Esse termo “super” é muito usado nas primárias das eleições presidenciais norte-americanas. Se refere aos dias nos quais há escolhas de delegados para a convenção dos dois partidos em diversos estados.
Em 2020, por exemplo, houve uma Super Terça-feira que caiu no dia 3 de março, na qual se realizaram primárias em 15 estados, inclusive nos importantíssimos Califórnia e Texas.
De alguns anos para cá, o mercado financeiro do Brasil se apropriou do “super” e acabou qualificando como tal, no caso Super Quarta-feira, toda vez que o Fomc (Federal Open Market Committee – Comitê Federal de Mercado Aberto) norte-americano e o brasileiro Copom (Comitê de Política Monetária do BC) se reúnem na mesma quarta para definir as taxas básicas de juros.
Em diversas ocasiões, por sinal na maioria delas, o termo super não faz muito sentido já que todo o mercado sabe de antemão que haverá manutenção das taxas.
Isso aconteceu demais no auge da Covid-19, quando era sempre zero lá e dois por cento aqui.
Hoje, quarta-feira, 15 de junho de 2022, o super é para valer.
Nos Estados Unidos sabe-se que o Fomc vai elevar as taxas. A dúvida é se o aumento será de 50 pontos (meio por cento) ou 75. Alguns chegam a falar em um por cento, o que seria um reconhecimento explícito do Fed que a inflação fugiu do controle.
Aqui no Brasil, considera-se como certo que o aumento será de meio por cento, de 12,75% a.a. para 13,25%. A grande dúvida é se o Copom dirá que este foi o último aumento do ciclo ou se haverá mais algum.
Só que desta vez haverá um fato novo. O BCE (Banco Central Europeu) também vai se reunir, EMERGENCIALMENTE, para definir o início dos juros e (mas isso não consta de nenhum comunicado) tentar resolver o seríssimo problema das finanças da Itália.
Por essas e outras eu diria que hoje, 15 de junho de 2022, é a verdadeira Super Super Quarta-Feira.
Um forte abraço,
Ivan Sant’Anna, trader, escritor e colunista na Inv Publicações