Muitos investidores se interessam pela bolsa de valores pelo potencial de valorização que ela pode proporcionar ao longo dos anos. Mas, para isso, é importante conhecer e aplicar as estratégias de investimento, como a análise fundamentalista.
Além disso, é preciso entender bem como a bolsa de valores funciona, conhecendo quais os tipos de ativos negociados e escolher qual se encaixa melhor no seu perfil e objetivo como investidor. Nesse cenário, os aportes regulares, uma estratégia adequada e o aprendizado constante, são primordiais para um bom resultado.
O que é bolsa de valores?
A bolsa de valores é o ambiente de negociação onde os investidores podem comprar e vender diferentes ativos, os chamados valores mobiliários.
Entre esses ativos estão, principalmente, as ações de empresas, mas também fundos imobiliários (FIIs), ETFs (Exchange Traded Funds), opções e outros títulos.
Na perspectiva daqueles que negociam na bolsa, o objetivo das operações é, basicamente, obter ganhos com os investimentos. E na visão das empresas, a bolsa de valores pode ser um excelente caminho para captar recursos e transformar a companhia em uma sociedade anônima de capital aberto.
Essas duas perspectivas — do investidor e da empresa — ajudam a distinguir o mercado primário e o mercado secundário da bolsa. Sendo que eles são:
Mercado primário
No mercado primário a empresa negocia diretamente com os investidores na bolsa, vendendo novas ações. O dinheiro arrecadado tem como destino o caixa da companhia
Mercado secundário
No mercado secundário os investidores da bolsa compram e vendem ações já existentes das empresas. Assim, o dinheiro e o papel apenas trocam de mão, operação que não envolve o caixa da companhia.
Vale destacar que a existência da bolsa de valores é fundamental para garantir a segurança nas negociações dos títulos das empresas. Além disso, outra função da bolsa de valores é a capacidade de oferecer liquidez para o mercado, garantindo que os diversos valores mobiliários possam ser comprados e vendidos com facilidade.
Qual a importância da bolsa de valores?
Depois de conhecer um pouco mais sobre o que é a bolsa de valores, é fundamental que todas as pessoas — e não só os investidores — conheçam um pouco sobre qual a importância da bolsa de valores. Afinal, ela é responsável por influenciar positivamente a vida de toda a população.
Isso porque, dentre os benefícios da bolsa de valores estão:
- Redução das assimetrias de informação;
- Democratização dos investimentos;
- Redução dos custos de transação;
- Queda no risco de negociação;
- Aumento da competitividade entre as empresas;
- Financiamento de inovações.
Dentre esses alguns pontos positivos, talvez o mais importante seja a capacidade que elas possuem de financiar inovações. Inovações estas capazes de gerar conhecimento, tecnologia e de criar riquezas para toda a sociedade.
Isto pode parecer político ou até marqueteiro, mas as bolsas de valores são reconhecidamente um dos melhores mecanismos de gerar valor para a sociedade. Sendo que isso ocorre pela alta capacidade de financiamento às empresas que elas oferecem.
Em termos práticos, as companhias podem recorrer às bolsas para levantar capital com os investidores do mercado de maneira simples, rápida e barata. Isto ao contrário dos métodos convencionais de financiamento — por exemplo, os empréstimos bancários.
Por isso, companhias são capazes de levantar um montante de recursos muito maior no mercado devido à existência das bolsas. Então, utilizam esses recursos, por exemplo, para investirem em pesquisa e desenvolvimento (P&D), com o objetivo de aumentarem a eficiência — o que reduz os preços no mercado — e de criarem produtos.
Como funciona a bolsa de valores?
Inicialmente, muitos investidores iniciantes podem se sentir confusos com tantas informações a respeito da bolsa. Mas para evitar que isso aconteça, é fundamental entender os principais pontos sobre como funciona a bolsa de valores e o mercado de capitais.
Mercados da bolsa de valores
Como já foi colocado, a bolsa de valores possui dois principais mercados de negociação, o mercado primário e o secundário. A principal diferença entre eles diz respeito entre quem são realizadas as operações e para onde o recurso da negociação é destinado. Sendo que:
- 1. Mercado primário
- 2. Mercado secundário
Mercado primário
No mercado primário da bolsa de valores, as negociações dos títulos acontecem entre a empresa e algum agente do mercado, como um investidor pessoa física, um fundo de investimento ou um investidor estrangeiro. Ou seja, em resumo, é o mercado onde a empresa negocia no mercado com algum agente financeiro.
