Confira a análise do BTG Pactual Digital para os Resultados 1T22 do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3). Deste modo a equipe de analistas do banco recomenda a Compra e define preço-alvo em R$ 47,00.

BTG analisa resultados do Grupo Pão de Açúcar

Após o desempenho de vendas divulgado em meados de abril, o GPA apresentou resultados fracos para a operação brasileira no quesito rentabilidade, como já esperado.

De acordo com o relatório do BTG, os números consolidados foram novamente impactados pela descontinuidade das lojas de hipermercado em Dez/21 e Jan/22 (após as 70 unidades vendidas para o Assai), uma vez que a empresa está reestruturando sua logística e a cadeia de suprimentos, o que levou a maiores despesas e rupturas no trimestre, embora já normalizado em abril.

Na operação brasileira (ex-hipermercados), a receita líquida foi de R$ 3,8 bilhões, queda de 1,8% a/a e em linha com a nossa projeção, com crescimento de SSS (vendas em mesmas lojas) de 1,0% (ex-postos de gasolina) ou -0,9% com postos (vs. nossa estimativa de SSS de -1,6%).

O destaque positivo foi o formato bairro (SSS crescendo 5,5%), enquanto o SSS de Pão de Açúcar caiu 0,1%. As vendas de e-commerce do GPA cresceram 44% a/a, representando 9,9% das vendas de alimentos do GPA Brasil.

As vendas do Grupo Éxito atingiram R$ 6,9 bilhões (+5,2% a/a e +20,3% em moeda constante), com crescimento de SSS de 20,8% a/a. Em uma base consolidada, a receita foi de R$ 10,1 bilhões, um aumento de 2,3% a/a e 2,6% acima de nossa expectativa.

EBITDA abaixo do esperado impulsionado pelo Éxito

Os analistas do BTG destacam que para o GPA Brasil (ex-hipermercados), a margem bruta cresceu 20bps a/a e ficou 30bps acima da nossa estimativa, com a empresa adotando uma postura mais conservadora em descontos em meio ao cenário inflacionário.

As despesas de vendas, gerais e administrativas (como % da receita) aumentaram 100bps a/a, com iniciativas de redução de custos compensando parcialmente as pressões inflacionárias e a desalavancagem operacional após a transação com o Assaí.

Como resultado, o EBITDA ajustado do GPA Brasil foi de R$ 321 milhões (queda de 13% a/a vs. R$ 311 milhões em nossas estimativas), levando a uma margem EBITDA de 8,2% (queda de 100bps a/a e 20bps acima de nossa projeção).

No consolidado (incluindo o Grupo Éxito), o EBITDA foi de R$ 655 milhões (10% abaixo da expectativa do BTG e caindo 12% a/a), com margem EBITDA de 6,5% (vs. 7,6% no 1T21).

O lucro líquido consolidado foi de R$ 1,4 bilhão no trimestre (com impacto positivo de ~R$ 1,5 bilhão das operações descontinuadas).

Olhando para as operações continuadas, o GPA registrou um prejuízo líquido de R$ 111 milhões (vs. +R$ 103 milhões no 1T21 e nossa estimativa de -R$ 26 milhões).

A análise de Soma das Partes ainda sinaliza um potencial de valorização

Em suma, os resultados do GPA mostraram uma tendência mais fracas em suas operações continuadas (ex-hipermercados), com seu principal formato agora no Brasil (Pão de Açúcar) ainda crescendo abaixo da inflação.

Após a venda dos hipermercados e a descontinuação do formato, 49% das vendas do GPA Brasil passaram a ser do formato premium.

O potencial de valorização, em nosso modelo consolidado, ainda depende da soma das partes dos vários ativos em seu balanço (especialmente o Almacenes Éxito), tornando a tese mais arriscada do que outros varejistas de alimentos em nosso universo de cobertura, principalmente o Assaí” Afirmam os analistas.

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