Cielo (CIEL3); O plano de virada
A companhia tem um plano de reestruturação, e promete focar no seu core-business para dar a volta por cima. Por conta disso, vendeu a Merchant E-Solutions, uma empresa americana da qual ela era dona, para a Sam I Acquisition Corp, por US$ 290 milhões, o que animou o mercado e justifica a alta. Desse dinheiro, US$ 140 milhões vão ser pagos em uma parcela fixa, e outros US$ 150 milhões virão após determinadas premissas acordadas entre Cielo e Sam I.
A Merchant E-Solutions era deficitária, e tinha contribuído negativamente em R$ 150 milhões durante o ano de 2021. O valor também foi considerado bom, cerca de 11% a 23% do valor de mercado da empresa, de acordo com relatório do Credit Suisse.
Assim, a empresa vem realizando desinvestimentos para focar no que é seu negócio principal e conseguir entregar com excelência em um mercado de pagamentos cada vez mais competitivo. Se dez anos atrás ele era dominado praticamente por Cielo e Rede, atualmente o mercado tem muito mais competidores e sofre pressão das big techs americanas, só o prospecto da Apple permitir que todo iPhone vire uma maquininha de pagamento já é o suficiente para assustar os investidores da Cielo.
Entre os maiores acionistas estão Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4), dois dos maiores bancos do Brasil. Recentemente, o Banco do Brasil reafirmou a importância estratégica da Cielo para a empresa, enquanto o Bradesco vem com essa mesma mensagem durante os últimos anos. Ambas as companhias não sinalizaram a possibilidade de desinvestir em Cielo, e, quando o mercado estimou alguma coisa, foi que o Bradesco planejava fechar o capital da empresa – o que também não ocorreu.
Se o plano de reestruturação der certo e a empresa voltar a ser uma das queridinhas da bolsa, muito dinheiro pode ser retornado para o acionista. Depois de quatro anos de fortes quedas, atualmente a empresa vale menos em bolsa do que seu patrimônio.