Com o aumento substancial da participação de micro e pequenas empresas na
participação do PIB brasileiro, após a crise da década de 80, a organização econômica
nacional sofreu uma mudança de panorama.
Diante da mudança estrutural do mercado nacional, as empresas governamentais
passaram a buscar a redução de seus déficits através de cortes de gastos e também em seu
quadro de pessoal, assim como as grandes corporações privadas, também começaram a
produzir mais com menos empregados.
A falta de demanda de empregos gerou um fenômeno: a proliferação de empreendedores,
que disseminaram micro e pequenas empresas, tornando-se desta forma, um importante
meio de geração de empregos e renda na conturbada economia nacional.
A grande característica das empresas de pequeno e médio porte se define basicamente, no
aspecto regionalizado em que ela se insere. Isto porque, sua sobrevivência se estabelece
fundamentalmente, diante da dependência com comunidade local. A localidade é
responsável pelo ambiente favorável ou desfavorável ao sucesso dessas empresas, posto
que as mesmas só se desenvolverão mediante incentivos de financiamentos, articulações
das instituições relevantes de forma favorável à dinâmica empreendedora, à rede de
negócios e demais meios de alavancagem.
Quando se analisa o desenvolvimento local, observa-se que o contexto não é mecânico e
sim, orgânico, ou seja, toda a estrutura regional é personalizada, com características
próprias e particulares. Configura-se desta forma, um sistema aberto com interação
dinâmica entre empresa e meio ambiente direto.
Partindo desta premissa, atenta-se para o fato de que o processo de desenvolvimento local
é endógeno, ou seja, depende da dinâmica empreendida pela comunidade. Baseada nesta
dinâmica se estabelecem os fatores de valorização dos recursos financeiros e materiais
locais, bem como a agregação de valores advinda da aglutinação dos atores locais em
função da dinamização da região.
Na localidade os atores têm nome, sobrenome, um processo altamente personalizado,
envolvendo a comunidade num processo que possibilita o equilíbrio do sistema em que a
empresa está inserida.
O desenvolvimento local exige uma nova base de informação desagregada, que permita
uma análise mais apurada da economia e da realidade social local, bem como novos
indicadores locais de desenvolvimento, que incorporem índices capazes de aferir os
níveis de qualidade de vida e de sustentabilidade alcançados nos diversos momentos do
processo.
Algumas variáveis inerentes à localidade interferem diretamente nas projeções de
desempenho local, a saber:
– Características determinantes do empresariado e grau de competitividade. É importante
verificar o nível do empresariado para poder entender quais as potencialidades e as
carências de atuação neste mercado;
– A quantidade de oferta de demanda industrial local que definem as principais demandas
de produtos industriais no mercado regional;
– Os principais tipos de serviços oferecidos na região, bem como, quais as principais
operadoras destes tipos de serviços no mercado regional;
– Quem são os agentes de fomento de matéria-prima para as empresas locais.
Tais fatores considerados estabelecem a dinâmica que deverá ser apresentada na
formação e no desenvolvimento das empresas, principalmente diante do mercado local,
que posiciona a micro e pequena empresa diante de seu consumidor.
O fortalecimento de micro, pequenas e médias empresas, só se consolidará, a partir do
momento que estas empresas forem criadas com foco e clientela bem delineados,
fortifiquem seu processo gerencial e produzam riquezas para a comunidade onde estão
inseridas.