A CVC reportou seus números referentes ao 4T21 e ao consolidado de 2021. A receita líquida no trimestre aumentou 92,9% A/A, com destaque para o maior tíquete médio em viagens domésticas (alta temporada), e incremento na demanda por viagens internacionais, sobretudo na Argentina, com consumidores possivelmente reagindo de forma antecipada a potenciais mudanças daquele país. Em 2021, a Receita Líquida foi 59,6% superior a 2020, impactada pelo aumento gradual das Reservas Consumidas e do ticket médio. O saldo em créditos de viagens gerados por conta dos efeitos da Covid-19 era de R$ 761,1 milhões no final de 2021, R$ 68,7 milhões inferior ao saldo ao final de setembro.

As Despesas Gerais e Administrativas cresceram 36,3% no 4T21 em comparação ao trimestre anterior por reajuste salarial decorrente de acordo sindical (“dissídio”, em 10%, ocorrido em novembro), maiores despesas com TI e ausência da economia gerada pela redução de jornada de trabalho ocorrida no 3T21, parcialmente compensados por reversão de parte da provisão de bônus. No ano, o fortalecimento de diversas áreas, como Governança, Clientes e Tecnologia da Informação, contribuíram para o aumento de 11,3% ante 2020. As Despesas de Vendas avançaram 70,7% no 4T21 frente ao 3T21 por consequência do aumento das Reservas Consumidas na Argentina e no Brasil. As Outras Despesas Operacionais aumentaram 19,8% no 4T21 em relação ao 3T21 em decorrência, principalmente das despesas incorridas pela descontinuação das operações da Companhia Aérea ITA e de receitas provenientes de companhias aéreas referentes a reembolsos já pagos, líquidas de novas provisões para pagamentos de reembolsos que, conjuntamente, produziram impacto negativo de R$ 19,9 milhões.

No 4T21, o EBITDA foi negativo em R$ 35,4 milhões enquanto o EBITDA Ajustado, o qual acresce as despesas com boletos e excetua os itens não recorrentes, foi positivo em R$ 8,9 milhões, ante o Ebitda ajustado negativo de R$ -33,3 milhões no 3T21 e R$ -112,6 milhões.

Por fim foi reportado um prejuízo líquido de R$ 145,8 milhões frente a um lucro líquido de R$ 392,5 no 4T20, quando a empresa foi impactada positivamente por R$ 321,3 milhões não recorrentes referentes a imposto de renda e contribuição social referente em decorrência do resultado negativo de 2020.

No quarto trimestre, a CVC Corp gerou R$ 132,3 milhões de Fluxo de Caixa nas Atividades Operacionais com crescimento acelerado das Reservas Consumidas, e melhor Capital de Giro, sendo este beneficiado pelo desconto de recebíveis de cartão de crédito – R$ 660,6 milhões antecipados no trimestre, dos quais R$ 503,9 milhões ainda estariam na rubrica Contas a Receber em 31 de dezembro. A empresa atingiu também o menor patamar de Dívida Líquida em 2 anos, beneficiada pela amortização de dívidas no 2º semestre e aumentos de capital realizados, bem como pela antecipação de recebíveis.

Impacto: Marginalmente positivo. Apesar do prejuízo reportado em virtude, principalmente, do aumento de despesas, os números vêm apresentando melhoras substanciais, tendo como destaque o forte aumento da receita no trimestre e o Ebitda ajustado positivo. A Guide Investimentos vê como grandes destaques a operação na Argentina que mais que dobrou a receita em um trimestre e cresceu 145% na comparação anual, e o B2C, que praticamente dobrou ante o 4T21. Além disso o endividamento foi outro ponto positivo, que atingiu o menor patamar em 2 anos. Dito isso, a Guide segue com recomendação de compra para os papéis de CVC, que deve continuar a apresentar melhora operacional, conforme as restrições por conta da Covid-19 diminuem.

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