Os preços mínimos calculados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para laranja in natura, trigo em grãos, sementes de trigo, café arábica e café conilon da safra 2022/2023 foram atualizados. Os novos valores, que foram publicados no Diário Oficial desta quinta-feira (31), têm vigência até 2023 e serão utilizados como referência nas operações ligadas à Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), que visa garantir uma remuneração mínima aos produtores rurais.
Para a definição do preço mínimo do trigo, classificado entre os tipos básico, doméstico, pão e melhorador, foram utilizados os custos de produção realizados pela Conab. De acordo com os levantamentos, houve um incremento significativo devido primordialmente à elevação média dos custos de fertilizantes (113,1%), defensivos (33,2%) e de tratores e colheitadeiras (53,8%), que representam 64,1% dos custos variáveis e 48,7% dos custos totais nas praças utilizadas para o cálculo dos preços mínimos. Com isso, um dos valores de referência do tipo pão na Região Sul, por exemplo, passou de R$ 48,18 a saca em 2021/22 para R$ 79,17/sc no ciclo 2022/23. Já o preço mínimo da semente de trigo nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e no estado da Bahia subiu de R$ 1,98 para R$ 3,25 a unidade.
No caso da laranja, o custo variável médio ponderado pela área destinada à colheita nos estados foi estimado em R$ 24,23/cx de 40,8 kg em novembro de 2021, sendo que tal valor implicou em um aumento de 36,43% em relação ao preço mínimo aprovado para o ano anterior. “Vários setores da economia tiveram um choque em virtude da pandemia, não só no Brasil, mas no mundo. No caso da agricultura não foi diferente, e a desestruturação produtiva impactou sobretudo os insumos, como fertilizantes e defensivos”, afirma o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira. “A participação média desses dois itens nas regiões produtivas de laranja analisadas é de cerca de 37,3% do custo total de novembro de 2021. No caso dos fertilizantes, houve um aumento médio de 127,2% em novembro de 2021 na comparação com o mesmo período em 2020. Já no caso dos defensivos, o aumento médio foi de 43,9%. O valor da mão de obra apresentou aumento de 6,2% em média e a participação desse item é de cerca de 21,4% do custo total. Ou seja, assim como em várias outras culturas, a elevação dos custos de produção foi muito forte para a laranja nesse ano de 2021”.
Na proposição de preço mínimo para o café, a partir da análise dos custos de produção, constatou-se que também ocorreram aumentos expressivos dos insumos, sendo o fertilizante o grande vilão da alta. “Os fertilizantes apresentaram um aumento médio de 149,2% nas nove praças de produção do café arábica em novembro de 2021, na comparação com igual período de 2020”, explica o gerente de Alimentos Básicos e Culturas Perenes da Conab, Bruno Nogueira. “Esse insumo representa cerca de 43,0% do custo variável de produção para o tipo arábica, seguido pela mão de obra, com participação de 24,2% no custo variável e aumento de 21,8% no mesmo período. Outro item de destaque é o defensivo, que tem participação de 7,9% no custo de variável de produção e teve aumento médio de 39,4% nas praças de produção do arábica. Em relação ao tipo conilon, o beneficiamento tem uma participação média de 16,8% e apresentou aumento de 111,4% no mesmo período. Na definição dos preços mínimos, o café arábica passou de R$ 369,40 em 2021/22 para um valor de referência de R$ 606,66 em 2022/23. O tipo conilon também aumentou, indo de R$ 263,93 para R$ 434,82 a saca”.
Os preços mínimos são fixados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de acordo com a proposta enviada pela Conab para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Acesse aqui a Portaria Mapa Nº 419 e confira mais informações sobre os preços mínimos diferenciados por produto e por região do país.
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