A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou que o Índice de Confiança do Comércio (ICOM) recuou 2,8 pontos em julho, ao passar de 97,9 para 95,1 pontos. Na métrica de médias móveis trimestrais, o indicador subiu 3,1 pontos, no quinto resultado positivo consecutivo.
“Depois de duas altas consecutivas, a confiança do comércio volta a cair. A queda de julho foi puxada pela piora da percepção tanto em relação à situação corrente dos negócios quanto nas expectativas para os meses seguintes. Apesar da queda na margem, o Índice da Situação Atual (ISA-COM) manteve-se acima dos 100 pontos sinalizando um ritmo ainda aquecido de vendas. Já o IE-COM (Expectativas) continua em patamar baixo, sugerindo maiores dificuldades à frente. É possível que a as medidas recentes de estímulo adotadas pelo governo ainda sustentem o nível presente da demanda por mais alguns meses. Mas a inflação e juros em patamares elevados e os baixos níveis de confiança do consumidor devem segurar uma retomada mais consistente do setor”, avalia Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE.
Em julho, houve queda em quatro dos seis principais segmentos do setor. O ISA-COM recuou 2,9 pontos, primeiro resultado negativo desde fevereiro, fechando em 105,6 pontos. Já o IE-COM recuou 2,7 pontos, atingindo 84,8 pontos.
ISA-COM x Índice de Desconforto
Apesar da queda em julho, o ISA-COM se mantém acima dos 100 pontos e avançou pelo quinto mês consecutivo na métrica de médias móveis trimestrais. O aumento da mobilidade, a melhora do mercado de trabalho e liberação de recursos podem ter estimulado a demanda no período. No sentido contrário, o Indicador de Desconforto (composto pela média de parcelas padronizadas da pergunta sobre limitação a melhoria dos negócios: demanda insuficiente, acesso ao crédito bancário, custo financeiro e outros), cai pelo quarto mês consecutivo.