Começamos a semana de forma agitada. Logo na abertura, o Ibovespa futuro caía -1,9% e o S&P futuro, no mesmo horário, -2,4%. Nos mercados externos, vimos também destruição de riqueza em renda fixa, criptoativos e, sensivelmente menos, nas commodities.
Acompanhe o que consideramos serem os destaques da semana para entender melhor as razões para essas flutuações.
Semana reduzida
Aqui no Brasil teremos feriado na quinta-feira e a bolsa de valores estará fechada. No entanto, a agenda econômica na quinta e sexta-feira está bem esvaziada, o que pode tornar o mercado menos volátil e menos líquido.
Decisão de juros
Na quarta-feira teremos decisões de política monetária, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos e no Japão. No Brasil, o mercado espera um aumento de mais 0,5 p.p. na Selic, mesmo aumento esperado para o Fed nos EUA. Quanto ao Japão, não se espera mudanças para sua taxa de juros mas, sim, em relação à fala do BoJ (Banco do Japão) sobre o iene, que está num patamar histórico de 133 iene/dólar.
Juros alemães
Juros base de toda a dívida europeia, os dos títulos alemães, na parte curta de 2 anos, hoje bateram mais de 1% ao ano e isso ocorre pela primeira vez desde 2011. As taxas de juros italianas operando mais de 277 pontos base acima de sua contraparte alemã, maior valor de 2014. Isso acontece depois que o mercado começou a precificar na curva de juros altas de até 125 pontos base a partir já da próxima reunião.
Segunda semana do Quantitative Tightening (QT)
Vale lembrar que essa é só a segunda semana do quantitative tightening, processo de redução do balanço do banco central dos EUA (para saber mais, clique aqui) que, segundo o planejamento inicial do Fed, durará 2 anos.
Nícolas Merola, analista CNPI na Inv Publicações