Muito além de avaliar os resultados financeiros das empresas, é necessário olhar de forma crítica os valores ambiental, social e de governança gerados pelas entidades. No setor público, isto torna-se particularmente relevante, dado o papel do governo na proteção dos cidadãos, no uso sustentável dos recursos naturais e na importância da governança como ferramenta de transparência da aplicação dos recursos públicos.

Com o objetivo de implementar e aperfeiçoar boas práticas de gestão e obter as vantagens corporativas daí decorrentes, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) criou um grupo de trabalho interdisciplinar permanente para priorizar a pauta ESG (sigla que condensa questões ambientais, sociais e de governança), no âmbito da empresa.

O grupo deverá diagnosticar e estabelecer um plano estratégico em 90 dias, a contar da publicação da portaria 102/2022, de 23 de março deste ano, além de coordenar a implementação da agenda ESG em todos os setores da empresa com o envolvimento de todo o corpo funcional e dirigente.

A ideia é apresentar, de maneira proativa, propostas de adequação e atualização dos programas e ações, visando a implementação e o aperfeiçoamento das práticas ambientais, sociais e de governança. Para tanto, serão definidas e monitoradas metas específicas de sustentabilidade nas várias frentes de atuação da estatal.

“A Conab já conta com práticas de ESG implantadas e vinculadas, inclusive, ao cumprimento da Lei Agrícola, além da nítida preocupação ambiental e social de políticas há muito executadas, como a PGPM-Bio [Política de Garantia de Preços Mínimos para Produtos da Sociobiodiversidade] e o Programa Alimenta Brasil, as ações de distribuição de alimentos e de abastecimento. Porém, precisamos quantificar os resultados de forma organizada e aferir nosso impacto no âmbito ESG”, explica o coordenador do grupo e procurador da Conab, Márcio Mazzaro.

Vale lembrar que a pandemia reforçou a necessidade de medidas que considerem os aspectos sociais e ambientais tanto na mitigação dos seus impactos quanto na retomada do crescimento. Além disso, empresas com estruturas mais eficientes de ESG apresentam desempenho melhor em cenários de crise. A abordagem ESG deverá considerar oportunidades e desafios na geração de valor para a sociedade, na captação de parcerias e investimentos e na geração de melhores resultados.

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