Os dados do PMI para o mês de julho indicaram uma combinação de crescimento econômico mais brando e pressões inflacionárias mais fracas em todo o setor industrial do Brasil. Os pedidos a fábricas e a produção aumentaram às taxas mais baixas em três meses, enquanto as tendências de gastos se mostraram mistas. A compra de insumos se expandiu a um ritmo mais brando e apenas superficial, enquanto a taxa de criação de empregos atingiu seu nível mais alto em mais de um ano. A recuperação do índice de emprego foi fundamentada por um aumento da confiança nos negócios. No que se refere aos preços, os preços de insumos aumentaram ao ritmo mais lento registrado desde maio de 2020, com uma atenuação da inflação dos preços para o patamar mais baixo em cinco meses.

Com 54,0 em julho, o Índice Gerente de ComprasT (PMI®), sazonalmente ajustado, do setor industrial do Brasil da S&P Global foi praticamente igual ao do mês de junho (54,1), indicando uma melhoria sólida na saúde do setor. Os bens de consumo lideraram a recuperação, seguidos pelos bens intermediários e, atrás destes, pelos bens de produção.

Os fabricantes sugeriram que as condições favoráveis da demanda fundamentaram outro aumento no Índice de novos pedidos no início do terceiro trimestre. Dito isso, a taxa geral de expansão foi modesta e a mais lenta em três meses. Dados subjacentes indicaram que o mercado externo atuou como um entrave para as vendas globais, com uma queda dos pedidos internacionais pelo quinto mês consecutivo ao ritmo mais acelerado desde o início do ano.

Em meio a relatos de maiores volumes das carteiras de pedidos e melhorias da produtividade, foi registrado um novo aumento na produção industrial brasileira durante o mês de julho. O ritmo de expansão diminuiu para o patamar mais baixo em três meses, mas foi acentuado e acima da sua média de longo prazo. Evidências subjetivas indicaram que a desaceleração foi decorrente da escassez de matéria-prima e da demanda fraca por alguns produtos.

Os fabricantes se mostraram extremamente otimistas em relação a um aumento na produção nos próximos 12 meses em comparação aos níveis atuais. O grau de positividade foi o mais alto em três meses e elevado em comparação aos padrões históricos. O otimismo foi refletido em táticas de expansão de negócios, diversificação de produtos, publicidade planejada e antecipações de novas melhorias nas condições de demanda.

Devido ao preenchimento das vagas existentes e ao reajuste do número de funcionários para atender à demanda crescente, foi registrado outro aumento no índice de emprego do setor industrial em julho. Além disso, a taxa de criação de empregos foi acentuada e a mais elevada desde meados de 2021. Os dados de julho indicaram que os preços de insumos continuaram a aumentar, com as empresas listando a desvalorização cambial (real/dólar norte-americano), taxas de juros mais altas, a guerra na Ucrânia e problemas de logística como as principais causas das pressões sobre os preços. Dito isso, a taxa geral de inflação diminuiu visivelmente, atingindo o patamar mais baixo em 26 meses.

Os fabricantes de produtos continuaram a repassar os aumentos dos custos para os clientes, aumentando seus próprios preços de venda novamente. No entanto, a taxa de inflação diminuiu para o patamar mais baixo em cinco meses. Embora os fabricantes de produtos tenham continuado a comprar insumos adicionais em julho, eles o fizeram na menor escala registrada na atual sequência de três meses de expansão. Ao que tudo indica, a desaceleração foi decorrente dos desafios relacionados à aquisição de matéria-prima.

De fato, foi observada uma deterioração mais acentuada no desempenho dos fornecedores durante o mês de julho, que foi a mais pronunciada em seis meses. Ao mesmo tempo, os inventários de insumos ficaram amplamente estagnados em julho, depois de dois meses sucessivos de acúmulo. Um desenvolvimento semelhante foi observado nos estoques de produtos industrializados, com algumas empresas associando o crescimento aos esforços para evitar a falta de estoques e outras relatando uma redução devido à falta de componentes para finalização dos produtos.

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