Confira a análise da Ágora referente aos Resultados do Grupo SBF (SBFG3) no 3T22. Nesse sentido a equipe de analistas traz em seu relatório os destaques do semestre e recomenda a compra para as ações da companhia.
Grupo SBF tem avanços estratégicos
A Ágora vê os resultados do Grupo SBF no 3T22 como modestos, dada a contração da receita líquida e da margem, embora acredite que eles terão vida curta à medida que as migrações de ERP e plataforma forem concluídas. Do lado positivo, a expansão da margem bruta da Fisia finalmente mostrou acréscimo de um mix de vendas diretas ao consumidor mais alto, após ser compensado por um cenário de câmbio mais desafiador nos últimos trimestres.
A abertura de novas lojas da Nike também é um avanço estratégico positivo e pode ser um vetor importante para liberar valor no futuro. Em suma, os analistas reconhecem que dois trimestres decepcionantes consecutivos não são um bom presságio para o desempenho de curto prazo do Grupo SBF. Mas consideram positivas as indicações de que a lucratividade pode se recuperar para níveis mais saudáveis no 4T22, enquanto os pilares para aceleração de resultados nos próximos anos permanecem sólidos.
“Assim, mantemos nossa recomendação de Compra e preço-alvo para 2023 de R$ 32,00 enquanto revisamos nossas estimativas para cima (EBITDA +8 a +11% / Lucro Líquido +8 a +16%) dada a evolução positiva das margens. Vemos o valuation como atraente com as ações negociando com múltiplo P/L de cerca de 16x para 2023 e cerca de 11x para 2024″. Disseram os analistas da Ágora.
Um trimestre transitório para o Grupo SBF
De acordo com a Ágora, os números do 3T22 foram pressionados por quatro grandes efeitos:
1) migração do ERP na Centauro, que durou duas semanas no início de julho;
2) mais uma migração de ERP, agora na divisão Fisia;
3) internalização da plataforma digital da Fisia e
4) uma linha de base de comparação forte, dada a concentração de vendas no 3T21 para a divisão de atacado da Fisia, pois os varejistas estavam se abstendo de comprar no 1S21 devido à incerteza do COVID na época.
A empresa estima que todos os efeitos totalizaram 15 p.p. da perda de crescimento da receita líquida no trimestre. Os analistas sinalizaram que é importante ressaltar que a transição do sistema está estabilizada com a recuperação das vendas ao longo do trimestre – o que eles acreditam definir um tom positivo para o 4T22.
Melhor perspectiva de margem para o 4T22
Por fim a Ágora sinalizou que a compressão da margem bruta de -3,40 p.p. da Centauro ocorreu principalmente devido a remarcações em virtude da maior competitividade do mercado. No entanto, esses impactos foram compensados ao longo do trimestre para entregar uma margem bruta estável em setembro, o que também estabelece boas expectativas para o 4T22.
A Fisia registrou uma margem bruta recorde, em parte devido a um mix de negócios de distribuição mais baixo, mas também devido a uma nova estratégia de preços, que foi capaz de compensar os ventos contrários do câmbio. Apesar do aumento da margem bruta consolidada, a margem EBITDA (incluindo IFRS) contraiu 5,90 p.p. devido a maiores despesas gerais, com vendas e administrativas (+32% na comparação anual) e desalavancagem operacional.