Estamos começando o mês de novembro com o pé direito nos mercados externos. Em outubro, a Bovespa fechou com alta de 2,36% e acumulou valorização em 2019 de 22,0%, o que não é nada mau. Mais para o final do período, foi possível observar o retorno dos investidores estrangeiros alocando recursos na Bovespa e isso é bastante positivo diante das saídas líquidas de 2019 de quase R$ 30 bilhões (já foi maior).
Hoje, mercados no exterior começando novembro bem positivo, com Ásia em alta (exceto Tóquio), Europa também em boa alta nesse início de manhã e futuros do mercado americano no campo positivo. No Brasil, é possível o retorno para o patamar de 108.000 pontos, o que seria bem oportuno para gerar consistência, mas a agenda cheia do dia pode guardar surpresas (positivas ou negativas).
No Japão, durante a madrugada foi anunciado o PMI industrial de outubro em queda para 48,4 pontos, o que significa contração da atividade, e vindo de anterior em 48,9 pontos. Esse foi o motivo da fraqueza da Bolsa de Tóquio. Na China, ao contrário, o índice PMI industrial de outubro (Caixin) mostrou expansão para 51,7 pontos, vindo de anterior em 51,4 pontos, no maior patamar em 32 meses e explicando o bom humor da Bolsa de Xangai com +1,00%. Além disso, o PBOC (Banco Central Chinês) ampliou o volume de crédito concedido em outubro para apoiar investimentos em infraestrutura.
No Chile, continuam as manifestações públicas por melhores serviços sociais. Já na Argentina, o banco central anunciou medidas para reforçar o controle cambial e continua o receituário de eventual default da dívida. A surpresa ficou por conta do PMI industrial do Reino Unido de outubro que subiu para 49,6 pontos (anterior em 48,6 pontos) e isso traz valorização para a libra no mercado internacional.
No mercado, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 0,37%, com o barril cotado a US$ 54,38. O euro era transacionado em leve queda para US$ 1,115 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 1,70%, em alta. O ouro em queda e a prata em alta na Comex e commodities agrícolas com comportamento misto.
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No Brasil, o presidente Bolsonaro disse que seu filho Eduardo fala por ele mesmo, isso por conta das declarações envolvendo um novo AI-5. Aliás, tivemos inúmeras manifestações contrárias de políticos, o PT e outros partidos estão entrando com queixa-crime contra Eduardo Bolsonaro.
Já na Arábia Saudita, Bolsonaro diz que os investimentos prometidos para o Brasil de US$ 10 bilhões, seriam destinados em sua maioria para a agricultura. A agenda cheia do dia pode modificar o comportamento dos mercados, mas a expectativa é de Bovespa em alta, dólar ainda forte e juros começando em alta nos vencimentos mais curtos.
Alvaro Bandeira
Economista-chefe do banco digital Modalmais