O índice de produção agregado no Brasil continuou a subir em outubro, com o forte crescimento da economia de serviços mais do que compensando a fragilidade do setor industrial, segundo dados do Instituto Markit Economics. Com 53,4, menos do que os 54,7 de setembro, o Índice Consolidado de dados de Produção indicou um ritmo consistente de crescimento, que, no entanto, foi o mais lento no atual período de cinco meses de expansão.
De forma semelhante, os prestadores de serviços conseguiram garantir novos trabalhos em outubro, mas os fabricantes observaram um declínio no volume de pedidos. O volume agregado de novos negócios subiu pelo sexto mês consecutivo. A taxa de crescimento foi sólida, embora a mais atenuada desde maio.
Os postos de trabalho no setor privado no Brasil aumentaram ainda mais, levando a sequência atual de crescimento para cinco meses. O ritmo de aumento foi acentuado, apesar de abrandado em relação a setembro. Os números relativos à folha de pagamento aumentaram nos setores de produção e serviços.
Os dados de outubro indicaram um aumento quase recorde nos custos de insumos ao longo do setor privado brasileiro. Simultaneamente, a taxa de inflação dos preços cobrados atingiu um recorde na série. Por fim, a confiança entre as empresas do setor privado arrefeceu em outubro. O nível geral de sentimento positivo esteve no menor patamar em três meses, com declínios evidentes junto a fabricantes e prestadores de serviços.
Serviços
Os prestadores de serviços aproveitaram um excelente volume de novos negócios durante outubro, propiciando um aumento acentuado da produção e mais criação de empregos. De modo preocupante, contudo, as empresas observaram outro aumento substancial dos custos de insumos, o segundo mais forte na história da pesquisa. Subsequentemente, os preços cobrados pela prestação de serviços no Brasil atingiram um ritmo elevado jamais visto. A confiança nos negócios permaneceu positiva, mas o sentimento foi abafado por preocupações acerca do poder de compra das famílias e as eleições gerais de 2022.
Com 54,9 em outubro, crescendo com relação aos 54,6 de setembro, o principal Índice de Atividade de Negócios do setor de Serviços da IHS Markit para o Brasil indicou uma expansão mensal acentuada da produção, dentre as mais aceleradas já vistas desde o início de 2012. O aumento foi muito associado ao crescimento da cobertura vacinal, à redução de casos de COVID-19 e à subida do volume de novos pedidos.
As empresas indicaram um aumento no volume de novos negócios pelo sexto mês consecutivo, em outubro.
O ritmo de expansão permaneceu acentuado, embora tenha se assentado no menor patamar em quatro meses. Os participantes da pesquisa indicaram que as condições de demanda melhoraram com o recuo da pandemia e o progresso do acesso às vacinas. O crescimento das vendas ocorreu apesar do aumento substancial dos preços cobrados pela prestação de serviços. Os dados de outubro destacaram a taxa mais acentuada de inflação dos preços cobrados nos quase 15 anos de coleta de dados. Preços crescentes para insumos foram citados como o principal fator para as revisões, para cima, das tarifas.
De forma semelhante, os custos médios de insumos subiram a um ritmo quase recorde, atrás somente do registrado em setembro. Os participantes da pesquisa citaram a alta dos preços para energia, alimentos, combustível, gás, itens de higiene, EPI (equipamentos de proteção individual) e aluguéis. A valorização do dólar americano também esteve por trás do recente aumento das despesas gerais, de acordo com as empresas monitoradas.
Algumas empresas se mostraram preocupadas com o fato de que as pressões elevadas sobre os preços e o respectivo declínio do poder de compra possam limitar a demanda e a produção no próximo ano, enquanto que outras também se mostraram ansiosas com relação ao impacto na economia das eleições gerais do próximo ano.
Consequentemente, o nível geral de confiança nos negócios caiu, em outubro, ao menor patamar em três meses. Mais postos de trabalho foram criados em outubro, uma vez que os prestadores de serviços contrataram mão de obra extra para atender as crescentes necessidades de demanda. A expansão mais recente do índice de emprego foi consistente e a quinta em meses consecutivos.
Os esforços recentes de expansão da capacidade ajudaram as empresas a liquidar seus negócios pendentes em outubro. Os pedidos em atraso diminuíram a um ritmo consistente, o mais acelerado desde maio. De outra perspectiva, houve declínios sucessivos em novos pedidos para exportação recebidos pelas empresas de serviços. A taxa de contração vista em outubro foi acentuada e a mais acelerada em sete meses.
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