
Os custos e despesas registraram queda de 1,4% somando R$ 851 milhões. Notadamente em função da queda de 6,0% dos custos administráveis, que compensaram o crescimento de 10,1% dos custos não administráveis. Com destaque para o incremento de 2,2% dos custos com energia elétrica e a alta de 26,7% de material para tratamento.
Na linha de outras despesas operacionais ressalte-se o incremento de 42% para R$ 53 milhões, principalmente em função de pagamento e provisão não dedutível, no valor total de R$ 31 milhões.
Nesse contexto o EBITDA do 3T19 alcançou R$ 458 milhões, com alta de 32% em relação ao 3T18 (R$ 347 milhões). A margem EBITDA elevou-se de 30,8% para 37,2% entre os trimestres.
O resultado financeiro veio melhor, passando de uma despesa financeira líquida de R$ 42 milhões no 3T18, para despesa financeira líquida de R$ 39 milhões no 3T19.
Nos 9M19 a companhia realizou investimentos consolidados de R$ 482 milhões, dos quais R$ 28 milhões realizados pela controlada Copanor. Para 2019 estão previstos investimentos de R$ 786 milhões, sendo R$ 750 milhões para a Copasa MG e R$ 36 milhões para a Copanor.
Para os exercícios de 2020 a 2023, estão previstos R$ 800 milhões para cada ano na Copasa e R$ 40 milhões na Copanor. De acordo com a companhia, “esse Plano encontra-se em processo de revisão, sendo que a aprovação pelo Conselho de Administração ocorrerá até o final de 2019, quando será oportunamente divulgado ao mercado”.
Reiteramos que a boa geração de caixa, aliada ao aumento de lucratividade, sustenta grande parte das necessidades de investimento da companhia. Tem adotado uma maior cautela e seletividade na estruturação e avaliação dos projetos, com foco na qualidade e retorno.
Ao final de setembro de 2019 a dívida bruta da companhia era de R$ 3,4 bilhões com cupom médio de 6,6% ao ano, sendo 89% no longo prazo e 10% em moeda estrangeira. A dívida líquida somava R$ 2,9 bilhões, equivalente a 1,8x o EBITDA e se compara a R$ 3,3 bilhões em dez/18 (2,2x o EBITDA).