Os dados do PMI® da S&P Global mostram expansões quase recordes do índice de novos negócios e produção no setor de serviços do Brasil, enquanto a economia, durante o mês de março, continua se recuperando das consequências da COVID-19. O índice de novos pedidos para exportação voltou a crescer, enquanto o índice de emprego subiu ao ritmo mais acelerado desde julho de 2007.
A retomada correspondeu às pressões sobre os preços cada vez mais acentuadas; com a reaceleração da inflação dos preços de insumos e o aumento dos custos de produção a um ritmo sem precedentes. As expectativas dos negócios permaneceram positivas, mas diminuíram desde fevereiro em meio ao contexto de preocupações com a inflação e a guerra na Ucrânia.
O Índice de Atividade de Negócios do setor de Serviços brasileiro, sazonalmente ajustado pela S&P Global, subiu de 54,7 em fevereiro para 58,1 em março e revelou a taxa de crescimento mais acelerada em aproximadamente 15 anos. Além disso, os dados coletados indicam a elevação da média do primeiro trimestre para a maior já observada desde o mesmo período em 2012.
De acordo com os participantes da pesquisa, o crescimento do índice de atividade foi impulsionado pela conquista de novos clientes, êxito dos esforços de marketing e aumento das vendas. De fato, o índice de novos negócios subiu ao ritmo mais acentuado desde junho de 2007; enquanto a demanda dos clientes foi impulsionada pela redução das restrições contra a COVID-19, o que incluía a flexibilização das regras para viagens internacionais.
O aumento do número dos novos negócios de exportação no final do primeiro trimestre contribuiu para a recuperação do índice de vendas totais. Houve uma melhora na demanda internacional em comparação à sua queda consistente em fevereiro, mas de importância marginal.
Durante o mês março, em um contexto de retomada do volume de novos pedidos, os fornecedores de serviços visaram a expansão da capacidade produtiva. Além disso, o índice de emprego atingiu um ritmo de crescimento acentuado e o mais acelerado desde meados de 2007.
Os dados de março destacam uma intensificação das pressões inflacionárias no setor de serviços do Brasil, após uma desaceleração registrada no mesmo período da pesquisa anterior. Os custos de insumos subiram ao ritmo mais acelerado desde novembro passado e é um dos mais acentuados já registrados, o que pode ser explicado pelo aumento dos preços de eletricidade, alimentos, combustível, petróleo e transporte. Os aumentos estão relacionados, em alguma medida, à guerra Rússia-Ucrânia.
Em março, em meio a esforços para proteger a margem de lucro contra os aumentos de custos; os fornecedores voltaram a aumentar os preços de seus serviços. Além disso, a taxa de inflação foi alta e a mais acentuada desde o início da coleta de dados realizada há mais de 15 anos.
No final do primeiro trimestre, as preocupações com a inflação e a guerra na Ucrânia diminuíram um pouco o otimismo empresarial. As empresas permaneceram positivas em relação às perspectivas para os próximos 12 meses de produção, mas o nível geral de confiança caiu do pico de cinco meses registrado em fevereiro. Onde o crescimento era esperado pelos participantes, as previsões foram relacionadas à flexibilização das restrições da COVID-19; investimentos em infraestrutura, esforços de marketing e novas licitações.
Em março, a criação robusta de empregos permitiu que as empresas do setor de serviços continuassem a reduzir seus negócios pendentes. A última queda nos pedidos em atraso registrada foi a sétima mais acentuada durante os últimos meses, porém a mais lenta durante este período, pois algumas empresas indicaram que um grande aumento de novos pedidos exerceu uma pressão cada vez maior sobre as suas capacidades operacionais.
Por fim, os dados do setor indicaram que os índices de produção e novos negócios cresceram nas quatro grandes áreas da economia de serviços. A área de Finanças e Seguros foi a mais forte em relação à atividade comercial e criação de novos empregos; já o aumento mais acelerado do número de vendas foi observado nas empresas de Serviços ao Consumidor. Na área de Transporte, Informação e Comunicação ocorreu o aumento mais acentuado dos custos de insumos. Essa área, assim como Finanças e Seguros, também registraram a maior taxa de inflação.