(*) Brunno Costa

O mercado de ações brasileiro está em expansão, com mais empresas de diferentes segmentos, abrindo o capital e listando as ações na Bolsa. A tendência é que o número de IPOs continue aquecido em 2022. Abrir o capital demanda mudanças, exigindo ferramentas para conduzir a gestão estratégica da informação, tanto interna quanto externamente, para a produção dos relatórios financeiros, de pessoal, da governança corporativa, entre outros. Portanto, a adoção de práticas de governança destes dados, a fim de garantir um melhor desempenho e conformidade da empresa com as regras da bolsa é uma necessidade. Pela importância dos dados da atualidade, o valor de uma companhia pode ser afetado por vazamentos, ataques de cibercriminosos e acesso indevido às informações privilegiadas por parte de pessoas não autorizadas.

Com o avanço da transformação digital, a volatilidade do mercado e necessidade de uso estratégico da informação, o aprimoramento dos diferentes modelos de governança corporativa de dados depende das tecnologias da comunicação e informação para o estabelecimento de processos de governança estruturados. A promulgação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil e da General Data Protection Regulation (GDPR) na Comunidade Europeia são outros elementos deste contexto, que demandam políticas, práticas e tecnologias para cumprir todas as regras legais.

É possível prover maior governança sobre os dados a partir de plataformas de integração e catalogação de dados que atendam as mais variadas arquiteturas de dados existentes, seja quando as empresas operam em ambientes em nuvem ou ambientes locais (on premises), envolvendo replicação de dados entre diferentes estágios e arquiteturas.

O uso de uma plataforma de Business Intelligence (BI) facilita o consumo, geração e compartilhamento de informações, e ela pode ser integrada com uma plataforma de integração e catalogação de dados, fornecendo às empresas de capital aberto a capacidade de disponibilizar informações às partes interessadas, como auditorias e investidores, de modo governado, além de prover autonomia no trabalho com dados pelas equipes da empresa, garantindo a segurança de acesso, o controle, a qualidade e a credibilidade das análises. 

As mais modernas plataformas de BI oferecem ferramentas de integração e catalogação de dados a partir da combinação de diversos recursos tecnológicos. A integração tem o objetivo de fornecer um processo ágil de disponibilização dos dados. A catalogação visa disponibilizar um único canal de entrada e acesso para os dados da organização.

O acesso aos dados continuará ocorrendo, porém de modo ágil, amigável e seguro. Já o consumo dos dados será realizado mediante a utilização de plataformas que exigem o uso de credenciais do usuário (acesso autenticado), que será auditado, sendo possível recuperar as ações realizadas pelo usuário com os dados dentro do catálogo, provendo maior governança e controle.

O catálogo, como “porta” de entrada única para as demandas de dados internas, atende as mais diversas necessidades de extrações de dados pontuais  até a entrega de informações para cientistas de dados fazerem uso em algoritmos, pensando no consumo dentro das empresas.

Em resumo, a implementação de plataformas BI com plataformas de integração de dados e de catalogação de dados torna o processo de compartilhamento de informações mais ágil, seguro e governado, uma vez que os acessos aos dados ocorrem por um único meio e é rastreável. Além de apoiar as empresas de capital aberto a estarem em conformidade com as legislações de proteção de dados, pois pode-se dizer que o uso de tecnologia é um dos pilares destas leis.

(*) Brunno Costa, Consultor Analytics na IN – Inteligência de Negócios. É formado em computação pela Universidade de Brasília, com especialização em Análise de Inteligência de Negócio pelo Instituto de Gestão e Tecnologia da Informação e Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral.

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