As ações das Americanas (AMER3) fecharam o pregão de quinta-feira, 20, em queda de mais de -13% após a divulgação de um novo relatório da XP se mostrando mais pessimista em relação ao e-commerce brasileiro no terceiro trimestre (3T22).
A XP projeta uma retração do GMV (volume bruto de mercadoria) no período, com as lojas físicas não conseguindo compensar a queda nos canais digitais.
Para a margem bruta, o número deve permanecer estável (uma das únicas notícias boas), porém a empresa deve registrar prejuízo líquido no trimestre.
Os fatos além das projeções
Projeções à parte, as varejistas no Brasil devem continuar pressionadas em meio ao cenário macro atual ainda turbulento.
“Apesar das três maiores do varejo (Magalu, Via e Americanas) terem apresentado uma certa melhora em suas margens brutas no último trimestre (mostrando que conseguiram repassar preço no período), a tendência é que as receitas sigam impactadas e o prejuízo permaneça marcando presença nos resultados delas”, avalia Victor Bueno, analista da Nord Research.
Mesmo com a deflação recente no Brasil, o analista diz que os preços dos produtos seguem altos, bem como os juros, o que contribui para comprimir o consumo da população — ainda mais falando de bens supérfluos.
Soma-se a isso a concorrência cada vez maior no varejo digital brasileiro, com o crescimento de empresas internacionais, como Amazon e Mercado Livre, além da entrada de novos players asiáticos — que praticam preços muito menores.
Qual das Big 3 está melhor?
Ainda que as projeções não sejam positivas para a Americanas, vemos que a companhia é a única que vem apresentando crescimento de lucro nos últimos anos, o qual foi impulsionado após a fusão entre a Lojas Americanas e a B2W.
“Com pouca visibilidade de crescimento no longo prazo, as ações da empresa [Americanas] seguem o mesmo caminho de seus pares, amargando fortes quedas desde o ano passado”, observa Bueno.
No ano, inclusive, as ações da Americanas já acumulam queda de -54%.
“Mesmo que a queda das ações de Americanas seja superior a Magalu e Via, o cenário permanece nebuloso para ambas as empresas e também não vemos oportunidades atualmente em suas ações”, conclui o analista.