Nessa operação, as ações compradas pelo investidor são novos papéis emitidos pela companhia que está realizando a venda, sendo que o recurso da venda é direcionado para o caixa da companhia. Dessa forma, haveria um aumento de capital da empresa.
Na maior parte das vezes, as empresas operam no mercado primário durante a abertura de capital na bolsa de valores, processo conhecido como IPO (Initial Public Offering). Neste evento, a empresa deixa de ser uma sociedade anônima de capital fechado para se tornar uma S/A de capital aberto, com ações sendo negociadas no mercado.
Por conseguinte, a abertura de capital de uma companhia é realizada com o objetivo de captar recursos no mercado para financiar o seu crescimento. Nessa perspectiva, o capital levantado vem justamente da emissão e venda de novas ações no mercado primário.
Mercado secundário
Além do mercado primário, há também o mercado secundário da bolsa de valores, o qual, inclusive, movimenta volumes financeiros muito maiores. Basicamente, o secundário reúne todas as negociações de títulos que acontecem entre investidores da bolsa de valores, não envolvendo como parte da operação a companhia emissora do título.
Em outras palavras, quando um investidor compra uma ação de outro investidor ele está operando no mercado secundário. E quando ele participa de uma oferta primária de ações em um IPO ou uma oferta subsequente (follow-on), então ele está negociando no mercado primário.
Vale destacar que a maior parte das operações que acontecem na bolsa de valores são realizadas no mercado primário. Afinal de contas, as negociações do dia a dia do mercado acontecem entre investidores, e não entre eles e as empresas de capital aberto.
Regulação da bolsa de valores
Um ponto importante de conhecer diz respeito à regulação da bolsa de valores. Afinal de contas, esse mercado é responsável pela movimentação de grandes volumes de capital, fato que carece de uma atenção a fiscalização especial.
No caso, cada uma das bolsas de valores do mundo possui seu próprio órgão de fiscalização. E, no Brasil, essa tarefa está ao cargo da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que atua, grosseiramente, como uma espécie de “polícia do mercado”.
Essa comissão reguladora da bolsa é um órgão público do governo brasileiro que fica vinculado ao Ministério da Economia do país. Entre suas principais funções estão, por exemplo:
- Garantia de um funcionamento justo e legal da bolsa de valores e de balcão;
- Estímulo ao investimento da população em valores mobiliários;
- Proteção dos investidores do mercado contra atos irregulares e ilegais;
- Fiscalização de insider trading e formação irregular de oferta, demanda e preço;
- Garantir o acesso tempestivo e público sobre as informações dos valores mobiliários.
Estratégias de investimento na bolsa de valores
No funcionamento da bolsa, existem diferentes estratégias de investimentos utilizada por investidores e especuladores. Neste sentido, as principais estratégias de investimento na bolsa de valores são:
- Buy and Hold;
- Day trade;
- Swing trade.
Buy and Hold
A primeira — e uma das mais bem sucedidas — estratégias da bolsa de valores é o conhecido buy and hold. Como o próprio em inglês diz, nessa estratégia o investidor compra as ações e segura, evitando ao máximo vendê-las.
Por isso, ao adquirir uma ação de uma empresa, normalmente o “Investidor holder” analisa muito bem os fundamentos qualitativos e quantitativos da companhia. Afinal, ele adquire um papel no mercado de ações com foco no longo prazo, e com o objetivo de não se desfazer do ativo em um curto espaço de tempo.
Historicamente, a estratégia do buy and hold tem se provado muito vencedora. Afinal de contas, investidores normalmente vendem as ações de empresas pelos motivos ou no momento errado. Por exemplo, quando os papéis estão em baixa ou quando eles sobem muito rapidamente.
Contudo, tanto o período de baixa quanto uma alta expressiva não configuram, por si só, razões para a alienação. Então, o que acontece na maior parte das vezes é que investidores que vendem na baixa perdem a oportunidade de comprar ativos por preços mais atrativos. E aqueles que vendem na alta deixam de ganhar ainda mais com futuras altas nos preços.
