O lançamento de criptomoedas próprias deu início a uma nova fase da disputa de fintechs e bancos pelo protagonismo no universo cripto.

Grandes empresas como a plataforma de comércio eletrônico Mercado Livre (MELI34) e o banco digital Nubank (NUBR33) estão embarcando nessa tendência global e te explicamos o porquê disso.

Entenda aqui

Mais do que oferecer plataformas de negociação para as criptomoedas existentes, a tendência agora é lançar a sua própria.

Dois dias depois de circular uma notícia de que o Nubank estaria desenvolvendo sua própria criptomoeda, o Mercado Livre anunciou, na última quinta-feira, 18, o lançamento da Mercado Coin, baseada no protocolo ERC-20, da Ethereum.


Criptomoeda do Nubank

Depois de abrir a plataforma para compra e venda de bitcoins e ethereum no Nubank Cripto, a fintech se prepara para lançar a própria moeda digital para correntistas.

Não há muitos detalhes sobre a criptomoeda própria do Nubank, a instituição ainda não divulgou, apenas tem-se em pauta o lançamento dela para 2023.

Criptomoeda do Mercado Livre


Já a Mercado Coin, na plataforma do Mercado Pago, é um token de utilidade, cuja primeira função será o recebimento de cashback (compras com dinheiro de volta) para os clientes, com a função de reutilizá-lo em compras no Mercado Livre.


A moeda virtual já está disponível para 500 mil clientes brasileiros e até o fim de agosto será expandida para todos os 80 milhões de clientes do grupo de e-commerce no Brasil.

Vale lembrar que, antes do anúncio da Mercado Coin, já era permitido pela plataforma do Mercado Pago a compra de bitcoin (BTC), ethereum (ETH) e Pax Dollar (USDP), a stablecoin da Paxos — empresa que faz a intermediação entre o universo das criptomoedas e o Mercado Pago desde dezembro do ano passado.

Em maio deste ano, o Nubank também firmou uma parceria com a fintech de blockchain Paxos para oferecer serviços de criptomoedas.

Mercado Coin vale a pena?


O especialista em criptoativos da Nord Research, Luiz Pedro, não vê a Mercado Coin como uma utilidade tão revolucionária, mas imagina que este deva ser apenas o primeiro passo para a utilização do criptoativo próprio.

“A liquidez, sem dúvidas, é um problema para criptomoedas próprias. Mas o principal para mim [no caso do Mercado Livre] é a utilidade. Se um criptoativo não tem uma utilidade muito atrativa e uma necessidade de compra recorrente dele para reutilização, ele não tem como se apreciar, sendo ele escasso ou não. E, na maior parte dos novos tokens, a escassez passa longe de ser uma característica intrínseca”, avalia o nosso analista.

O nosso analista pontua que no momento a Mercado Coin não vale como um investimento.

Se adquirir o token diretamente no Mercado Pago, recomendamos que seja utilizado na plataforma do Mercado Livre ou vendido via exchanges parceiras (a princípio, a Rípio), mas não compre como investimento.

A moeda começou cotada a US$ 0,10, mas o valor pode variar conforme a demanda.

Conclusão

A criação de criptomoedas no varejo é vista como uma tendência. No exterior, Walmart e Amazon estudam ter suas moedas digitais.

Na leitura do nosso especialista, o principal interesse por trás da criptomoeda própria é ter mais uma fonte de lucro, trazendo uma maior retenção (fidelidade) do cliente no ambiente da empresa. A vantagem disso, para o cliente, é que, caso tenha uma exchange parceira ou própria, dá pra trocar esse benefício por dinheiro real, ao contrário dos antigos “planos de benefícios” das empresas como um todo — lembra dos “selinhos” do Pão de Açúcar? Não dava para vender.

De forma geral, ainda vemos o cashback e a usabilidade puramente comercial em ambiente próprio apenas como um primeiro passo de muitos que essas empresas podem dar com a utilização de criptos próprias no futuro.

Olhando para o longo prazo, com a evolução do metaverso ou com uma maior interação entre empresas e diversas blockchains, talvez, as usabilidades cresçam vertiginosamente. Mas, é claro, isso demanda tempo e evolução do mercado.

Por ora, vemos como boas iniciativas, mas que não valem como investimento. Apenas valem como usabilidade para clientes fiéis dessas marcas.

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