O 5º Levantamento da Safra 2021/2022, divulgado nesta quinta-feira (10), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mostra que a produção total da safra de grãos no Distrito Federal nesta temporada deve chegar a 799 mil toneladas, o que significa uma elevação de 6,2% em relação ao ciclo anterior. O aumento é motivado principalmente pela área semeada no atual exercício, de 166,8 mil hectares, superior à da última safra. Isso porque a cultura ocupou as áreas do milho primeira safra e, em menor escala, as de pastagens.
A produtividade estimada para a soja no DF deve manter-se em 3.720 kg/ha, o que resultará em uma produção de 313,2 mil toneladas, sendo 7,3% superior à obtida na safra passada devido aumento de área plantada. O fator que ainda preocupa os sojicultores da região é a menor incidência de luminosidade, devido aos dias mais nublados, visto que a cultura expressa maior potencial produtivo quando exposta a períodos mais longos de sol. A maioria da soja colhida até a semana do levantamento foram de áreas irrigadas, cultivadas com variedades precoces e conforme informações dos produtores as médias superaram 4.000 kg/ha.
Um fator acompanhado de perto pelos produtores são os preços de insumos, que seguem elevados. Para contornar a situação e manter a rentabilidade, boa parcela de agricultores do Distrito Federal anteciparam as compras de sementes, defensivos, fertilizantes e outros insumos para a segunda safra (safrinha) 2021/2022. “A disponibilização de sementes para o plantio da primeira safra chegou a atender a demanda dos agricultores, porém os preços sofreram alterações acompanhando o mercado da soja comercial e a variação cambial, aumentando os custos de produção”, explica o superintendente da Conab no DF, Rafael Bueno. “Outro ponto de impacto na atual safra são os preços das matérias-primas importadas e dos combustíveis, que acabam por onerar os custos de operação de máquinas nas atividades agrícolas nesta safra. Ainda assim, as culturas seguem com prognósticos positivos, o que confirma a evolução do setor produtivo local”.
No caso do milho, a primeira safra foi semeada em uma área de 16,1 mil hectares, redução de 26,1% em relação à cultivada no ano anterior. A produtividade média estimada é de 9.570 kg/ha e produção de 154,1 mil toneladas, 24,3% inferior à safra passada. Já a segunda safra de milho foi plantada em áreas onde foi cultivado o feijão primeira safra. A semeadura está sendo feita imediatamente à colheita, com 50% da cultura em fase de germinação. Os principais fatores que justificam a menor área de milho da primeira safra diz respeito à preferência do produtor pelo cultivo da soja de variedades precoces, deixando o cultivo do milho como opção para a segunda safra, onde o investimento é menor em insumos, principalmente em fertilizantes, minimizando os custos.
O levantamento mostrou também que as lavouras de feijão primeira safra encontram-se quase todas em final de colheita, restando menos de 20% para finalizar. Neste ciclo, foram cultivados mais de 10,3 mil hectares. Comparado com a safra anterior, houve um aumento médio de 4% na área da leguminosa, com produtividade média esperada de 2.630 kg/ha, considerando as duas variedades: cores e preto. A produção deverá alcançar 27,1 mil toneladas, 4,2% superior ao ciclo 2020/2021. “Lembrando que esta expectativa fica na dependência dos fatores climáticos, como o excesso de chuvas, que pode interferir na colheita das últimas lavouras que estão em campo”, ressalta Bueno. “Neste levantamento, verificamos o predomínio de plantio do feijão cores no DF, com cerca de 95% da área total cultivada e 5% de feijão preto. Segundo informações que recebemos, as produtividades oscilam entre 40 e 50 scs/ha, ou seja, entre 2.400 kg/ha e 3.000 kg/ha”.
O trabalho de campo para esta quinta atualização da safra foi realizado entre os dias 24 e 28 de janeiro no Distrito Federal e Entorno, que consistiu em viagens a campo e consulta das principais fontes de informações agropecuárias locais, levantando informações relativas a área semeada, a produtividade média e os estádios das culturas de primeira safra, como feijão, milho e soja. Quanto às lavouras de segunda safra e de inverno, que incluem feijão, girassol, milho, sorgo e trigo, referente à temporada 2021/2022, serão melhor avaliadas a partir de fevereiro de 2022, quando se intensificam os plantios dessas culturas.
Os números completos da safra no DF e Entorno, e também em todo o país, podem ser conferidos no 5º Levantamento – Safra 2021/22, disponível no Portal da Conab.
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