Esse erro nas movimentações frequentes das ações do investidor ficou muito bem demonstrado por um estudo realizado com fundos de investimentos nos Estados Unidos. Neste artigo, o estudo mostrou que os cotistas com a maior rentabilidade eram aqueles que esqueceram o investimento ou que haviam falecido.
Coincidentemente, esses eram também os cotistas que realizaram, obviamente, o menor número de operações de compra e de venda. Essa falta de paciência de muitos investidores que não praticam o buy and hold é evidenciado por Charlie Munger na seguinte frase:
“O dinheiro de verdade não está na compra e na venda, mas na espera”.
Charlie Munger
Day trade
Outra estratégia muito praticada na bolsa de valores é o day trade. E ao contrário do buy and hold, essa estratégia já foi comprovadamente considerada fracassada, dando prejuízo para a maior parte daqueles que a praticam.
Basicamente, no day trade o investidor de ações ou de outros ativos da bolsa assume uma posição de especulação. Assim, ele utiliza da análise de gráficos, a chamada análise técnica, para conseguir encontrar tendências de alta ou de baixa na cotação dos ativos.
Então, independente de qual seja o ativo, o day trader está disposto a comprar ou vendê-los em um mesmo dia com o objetivo de auferir um lucro diário. Com esse lucro, o day trader espera conseguir uma renda suficiente para arcar com seu padrão de vida.
Contudo, foi provado em um estudo feito pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) que apenas 0,10% daqueles que praticam o day trade conseguem um lucro superior a 300 reais por dia.
Em outras palavras, o trader sofre do estresse de operar dia a dia no mercado de bolsa de valores para ter uma chance de estar os 0,10% que conseguem lucrar cerca de 6 mil reais por mês. Sem dúvida, não é uma boa estratégia de investimento para o longo prazo.
Swing trade
Por fim, outra estratégia especulativa na bolsa é conhecida como swing trade. Assim como no day trade, nessa estratégia o trader também busca lucrar com operações de compra e venda no curto prazo.
Além disso, grande parte dos investidores que praticam swing trade, também costumam utilizar a análise gráfica como guia para tomada de decisão.
Contudo, a diferença é de que — ao contrário do day trade — as operações de swing trade costumam durar dias ou até semanas. Contudo, apesar dessa diferença, as duas estratégias são consideradas especulativas e, no longo prazo, tendem a gerar prejuízos para os traders.
História da bolsa de valores
Um tópico que pouco que se fala diz respeito à história da bolsa de valores. Isto é, sobre como ela surgiu e veio a se tornar um mercado tão relevante a evolução da humanidade e fundamental para funcionamento da economia mundial.
Curiosamente, os primeiros indícios de uma bolsa de valores remonta a anos anteriores à descoberta do Brasil, em meados dos anos 1285. Nessa época, na Bélgica, alguns nobres da época se reuniam na casa da família Van der Burse para realizarem alguns negócios.
Como naquela época não era comum a numeração das casas e dos edifícios, os prédios eram referidos pelo brasão da família a que pertenciam. No caso dos Van der Burse, haviam três bolsas no desenho do brasão, o que fez com que a sua casa ficasse conhecida como algo próximo de “a casa das bolsas”.
Na casa das bolsas dos Van der Burse, nobres europeus se reuniam para investir em expedições marítimas da época, as quais eram muito caras e, normalmente, financiadas por mais de um nobre.
E para fazer parte dos lucros das viagens, esses nobres recebiam uma espécie de título proporcional ao investimento realizado que dava direito a um percentual de lucro auferido na expedição. Quanto mais bem-sucedida e administrada a viagem dos marinheiros da época, maior seria o lucro repartido entre os investidores.
Primeira bolsa de valores
Apesar dos primórdios do mercado acionário se remeter aos anos de 1285, a primeira bolsa de valores só foi criada oficialmente em 1531, na Bélgica. Essa era a chamada Bolsa da Antuérpia, onde títulos de empréstimos eram negociados entre investidores da época.
