Em breve, na sua telinha, aparecerá mais um aumento dos juros. O presidente do Banco Central já cantou a bola. E isto não demora nadinha, pois o Comitê de Política Monetária (Copom) vai se reunir nos próximos dias 3 e 4 de maio. A jornalistas e a um grupo de investidores, nos Estados Unidos, onde se encontra em viagem, Roberto Campos Neto disse textualmente que o BC “está pronto para aumentar os juros mais que o previsto caso a inflação seja maior ou mais persistente que o esperado”, informa a Agência Brasil.
Cumprindo um roteiro conhecido, os empresários vão chiar e dirão que os insumos já estão caros e que a margem de lucro está estreita demais e que os juros altos inibem a produção etc… mas logo repassarão os custos do dinheiro adiante e a maioria fará coro com o Bob Fields Neto acomodando a nova taxa Selic, da qual se espera crescimento de 1% saltando para 12,75% já em maio. Não custa lembrar que a inflação acumulada nos 12 últimos meses, no Brasil, já é de 11,3%, talquey?
Em terras de Tio Sam a coisa também não anda tão cor-de-rosa quanto se gostaria. A inflação (anualizada) saltou para 8,5%, em março último, sendo a maior dos últimos 41 anos. Com isto, Jerome Powell, o presidente do Banco Central de lá, declarou que é preciso acelerar os patamares de juros. O mercado aposta em aumento de 0,5% na reunião de maio do Federal Reserve (FED).
A China, que andou às voltas com nova onda de Covid e desacelerou o ritmo da economia, registrou 8,3% do seu Índice de Preços ao Produtor. Percentual alto, porém menor que os 8,8% de fevereiro. O certo é que a guerra na Ucrânia desorganizou, e muito, a economia com a disparada dos preços do petróleo, commodities em geral, e os alimentos. Além da cruel e sangrenta destruição de vidas (ainda não se sabe quantas) e da estrutura do país, a invasão da Ucrânia provoca indesejáveis reflexos no dia a dia das pessoas, em todo o mundo, que mal estavam saindo de uma hibernação forçada de dois anos por conta da epidemia.
E como se este caos – friamente traduzido em estatísticas – não fosse o suficiente para tirar o sono de quem verdadeiramente se preocupa com o Brasil, logo agora depois deste Carnaval fora de época vai se retomar o tititi da terceira via visando as eleições deste ano, e a delicada questão do presidente da República x STF, impulsionada pela concessão da “graça” para o deputado Daniel Silveira, perdoando-lhes os crimes pelos quais fora acusado de praticar e ser condenado a 8 anos e 9 meses de prisão pela Suprema Corte do país. Ainda que pensasse em agraciar o seu correligionário, o chefe do Executivo precipitou-se, pois que ainda cabe recurso ao deputado. Trava-se um embate que, convenhamos, não tem nada de hilariante para quem trabalha por um país melhor.
Haja resiliência…
AMARELOU
Roberto Campos Neto faz coro aos que já se preocupam com isso há tempos… Para o economista, a guerra poderá atrasar a transição rumo a uma economia verde.
Explica-se: com vários países lançando mão de combustíveis fósseis na tentativa de suprir as exportações (trancadas) de gás da Rússia, a economia de baixo carbono ficará para depois.
ESG
A propósito, para quem pretende ter clareza sobre a questão acima, o Departamento de Sustentabilidade do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, Ciesp-Campinas, promoverá debate com o palestrante (darwinista digital) Carlos Piazza, no próximo dia 4.
Tema: Guerra da Rússia contra Ucrânia – O que isso tem a ver com Sustentabilidade e ESG?
Leitores da coluna Via Sustentável estão convidados. Ao professor Luiz Fernando Bueno nossos agradecimentos. Acesse https://www.ciespcampinas.org.br/site/ e inscreva-se.
PESQUISA
O Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri) e a Deloitte realizam a 15ª pesquisa conjunta para conhecer e orientar os desafios dos profissionais de relações com investidores.
