Em julho, o crédito ampliado ao setor não financeiro alcançou R$12,7 trilhões (156,9% do PIB), aumentando 1,4% no mês, segundo dados do Banco Central (BC). A variação mensal refletiu crescimentos de 1,1% nos empréstimos e financiamentos e de 1,2% nos títulos de dívida. Já a dívida externa elevou-se 2,4% refletindo a depreciação cambial de 2,39% no mês. Na comparação interanual, o crédito ampliado cresceu 16,2%, resultado principalmente da elevação da carteira de empréstimos do SFN e de títulos públicos.

O crédito ampliado a empresas situou-se em R$4,3 trilhões (53,4% do PIB), com alta de 1,6% no mês. Destaque-se o crescimento de 2,3% da dívida externa – em função da depreciação cambial – bem como a alta de 1,8% do estoque de títulos. Em 12 meses, a variação de 8,4% refletiu principalmente o aumento de 14,5% na carteira de empréstimos e financiamentos e de 19,7% na de títulos no período.

O crédito ampliado às famílias totalizou R$2,7 trilhões (32,8% do PIB), com crescimentos de 1,5% no mês e 17,7% em doze meses, em função do desempenho dos empréstimos e financiamentos.

Operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN)

O saldo das operações de crédito do SFN alcançou R$4,3 trilhões em julho, elevação de 1,2% no mês, com acréscimos de 0,8% na carteira de pessoas jurídicas (saldo de R$1,8 trilhão) e de 1,5% em pessoas físicas (R$2,4 trilhões). Em doze meses, o crescimento da carteira total de crédito manteve-se estável, de 16,3% em junho para 16,2%, em julho. No período houve desaceleração da carteira de crédito para pessoas jurídicas, de 14,8% para 13,6%. De forma diversa, as operações de crédito destinadas às famílias seguiram em aceleração, de 17,5% para 18,2%, nos mesmos períodos de referência.

O crédito livre para empresas somou R$1,2 trilhão, com estabilidade no mês (+0,1%) e incremento de 13,1% em doze meses, destacando-se as operações de financiamento para aquisição de veículos, capital de giro com prazo até 365 dias, antecipação de faturas de cartão de crédito e financiamento de outros bens. O estoque do crédito livre às famílias atingiu R$1,3 trilhão, com incrementos de 1,6% no mês e de 20,1% em doze meses, registrando expansão na maioria das modalidades, destacando-se as operações de cartão de crédito à vista, crédito pessoal consignado público e para aposentados e pensionistas do INSS, além do crédito pessoal não consignado.

No crédito direcionado, a carteira de pessoas jurídicas alcançou R$677 bilhões em julho, altas de 1,9% no mês e de 14,6% em 12 meses, com destaque para a expansão de 7,1% na carteira de outros créditos direcionados, onde estão inseridas as operações contratadas no âmbito do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). O saldo das operações direcionadas com pessoas físicas somou R$1,1 trilhão, com incrementos de 1,4% no mês e de 16,0% em 12 meses, com continuidade da expansão dos financiamentos imobiliários.

As concessões totais de crédito somaram R$418,4 bilhões em julho. Na série com ajuste sazonal, houve crescimento mensal de 3,8%, com variações de 4,7% para pessoas jurídicas e de 1,8% para famílias. Destacaram-se as concessões na carteira de outros créditos direcionados a pessoas jurídicas (R$18,2 bilhões) onde se inserem as operações do Pronampe.

O Indicador de Custo do Crédito (ICC), que mede o custo médio de todo o crédito do SFN, permaneceu estável no mês (17,3% a.a.) e diminuiu na comparação com igual mês do ano anterior (-0,9 p.p.). No crédito livre não rotativo, o ICC situou-se em 22,9% a.a., variações de 0,2 p.p. no mês e de -0,8 p.p. na comparação interanual. O spread geral do ICC situou-se em 12,1 p.p., com estabilidade no mês e redução de 0,8 p.p. na comparação interanual.

A taxa média de juros das novas contratações de crédito registrou, em julho, elevação de 0,4 p.p. no mês e de 1,3 p.p. em doze meses, situando-se em 20,4% a.a. O spread bancário das concessões alcançou 14,6 p.p., com aumento de 0,2 p.p. e declínio de 0,8 p.p., nas mesmas bases de comparação.

Nas operações de crédito com recursos livres, a taxa média de juros atingiu 28,9% a.a. em julho, com incrementos de 0,5 p.p. no mês e de 1,6 p.p. na comparação com julho de 2020. No crédito livre para pessoas jurídicas, a taxa média de juros cresceu 0,9 p.p. no mês e 3,0% em doze meses, alcançando 15,4% a.a. Esse movimento mostrou-se disseminado nas principais modalidades, com destaque para desconto de duplicatas e outros recebíveis, capital de giro e financiamento às exportações. Em relação às famílias, a taxa média de juros situou-se em 39,8%, com redução de 0,1 p.p. no mês e em doze meses, com destaque para comportamento desigual entre modalidades: queda no crédito pessoal não consignado e aumento em cartões e aquisição de veículos.

A inadimplência seguiu estável no mês em 2,3%. Nas operações com recursos livres, a inadimplência atingiu 3,0%, variação de 0,1 p.p. no mês, enquanto nas operações direcionadas a taxa de inadimplência manteve-se inalterada em 1,4%.

Agregados monetários

A base monetária alcançou R$428 bilhões em julho, expansão de 1,4% no mês e de 1% em doze meses. No mês, papel-moeda emitido e reservas bancárias subiram 1,1% e 2,5%, respectivamente.

Entre os fluxos mensais dos fatores condicionantes da base monetária, contribuíram para a expansão: as operações do Tesouro Nacional, R$22,5 bilhões; as do setor externo, R$6 bilhões; e as com derivativos, R$8,9 bilhões. De forma contracionista, atuaram as operações com títulos públicos federais, R$9,7 bilhões (colocações líquidas de R$7,3 bilhões no mercado primário e vendas líquidas de R$2,4 bilhões no mercado secundário); as da Linha Temporária Especial de Liquidez e Redesconto, R$ 7,9 bilhões; e os depósitos de instituições financeiras, R$6,1 bilhões (recolhimentos de recursos de depósitos a prazo, R$4,1 bilhões, e de poupança, R$1,8 bilhões).

Os meios de pagamento restritos (M1) atingiram R$617,6 bilhões no mês, estáveis em relação ao mês anterior, em consequência da elevação de 1% do papel-moeda em poder do público e da diminuição de 0,7% dos depósitos à vista. Considerando-se dados dessazonalizados, o M1 avançou 0,7% no mês.

O M2 variou 1,2% no mês, totalizando R$4,1 trilhões. O saldo dos depósitos de poupança cresceu 0,7%, somando R$1,0 trilhão, enquanto o saldo dos títulos emitidos por instituições financeiras avançou 1,7%, totalizando R$2,4 trilhões. No mês, foram registradas captações líquidas de R$6,4 bilhões nos depósitos de poupança e de R$10,9 bilhões nos depósitos a prazo. O M3 avançou 1,2% no mês, totalizando R$8,4 trilhões. O saldo das quotas de fundos do mercado monetário aumentou 0,9%, totalizando R$4,1 trilhões. O M4 elevou-se 0,4% no mês, totalizando R$8,9 trilhões. Em 12 meses, alta de 12,1%.

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