A Bolsa da Antuérpia não foi a primeira a negociar ações. Na verdade, esse feito só foi conquistado em 1602 pela Bolsa de Amsterdã. Neste ano, a Companhia Holandesa das Índias orientais foi a primeira a ter papéis negociados no mercado.
Naquela época, a companhia estava em grande expansão em suas expedições marítimas e necessitava de muitos recursos para realizar suas viagens. Assim, ela constituiu a Bolsa de Amsterdã, a qual era responsável pela emissão de suas ações.
Diferentemente dos investimentos dos nobres nas viagens, as ações da companhia eram emitidas em grande quantidades. Por conta disso, essas ações possuíam menor valor, o que garantia que um público maior pudesse financiar as viagens da empresa.
Em contrapartida, aqueles que compravam as ações e ajudavam no financiamento das expedições recebiam, literalmente, um papel que dava direito a repartição de lucros futuros auferidos pela Companhia Holandesa das Índias orientais. Em outras palavras, os papéis davam direito a uma espécie de dividendo da empresa, assim como na atualidade.
Quais são os ativos negociados na bolsa de valores?
Apesar de as ações serem os ativos mais conhecidos negociados na bolsa, é preciso destacar que existem outros ativos negociados na bolsa de valores que são fundamentais para a indústria de investimentos. Alguns desses ativos são:
Ações
Como foi colocado, as ações são os ativos negociados na bolsa mais conhecidos. Isso não é à toa, porque o volume financeiro que as negociações desses papéis movimenta é muito superior aos outros tipos de ativos.
Resumidamente, as ações são pequenas participações acionárias que podem ser compradas e vendidas na bolsa de valores. Então, ao adquirir o papel de uma companhia, o investidor pode se considerar sócio da mesma.
Afinal, toda empresa de capital aberto é dividida em ações, e quanto mais ações a pessoa detém, maior então é a sua participação acionária. E por deter um percentual da companhia, mesmo que pequeno, o acionista passa a ter direito de usufruir dos lucros que empresa reporta ao longo do tempo.
No Brasil, esse benefício do acionista em relação ao lucro acontece, na maior parte das vezes, por meio do recebimento de dividendos. Sendo que este é, simplesmente, uma distribuição do lucro entre a totalidade das ações, por exemplo:
Lucro da empresa X: R$1.000.000,00;
Número de ações da empresa X: 10.000.000;
Dividendo por ação: 1.000.000/10.000.000 = R$0,10.
Neste caso, a empresa X distribuiu a totalidade do seu lucro de 1 milhão de reais em forma de dividendos. E como a companhia possui um total de 10 milhões de ações, cada papel tem o direito do recebimento de 10 centavos como provento. Ou seja, quanto mais ações, mais o investidor receberá em dinheiro na sua conta.
Opções
O segundo ativo negociado em bolsa de valores são as opções. Sendo considerado um derivativo financeiro sofisticado e mais arriscado, as opções podem servir como seguros de carteiras de investimentos e também como instrumento de especulação no mercado.
Muito comum nos fundos de investimentos, as opções podem fazer muito sentido ao serem tratadas como seguros de carteiras. Por exemplo, quando o mercado cai com muita intensidade, algumas opções podem se multiplicar por várias vezes, reduzindo a queda total do portfólio.
Por outro lado, nessa mesma situação, caso o mercado não caia, a opção vira pó e perde o seu valor. Em outras palavras, é como o seguro fosse pago (na compra da opção), mas não precisasse de ser acionado (na transformação da opção em pó).
Além disso, o mercado de opções também é utilizado por alguns especuladores gananciosos do mercado como um instrumento de especulação. Assim, ao invés de deixar um pequeno percentual da carteira nesses ativos, traders costumam concentrar seus recursos em opções com o objetivo de conseguir multiplicar por várias vezes o capital aplicado — estratégia que tende, historicamente, gerar prejuízos no longo prazo.
ETFs (Exchange Traded Funds)
Outro ativo muito importante e que tem ganhado muito espaço na indústria de bolsa de valores são os ETFs (Exchange Traded Funds). Esse ativo funciona como um fundo de investimentos que é negociado na bolsa como um ativo de renda variável.
Também chamado de fundo passivo, os ETFs são criados com metodologias pré-estabelecidas de investimento. Com isso, a gestão do fundo possui apenas o trabalho de garantir que a carteira do ETF esteja de acordo com o que foi proposto em sua metodologia.