Neste ano a temática é “Contexto, mensagem e jornada ESG: Criação de valor pelos RIs”. Se você atua na área de RI, acesse o questionário até 9 de maio pelo link https://pesquisa.deloitte.com.br/SurveyServer/s/research/IBRI/IBRI.htm
QUALIFICADOS
Os investidores qualificados ganharam mais duas opções na semana que passou. São dois novos BDRs de ETFs que entraram no portifólio de produtos da B3. Os fundos geridos pela Aberdeen, empresa de investimentos global, agora podem ser negociados com os tickers SIVR39 e ABGD39.
Esses lançamentos são os primeiros da gestora no país e trazem ao investidor mais uma opção para aportar capital no mercado estrangeiro diretamente da B3, sem a necessidade de abertura de conta fora do Brasil. Os dois produtos possibilitam o acesso a índices americanos ligados ao mercado de commodities, abrindo mais uma oportunidade de diversificação. Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) de ETFs (Exchange Traded Funds) estão disponíveis para negociação na B3 desde novembro de 2020.
TEMÁTICOS
Evento com direito a toque de campainha marcou a entrada de 19 novos BDRs de ETF RV na B3. Os fundos são geridos pela Global X, gestora americana que acaba de chegar ao Brasil e que faz parte do Grupo Mirae Asset. A companhia é especializada em produtos temáticos e de perspectiva global. Os novos ativos serão destinados aos investidores qualificados, a exemplo dos BDRs acima noticiados.
LEILÕES
A B3 encerrou o primeiro trimestre com 15 leilões realizados – 12 deles só no último mês de março. Foram concedidos ou alienados à iniciativa privada 19 ativos públicos. Comparativamente, nos três primeiros meses de 2021 ocorreram dois leilões, enquanto no mesmo período de 2020 houve apenas um.
A expectativa é que os 15 leilões de 2022 gerem R$ 8,8 bilhões em investimentos privados, em projetos que abrangem 10 estados brasileiros. Os ativos incluem sistemas de iluminação pública, saneamento básico, terminais pesqueiros, parques, mobilidade urbana e iniciativas inéditas, como a primeira privatização do setor portuário da história do Brasil, com os portos de Vitória e Barra do Riacho, no Espírito Santo, e a primeira concessão dos Serviços de Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos, do município de São Simão (GO).
PRÉVIA
A B3 divulgou a segunda prévia do índice Ibovespa B3 que vai vigorar de 02 de maio a 02 de setembro próximo, com base no fechamento do pregão de 14 de abril último. A prévia registra a entrada da SLC Agrícola ON (SLCE3), totalizando 92 ativos de 90 empresas.
Os cinco ativos que apresentaram o maior peso na composição do índice são Vale ON (14,932%), Petrobras PN (6,635%), Itaú Unibanco PN (5,849%), Bradesco PN (4,671%) e Petrobras ON (4,405%).
EDUCAÇÃO
O BNDES promoverá três apresentações online sobre Educação, dentro do seu programa Fóruns de Sustentabilidade. São eles os seguintes:
1º Webinar Educação – Desafios da educação no pós-pandemia e papel do ecossistema de educação.
Será no dia 28 próximo, das 14h30 às 16h, com Antoine Lousão, secretário municipal de Educação do Rio de Janeiro; Claudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da FGV; Daniel Castanho, presidente do Conselho da Ânima Educação; Jair Ribeiro, da Associação Parceiros da Educação e Casa do Saber; Júlia Sant´Anna, secretário de Educação do Estado de Minas Gerais; e Bruno Aranha, diretor de Crédito Produtivo e Socioambiental do BNDES.
TRANSIÇÃO
Sequencialmente nos Fóruns de Sustentabilidade do BNDES haverá:
2º Webinar Educação – O papel da qualificação profissional na transição justa para uma nova economia.
Dia 16 de maio, das 15h30 às 17h.
