“Mas como G2?”, pode estar indagando o leitor. “G2 não existe”, ele prossegue. “Você se esqueceu de digitar um 0. O que existe é G20, que por sinal acaba de se reunir em Bali, na Indonésia.”
Só que quando me refiro, ironicamente, a G2 é porque a economia dos demais participantes do Grupo dos Vinte se distanciou tanto dos demais que o que verdadeiramente interessa ao mundo em geral, e ao mercado em particular, são os entendimentos, ou desentendimentos, dos líderes americano e chinês.
No mandato de Donald Trump, os chefes de estado dos dois países trocaram rosnados o tempo todo, rosnados esses que permaneceram durante os primeiros 22 meses da gestão Joe Biden.
Agora, com o encontro sorridente e o aperto de mão caloroso de Joe e Jinping, parece que as arestas estão sendo aparadas.
Um dos assuntos principais é o apoio ou ao menos a abstenção da China no Conselho de Segurança das Nações Unidas quando a invasão da Ucrânia pela Rússia é discutida. Xi Jinping agora deixou claro que condenará enfaticamente qualquer menção de Moscou ao uso de armas nucleares, mesmo que sejam artefatos de pequena potência (bombas táticas) ou bombas sujas, que se limitam a espalhar radiação, como se fossem as consequências de um acidente numa usina nuclear.
Com relação ao comércio entre as duas potências, tudo indica que voltará ao normal, aparadas as arestas existentes, principalmente no setor tecnológico.
Para os mercados, isso é extremamente auspicioso. Trata-se de um problema a menos desde que o mundo foi assolado pela Covid-19, no início de 2020, e mais tarde pela inflação global, o que não acontecia desde a década de 1970.
Um forte abraço,
Ivan Sant’Anna, trader, escritor e colunista na Inv Publicações.
Nota do editor: você já conhece o Inv Streaming? Uma plataforma de educação financeira com diversos conteúdos por um único preço, R$ 27,90. Clique aqui e conheça.