Além disso, destaca-se que a maior parte dos ETFs são fundos de índices, os quais possuem a metodologia de investir exatamente nos mesmos ativos e na mesma proporção de determinados índices do mercado, como:
- índice Bovespa (Ibovespa);
- índice S&P500 (índice do mercado norte-americano).
E por serem fundos, o cotista do ETF não possui o trabalho de acompanhar as empresas e de comprar e vender as ações. Afinal a gestão do fundo é quem fica responsável por isso. Além disso, ao comprar uma única cota, o investidor do ETF se expõe a diversas ações de empresas, ficando diversificado.
No entanto, como foi colocado, a gestão de um Exchange Traded Fund é passiva, o que significa que o gestor do fundo não pode fazer stock picking por conta própria. Isto é, não pode comprar ou vender ações de acordo com suas próprias análises. Na verdade, o gestor deve adequar a carteira do ETF sempre aos ativos do seu índice espelho em suas devidas proporções.
E por esse trabalho ser mais simples, as taxas de administração dos fundos passivos são muito baixas, ficando, na maior parte das vezes, menor que 0,5% ao ano. Afinal de contas, a gestora do ETF não precisa de uma estrutura de análise como um fundo de investimento ativo.
Fundos Imobiliários (FIIs)
Mais um tipo de ativo negociado na bolsa de valores são os Fundos Imobiliários (FIIs). Em suma, esses fundos, como o próprio nome diz, investem em ativos imobiliários para auferir uma renda recorrente ao longo dos meses, normalmente por meio da locação dos seus imóveis, que podem ser:
- Galpões logísticos;
- Shoppings centers;
- Lajes corporativas;
- Hotéis.
Com essa renda dos aluguéis desses imóveis, o FII paga suas despesas e distribui o resultado líquido mensalmente para os seus cotistas. Isto é, para aqueles que compraram suas cotas na bolsa de valores.
Esse tipo de investimento é bastante interessante e tem ganhado muito espaço no Brasil. Isso porque, apesar de ser um investimento em renda variável (por ser negociado na bolsa), as cotas dos FIIs no mercado possuem uma volatilidade média muito inferior às ações e aos ETFs.
Além disso, o recebimento mensal de proventos também é uma grande vantagem desse investimento. Afinal de contas, o cotista tem mais previsibilidade nas suas receitas e pode utilizar dos rendimentos mensais para, após alguns anos investindo, custear o seu padrão de vida. Fundos Imobiliários
Quais são as principais bolsas de valores do mundo?
Depois de conhecer alguns dos ativos negociados na bolsa, outro ponto importante é conhecer as diferentes bolsas que existem no mundo.
Afinal de contas, atualmente é muito fácil investir fora do país, o que faz necessário que os investidores conheçam um pouco das bolsas e das possibilidades de investimento no exterior.
E, nesse sentido, as principais bolsas de valores do mundo são:
New York Stock Exchange
Talvez a principal bolsa de valores do mundo seja a NYSE (New York Stock Exchange), mais conhecida no Brasil simplesmente como a Bolsa de Nova York. Localizada no icônico centro financeiro de Wall Street, na ilha de Manhattan, a NYSE foi fundada no século 17, no ano de 1792.
De lá para cá, a bolsa de valores de Nova York foi responsável pela negociação de grandes companhias globais de capital aberto. Atualmente, para se ter ideia da grandeza da NYSE, a soma do valor de mercado das empresas listadas ultrapassa a marca de 20 trilhões de dólares.
Por fim, algumas das empresas listadas na bolsa de Nova York são:
- Berkshire Hathaway;
- Coca Cola Company;
- JP Morgan;
- Walmart;
- Disney.
NASDAQ
A segunda bolsa de valores se grande relevância internacional é a NASDAQ (National Association of Securities Dealers Automated Quotations). Também sediada em Nova York, a bolsa de Nasdaq foi fundada mais recentemente, em 1971.
E por ser mais nova, a NASDAQ surgiu com um modelo de negociação disruptivo, em que o chamado “trading floor”, que são aqueles famosos salões de negociação da bolsa, foi dispensado. Então, todas as negociações nessa bolsa de valores norte-americana são realizadas eletronicamente.
