A Justiça negou liminar para suspensão na distribuição de dividendos antecipados da Petrobras (PETR4). O pagamento da segunda parcela será em 20 de setembro.

O descontentamento da Anapetro…

pedido foi feito pela Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro) e parlamentares em 31 de agosto e a ação foi negada já no dia seguinte.

Os reclamantes pediam que a distribuição de proventos fosse condicionada ao mínimo de 25% previsto no Estatuto Social da Petrobras.

Mas será que o pagamento adicional fere a Política de Remuneração da estatal?

A resposta é não. Segundo o analista de ações, Guilherme Tiglia, o pagamento recorde de dividendos não fere a Política de Remuneração aos acionistas da Petrobras, dada a situação atual da empresa (operacional e financeira). Ou seja, é compatível com a forte geração de caixa por parte da companhia. No entanto, interesses do governo na distribuição não devem ser descartados.

Tiglia entende que o pedido por parte dos minoritários é bastante compreensível, afinal, existem receios sobre o que o novo governo pode fazer em relação à conduta da empresa, pois, dependendo das políticas adotadas, pode afetar os resultados futuros”.

“O risco de interferência política é inerente às ações de estatais”, disse.

Saúde financeira da Petrobras

Apesar das preocupações, a Petrobras segue com uma boa saúde financeira, com alavancagem financeira de meia vez a dívida líquida sobre o Ebitda, e forte geração de caixa.

Nosso analista comenta que a petroleira está com um caixa robusto, muito por conta dos preços internacionais do barril de petróleo observados nos últimos meses.

Desde o início da guerra na Ucrânia, o preço do petróleo atingiu patamares elevados.

Antes do conflito bélico, o preço do barril de petróleo Brent rondava os US$ 93. No auge da guerra, chegou a ser negociado próximo a US$ 140.

Mas, nos últimos três meses, o preço da commodity passou a oscilar com os investidores analisando as condições de oferta e demanda no mercado.

Na semana passada, a cotação chegou a bater US$ 88.

Cotações da Petrobras (linha branca) e cotações do Brent (linha azul). Fonte: Bloomberg

O impacto negativo da baixa do petróleo


O nosso analista destaca que a baixa do petróleo é uma preocupação dos acionistas.

“A queda no preço do barril levanta dúvidas sobre a capacidade da Petrobras em manter a remuneração dos acionistas nos patamares vistos recentemente (não sustentáveis). Ou seja, existe a discussão de que os dividendos serão menores à frente”, pontua Tiglia.

Os preços do petróleo seguem oscilando devido a temores de fraca demanda da China por conta de medidas de bloqueio às atividades relacionadas à pandemia. No entanto, a procura tende a subir devido à temporada de verão nos Estados Unidos e na Europa.

“No caso de PETR, o que podemos afirmar é que como não há crescimento de produção, os resultados da companhia ficam basicamente reféns das cotações da commodity (um fator externo que foge um pouco do controle)”, explica o analista.

Pagamento da segunda parcela

A estatal pagou a primeira parcela de seus dividendos bilionários em 31 de agosto e deve pagar, em 20 de setembro, a segunda parcela dos R$ 87,8 bilhões em proventos, entre dividendos e juros sobre capital próprio, referentes ao segundo trimestre.

De acordo com a estatal, o valor da segunda parcela será o mesmo da primeira: R$ 2,94 por ação ordinária ou preferencial em circulação e R$ 0,42 em juros sobre capital próprio por ação.

Serão contemplados aqueles que detinham papéis da empresa na B3 até o dia 11 de agosto.

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