Com a volta de algumas fábricas que estavam paradas, outubro teve 177,9 mil autoveículos produzidos, 2,6% a mais que em setembro. Mas na comparação com outubro do ano passado, a queda foi de 24,8%. Geralmente outubro é um mês de produção bastante elevada, para abastecer as lojas na reta final do ano, quando a procura é mais aquecida. Porém, as limitações de componentes eletrônicos fizeram com que este outubro fosse o pior dos últimos cinco anos, de acordo com o balanço mensal divulgado pela ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Autoveículos).
“Os esforços das áreas de Compras, Logística e Manufatura das montadoras merecem todos os elogios, mas infelizmente a demanda reprimida, somada ao tradicional aquecimento de fim de ano, poderá não ser atendida pela oferta”, afirmou o presidente da ANFAVEA, Luiz Carlos Moraes.
As vendas ao mercado interno e os estoques reduzidos refletem com precisão o que ocorre na produção, revelando que tudo o que é produzido é rapidamente repassado aos clientes. Em outubro foram 162,3 autoveículos emplacados, 4,7% a mais que em setembro e 24,5% a menos que em outubro de 2020. Assim como verificado na produção, este foi o pior outubro dos últimos cinco anos em vendas.
Houve leve queda de produção (1,7%) e vendas (5%) para caminhões em outubro, na comparação com setembro, o que indica que a falta de semicondutores também começa a afetar este segmento que vinha em alta desde a metade do ano passado. Por terem volumes de produção menores do que os automóveis, os caminhões ainda não tinham sido fortemente impactados pela falta de itens eletrônicos até então.
As exportações de 29,8 mil autoveículos representaram alta de 26,1% sobre setembro e queda de 14,6% sobre outubro de 2020. No acumulado do ano já foram exportadas 241,9 mil unidades, 26,8% a mais que no mesmo período do ano passado. É um desempenho superior às altas acumuladas de produção e de vendas, de 16,7% e 9,5%, respectivamente, lembrando que 2020 teve um desempenho fortemente prejudicado pelo início da pandemia. Segundo o presidente da ANFAVEA, os números estão em linha com as projeções refeitas há um mês, que apresentavam um crescimento tímido em relação ao ano passado – diferente da expectativa do início do ano, que era de uma forte reação.
Com todos os problemas nas linhas produtivas, é interessante notar que houve aumento do nível de emprego ao longo de 2021, com 1.402 novas vagas nas fábricas de autoveículos – são 102.625 funcionários diretos, sem contar os das fábricas de máquinas agrícolas e de construção. “Nossa indústria faz o possível e o impossível para garantir os empregos, sempre na expectativa de uma reação do mercado. Esperamos responsabilidade de todos os agentes públicos para que em 2022 haja uma melhoria no ambiente geral de negócios, a despeito de ser um ano eleitoral”, concluiu Luiz Carlos Moraes.
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