Além disso, outra característica da NASDAQ é a alta concentração de listagem de empresas de tecnologia, que tendem a preferir realizar a abertura de capital, o IPO, nessa bolsa. Por fim, algumas das empresas listadas na Nasdaq são:
- Apple;
- Microsoft;
- Amazon;
- Google;
- Facebook;
- Intel;
- XP.
London Stock Exchange
Outra importante bolsa de valores do mundo é a bolsa de Londres, a chamada London Stock Exchange (LSE). Fundada em 1801, ela é considerada um dos maiores centros financeiros da Europa.
No início do século XX, a LSE era considerada a maior bolsa de valores do mundo. No entanto, ela foi perdendo espaço e cedeu essa posição para a NYSE. De qualquer forma, a bolsa britânica continua sendo muito relevante. A LSE possui quase 3000 companhias listadas, número que fica próximo das bolsas norte-americanas.
Por fim, algumas das empresas listadas na bolsa de Londres são:
- British American Tobacco;
- Royal Dutch Shell;
- Anglo American;
- HSBC Holdings.
Tokyo Stock Exchange
Mais uma bolsa de valores internacional muito importante para o mercado é a Tokyo Stock Exchange (TSE), ou apenas bolsa de Tóquio. Responsável pela listagem das empresas do famoso índice Nikkei 225, a bolsa do Japão também se configura entre as mais importantes bolsas do mundo.
Fundada em 1878, a TSE é responsável pela listagem de grandes empresas, como:
- Bridgestone;
- Panasonic;
- Toyota;
- Honda;
- Nissan.
Shanghai Stock Exchange
Outra bolsa de valores do mundo muito relevante no mercado financeiro internacional é a bolsa da China, a Shanghai Stock Exchange (SSE).
E apesar da maior parte das pessoas não conhecer as empresas listadas na SSE, essa bolsa é responsável por listar algumas das maiores empresas do mundo, como:
- Kweichow Moutai
- China Life;
- Bank of China;
- PetroChina.
Além da Tokyo Stock Exchange e da Shanghai Stock Exchange existem outras bolsas asiáticas que são importantes para a economia global como a Hong Kong Stock Exchange (HKEX).
B3
Por fim, mas não menos importante, temos também a bolsa de valores brasileira, a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). Possuindo cerca de 300 empresas listadas e uma capitalização próxima de 1 trilhão de dólares, a B3 foi considerada, em 2017, a quinta maior bolsa de valores do mundo.
Bolsa de valores no Brasil
Após conhecer um pouco mais sobre quais são as bolsas do mundo, o investidor brasileiro precisa conhecer um pouco melhor sobre o histórico da bolsa de valores no Brasil. Afinal de contas, a maior parte do patrimônio de investidores brasileiros estará investido em empresas com capital aberto na B3, a bolsa brasileira.
História da bolsa de valores no Brasil
A história da bolsa de valores no Brasil começa em 1890, quando Emílio Rangel Pestana criou a Bolsa Livre. Contudo, essa bolsa não durou muito tempo, encerrando as suas operações no ano seguinte a sua criação, em 1891.
Alguns anos depois, outra bolsa foi criada em São Paulo, a Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo, inaugurada em 1895. Décadas depois, em 1934, seu nome foi alterado para Bolsa Oficial de Valores de São Paulo. Posteriormente, em 1967, essa bolsa finalmente passou a chamar Bolsa de Valores de São Paulo, a Bovespa.
E apesar da sua relevância hoje, destaca-se que, naquela época, a bolsa de São Paulo não era tão importante como atualmente. Afinal, o mercado de capitais brasileiro ainda era pulverizado, possuindo cerca de 27 bolsas.
Além disso, dentre essas bolsas, a Bovespa também não era considerada a maior bolsa do Brasil. Na verdade, a bolsa de valores do Rio de Janeiro era aquela que concentrava as negociações das maiores empresas da capital aberto do país.
Contudo, devido aos crashes do mercado na década de 70, a bolsa do Rio foi perdendo espaço no mercado para a bolsa de São Paulo. Então, alguns anos depois, em 2000, a bolsa de São Paulo e do Rio de Janeiro se integraram, operação que também envolveu as bolsas BOVMESB (Bolsa de Minas, Espírito Santo e Brasília).