3º Webinar Educação – Caminhos para a tecnologia na educação
Segunda-feira, 30 de maio, das 15h30 às 17h.
CIRCULAR
A Tupy, que recentemente anunciou a incorporação da MWM do Brasil, uma das líderes mundiais na fabricação de veículos comerciais – entre outros produtos –, lançou seu Relatório de Sustentabilidade ano-base 2021.
Neste, assinala as 500 mil toneladas de sucata transformadas em produtos de alto valor agregado, promovendo a economia circular. E destaca que de todo o material metálico utilizado na fabricação dos componentes estruturais desenvolvidos pela companhia, 97% vêm da reciclagem.
“Além de reduzir a extração de recursos naturais não renováveis e evitar a destinação para aterro, a iniciativa ainda minimiza a emissão de gases de efeito estufa. Apenas para se ter uma ideia, a cada uma tonelada produzida com sucata, deixamos de emitir 1,2 tonelada de gases de efeito estufa” – enfatiza a catarinense.
SOCIAL
O Instituto Carlos Roberto Hansen (ICRH), braço social do Grupo Tigre, finalizou 2021 com o maior investimento de sua trajetória de 18 anos: R$ 8,466 milhões. Entre os 238 projetos apoiados pelo ICRH, um dos destaques é a parceria com o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) para instalação de 500 lavatórios em escolas do Norte e Nordeste.
“O ICRH se enche de orgulho e alegria ao apresentar seu relatório 2021. Em 18 anos, já são impressionantes 5,8 milhões de pessoas beneficiadas, em 7.200 projetos. Vale destacar o crescimento do voluntariado dos nossos profissionais e esforço para estar presente em cada vez mais regiões. Nosso objetivo é ampliar os investimentos em todas as unidades, bem como nas nossas áreas-foco, saúde e saneamento, tornando o ICRH cada vez mais global e alinhado com o propósito do grupo”, destaca Felipe Hansen, presidente do instituto.
ENERGIA
Segundo o economista Samy Dana, o Brasil paga 46,5% da conta de energia em taxas.
Estudo divulgado em 2019 pelo Banco Mundial revelou que 13% da população mundial não têm acesso à energia elétrica. No Brasil, cerca de 1 milhão de pessoas se encontram nessa situação, sendo grande parte delas na região amazônica, conforme aponta um levantamento realizado pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente – IEMA.
MARINHO
A Unidade de Educação Ambiental (UEA) do Aquário de Santos (litoral sul do Estado de São Paulo) realizará, nesta segunda-feira, 25, a palestra virtual ‘Conservação e Preservação: O futuro do planeta está em nossas mãos’.
A atividade será comandada pelos biólogos Richard Persuad e Júlia Domingos, que abordarão de forma simples a conservação, preservação e importância do ambiente marinho, assim como do solo. O objetivo é sensibilizar o público sobre atitudes positivas em prol da preservação dos recursos naturais. Veja mais em https://www.instagram.com/uea.aquario
INTER
Pra você que emendou o feriadão e rasgou a fantasia nos últimos dias, um lembrete publicado pelo Portal Acionista na semana: o Banco Inter (BIDI3) anunciou mais uma tentativa de migração da base societária para a Nasdaq; transformando ações da empresa no Brasil (BIDI3, BIDI4 e BIDI11) em ações Class A e Class B nos EUA. Para cada 6 ações ordinárias e/ou preferenciais do Banco Inter ou duas units, será entregue 1 ação PN resgatável e cada ação PN resgatável poderá ser feito o Earn-out pelo valor de R$ 38,70, com um cap de cash-out de R$ 1,1 bilhão, aproximadamente 10% do Market cap do banco.
SOBREVIVÊNCIA
O Clube Acionista lança o “Kit de Sobrevivência do Investidor”, uma forma criativa de convidar a todos leitores do Portal Acionista a conhecer, e aproveitar, o Clube gratuitamente por um período. Se você ainda não faz parte desta comunidade, passe por lá: https://acionista.com.br/1-ano-clube-acionista/