Na última quarta-feira (22), o Copom (Comitê de Política Monetária) teve sua reunião periódica para decidir a nova taxa básica de juros nacional, a Selic.
Devido a persistência do aumento da inflação, a crise hídrica ganhando contornos e a preocupação de que as reformas fiscais sejam postergadas, o Comitê decidiu aumentar a taxa Selic em 1%, saindo de 5,25% para 6,25% ao ano.
Não é a primeira vez que a taxa dá um salto de 1 ponto percentual. Além disso, os números atuais da Selic chegaram a um patamar histórico de alta. Essa mudança gerou diversas críticas de economistas e especialistas, mesmo que a decisão seja benéfica para alguns investimentos de renda fixa.
Portanto, veja como o aumento da taxa afeta a economia e quais investimentos se beneficiam dela:
Críticas sobre o aumento
O aumento da taxa Selic recebeu diversas críticas do mercado. Isso porque já é a quinta vez que o indicador sobe em 1%. De acordo com especialistas, esses aumentos acabaram saindo do controle. Dessa forma, de acordo com os mesmos, a alta pode prejudicar a retomada da economia, bem como o poder de compra dos consumidores.
“Ao perseguir a meta de inflação do ano que vem com aumentos expressivos da Selic, o Banco Central põe em risco a recuperação econômica e aumenta a probabilidade de uma recessão no próximo ano”, afirma Robson Braga de Andrade, presidente da CNI.
Entretanto, em comunicado oficial, o Copom afirmou que a decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva. Assim, sendo compatível com a convergência do aumento dos preços para as metas no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2022 e, em grau menor, o de 2023.
Renda fixa
Com a alta da Selic, alguns investimentos acabam subindo junto. Esse é o caso da maioria das aplicações em renda fixa, por terem seus rendimentos atrelados à taxa.
Mesmo assim, é necessário prestar atenção se estes mesmos investimentos não perdem para a inflação, que também se encontra em alta.
“A renda fixa se torna mais atrativa com a subida da Selic, já que a mesma começa a pagar taxas bem mais interessantes. Assim, ativos de maior risco, como ações, acabam ficando menos atrativos”, explica Breno Giacomini, assessor de investimentos da iHUB Investimentos.
Tesouro Selic para médio prazo
Em suma, o Tesouro Selic se apresenta como uma opção viável de investimento para aqueles que são mais conservadores. Dessa forma, a aplicação paga 100% da taxa Selic, mais 0,194% ao ano.
Porém, o investidor precisa prestar atenção ao investir nesse tipo de renda fixa, pois ao resgatar os recursos antes do prazo, pode haver perda de dinheiro, assim como o pagamento de taxas.
CDBs pós-fixados
Assim como acontece com o Tesouro Direto, os investimentos em CDBs pós-fixados são investimentos seguros. Isso porque esse tipo de aplicação é garantida pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Entretanto, na caderneta da poupança, por exemplo, o rendimento só acontece na data de aniversário da conta. Já com alguns CDBs, a rentabilidade é recalculada diariamente.
Mas, vale ressaltar que é necessário se atentar. No caso da poupança, o rendimento é o mesmo em qualquer instituição financeira, Enquanto isso, os CDBs apresentam variações de acordo com o banco investido.
O que o investidor deve fazer agora?
Segundo o assessor da iHUB Investimentos, o investidor pode migrar parte dos ativos de maior risco para a renda fixa pós-fixada. Além disso, se estiver na carteira prefixada com taxa baixa, fazer um SWAP trocando o objeto de pré para pós fixado. Essa é uma operação mais sofisticada e normalmente não é feita por todas as instituições, ou não é direcionada a todo tipo e perfil de cliente.
“Estas informações não se tratam de recomendação de compra. Independentemente de qualquer informação ou situação, sempre é aconselhável fazer os investimentos de acordo com o perfil do investidor e procurar um profissional para auxiliar”, completa Breno Giacomini.
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