Alguns anos depois, em 2008, a Bovespa realizou uma importante fusão com a BM&F, a bolsa de mercadorias e futuros, que era a maior bolsa do Brasil na negociação de contratos de mercadorias, como commodities, e de derivativos. Criou-se, então, a BM&F Bovespa.
Uma década depois, em 2017, a BM&FBovespa fundiu-se com a CETIP, que concentrava as negociações no mercado balcão. Depois dessa operação, a conhecida B3 nasceu.
B3 (Brasil, Bolsa, Balcão)
Como foi exposto, a grande bolsa brasileira possui um longo histórico de acordos, fusões e aquisições. Mais recentemente, em 2017, a BM&F Bovespa se fundiu com a CETIP, fundando a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), a bolsa de valores do Brasil.
Sendo uma espécie de monopólio natural, a B3 é responsável hoje pela maior parte das transações de títulos e valores mobiliários no Brasil. O destaque, é claro, fica para a negociação das ações das empresas de capital aberto do país.
Nesse sentido, é possível destacar como algumas das empresas listadas na B3:
- Petrobras (PETR4);
- Ambev (ABEV3);
- Vale (VALE3);
- Itaú Unibanco (ITUB4);
- Banco do Brasil (BBAS3);
- Magazine Luiza (MGLU3).
Essas são apenas 6 das mais de 300 empresas listadas na bolsa brasileira, as quais compõem os cerca de 3 trilhões de capitalização da B3. E apesar de serem números grandes, destaca-se que a B3 — em comparação com outras bolsas — ainda tem muito espaço para crescer na quantidade de companhias listadas e no valor de mercado total dessas empresas.
Vale a pena investir na bolsa de valores?
Conhecendo um pouco mais sobre quais são as bolsas do mundo e os ativos disponíveis para investir no mercado, investidores procuram saber se realmente vale a pena investir na bolsa de valores. Afinal, é preciso ter muita segurança ao realizar qualquer aplicação com o dinheiro conquistado com o trabalho.
No entanto, é preciso destacar que não só investir na bolsa de valores vale sim, a pena, mas também é uma das melhores formas de potencializar os ganhos obtidos no trabalho de maneira passiva.
Com isso, o investidor que acredita e que aplica seu dinheiro na bolsa de valores ao longo do tempo possui o privilégio de ter grande chance de conquistar, no futuro, a independência financeira. Neste estágio de vida, a renda passiva oriunda dos investimentos em bolsa é capaz de arcar com todas as despesas do investidor.
Mas para provar que isso é possível, abaixo alguns demonstrativos sobre a rentabilidade da bolsa de valores:
Rentabilidade histórica da bolsa de valores
Afirmar que investir na bolsa de valores vale a pena, por si só, não é algo convincente. Então, é necessário demonstrar, com estudos e dados concretos, que a rentabilidade histórica da bolsa de valores foi realmente atrativa.
Todavia, é preciso destacar que a maioria dos estudos sobre o desempenho das bolsas no passado considera o mercado acionário norte-americano. Apesar disso, os resultados obtidos historicamente pela bolsa brasileira, em dólar, foram comprovadamente superiores ao desempenho das ações nos Estados Unidos.
Abaixo, o gráfico da rentabilidade histórica da bolsa de valores brasileira:
Nesse gráfico, é possível observar o poder do investimento na bolsa de valores no Brasil no passado, sendo que o período apresentado está de 1963 até junho de 2020. Mais impressionante que isso ainda foi o desempenho das ações norte-americanas em um período mais longo.
O gráfico abaixo, do livro “Investindo em Ações para o Longo Prazo”, de Jeremy Siegel, que demonstra o retorno real de alguns ativos nos EUA desde 1802:
Observa-se que 1 dólar investido em 1802 no mercado acionário norte-americano teria se transformado em mais de US$700 mil em 2012 — uma rentabilidade real, média e anual de 6,6%. Isto sem contar o bull market que as ações dos EUA passaram desde então.
Ainda, outro ponto importante é o quão superior foi o retorno das ações da bolsa de valores em relação a outros ativos, como os títulos de dívida, conhecidos como “bonds”.
