O setor industrial do Brasil continuou expandindo em agosto conforme as empresas elevaram a produção em conformidade com uma nova recuperação nos pedidos de fábrica, segundo dados do Instituto Markit Economics. A melhora na demanda também respaldou a criação de empregos, mas nos três casos as taxas de crescimento abrandaram em relação a julho.

Enquanto isso, a eliminação de pedidos em atraso sustentou um aumento recorde no índice de estoque de bens finais. As empresas novamente sugeriram que a escassez global de matérias-primas e a depreciação do real aumentaram os custos e, por sua vez, levaram a ajustes para cima nos preços de vendas, um fator que supostamente restringiu o crescimento da demanda. As taxas de inflação mantiveram-se historicamente elevadas, apesar da desaceleração em agosto.

O Índice Gerente de Compras™ (PMI®) do setor industrial da IHS Markit para o Brasil caiu da alta de cinco

meses de julho, de 56,7 para 53,6 em agosto, apontando para uma melhoria sólida, porém mais branda na saúde do setor. O crescimento foi sustentado nas três grandes áreas do setor industrial — bens de consumo, intermediários e de investimento — mas diminuiu em todos os três casos.

Os fabricantes relataram um aumento recorde no índice de estoque de bens finais no meio do terceiro trimestre. A recuperação resultou de tentativas de cumprir os prazos de entrega, esforços para aumentar os estoques de segurança e eliminação dos pedidos em atraso. De fato, os volumes de negócios pendentes tiveram uma diminuição acentuada em agosto. Os dados de agosto destacaram um quarto aumento mensal consecutivo na produção industrial, com crescimento associado ao aumento das vendas. No entanto, a taxa de expansão diminuiu para a mais fraca desde maio, em meio à escassez das principais matérias primas e à demanda internacional reprimida.

O total de novos negócios continuou expandindo em agosto, enquanto os pedidos internacionais diminuíram pela primeira vez em sete meses. O crescimento das vendas agregadas foi supostamente contido por níveis adequados de estoque nos clientes e uma relutância entre eles em fazer pedidos devido aos aumentos de preços.

Aumentos contínuos no volume de novos pedidos e projeções de crescimento otimistas apoiaram outra rodada de criação de empregos no setor industrial. Embora seja a mais lenta em três meses, a taxa de expansão de empregos foi acentuada. Enquanto algumas empresas compraram materiais adicionais para evitar escassez futura de insumos, e em antecipação a aumentos de preços; outras se abstiveram de fazê-lo devido às taxas já elevadas dos fornecedores.

Os níveis de compra agregada apresentaram um aumento acentuado, embora a um ritmo mais brando do que o observado em julho. Outro fator que encorajou as iniciativas de aumento de estoque foi uma visão comum de que as perspectivas futuras parecem melhores.

As previsões de novas melhorias na demanda, maior investimento, compra de novos equipamentos, expansão da capacidade e maior cobertura de vacinas aumentaram o otimismo em relação ao horizonte de 12 meses para a produção. O índice de estoque de insumos aumentou a um ritmo acentuado, embora tenha sido o mais fraco desde maio, já que continuou difícil a obtenção de algumas matérias-primas. Algumas empresas indicaram um influxo de entregas de pedidos feitos há vários meses. Os prazos médios de entrega de insumos aumentaram em uma das extensões menos destacadas vistas no ano passado. No entanto, a deterioração no desempenho dos fornecedores permaneceu acentuada.

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