Nesse mesmo sentido, há outro infográfico do livro de Siegel que mostra a superioridade do retorno das ações da bolsa em relação aos títulos de renda fixa em diversos países.
Abaixo, a comparação feita entre os anos de 1900 e 2012, sendo as ações demonstradas como “equities” e os títulos como “bonds” e “bills”:
Como investir na bolsa de valores?
Após conhecer um pouco mais sobre o histórico de rentabilidade e o poder de investimento em empresas da bolsa, muitas pessoas podem, por fim, se perguntar: mas como investir na bolsa de valores?
Primeiramente é preciso deixar claro que o investimento na bolsa pode ser sim, algo rentável e poderoso. Contudo, existem duas características básicas que o investidor deve possuir: paciência e constância.
A paciência é importante porque não existe dinheiro fácil no mercado financeiro e, porque todos os ganhos relevantes virão com o tempo. Afinal de contas, os efeitos dos juros compostos ganham tração com a inexorável passagem do tempo.
Já a constância é fundamental para garantir o sucesso nos investimentos ao longo desse tempo, uma vez que pouco adianta aplicar, vez ou outra, uma pequena quantia na bolsa. Então, o ideal é ter constância para, recorrentemente, investir na renda variável.
Com a constância e a paciência, o investidor já estará à frente da maioria dos agentes de mercado que buscam extraordinários retornos de curto prazo — os quais, infelizmente, não existem.
Além disso, o ideal é que os investidores também procuram observar quais foram as estratégias bem-sucedidas da bolsa no passado. Assim, poderão replicar as metodologias que, de fato, trouxeram resultado.
No caso, a análise fundamentalista de ações foi, com folga, aquela que apresentou a melhor rentabilidade ao longo do tempo. Nela, os investidores, basicamente, tratam as ações como pequenas fatias de empresas, com o objetivo de participar do lucro dessas companhias.
Essa estratégia fundamentalista é contrária às metodologias de investimento embasadas na especulação. Isto porque, no longo prazo, esse tipo de estratégia de curto prazo tende a apresentar retornos negativos, gerando prejuízos para os investidores.
Por fim, abaixo o passo a passo para investir na bolsa de valores:
- ABRIR CONTAEM UMA CORRETORA
- TRANSFERIR O VALOR; Que será investido
- ESCOLHER OS ATIVOS E; diversificar a Carteira
- INVESTIR E; monitorar os investimentos
Abrir conta em uma corretora
O primeiro passo para investir na bolsa de valores é abrir conta em uma corretora de valores. Será por meio dessa corretora que o investidor conseguirá entrar na plataforma de negociação que dá acesso às negociações da bolsa de valores — o chamado Home Broker.
É preciso destacar que isso também poderia ser feito através de um desses grandes bancos de varejo. No entanto, a maior parte deles ainda insiste em cobrar altas taxas de administração e de custódia para investidores da bolsa, algo que não ocorre com a maior parte das corretoras.02
Transferir o valor que será investido
Após decidir qual corretora você deve utilizar, o segundo passo para investir na bolsa é, obviamente, transferir os recursos para a conta que foi aberta. Assim, o investidor terá o dinheiro necessário e disponível para realizar suas aplicações.
Nesse caso, para obter sucesso no longo prazo, o ideal é realizar aportes constantes nos investimentos. Isto é, não investir apenas uma única vez, mas fazer um planejamento financeiro para alocar uma parte do seu capital todos os meses.
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Escolher os ativos e diversificar a carteira
Em terceiro lugar, após ter o recurso disponível para investir, é escolher quais serão, de fato, os ativos que o investidor irá aplicar o seu dinheiro.
Para isso, o ideal é que esse investidor utilize a análise fundamentalista e tente escolher os ativos que mais se encaixam no seu perfil e nos seus objetivos.
Investir e monitorar seus investimentos
Por fim, depois de escolher quais serão os ativos da bolsa que irá aplicar, basta realizar propriamente o investimento e, claro, esperar. Afinal, como foi colocado, os grandes retornos vêm com a inevitável passagem do tempo.
Veja outros conceitos importantes em nosso glossário! Confira por aqui.
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