🌎 MERCADOS GLOBAIS
Após 2ªfeira de forte recuperação, bolsas internacionais estão ensaiando uma nova sessão positiva, com bolsas europeias estáveis e futuros americanos no verde após mais uma sessão de ganhos na Ásia. Como destaque na sessão, ações de tecnologia na China puxaram a alta nesta 3ªfeira, na medida em que investidores buscavam oportunidades no setor após as fortes perdas sofridas nas últimas semanas. Nos EUA, o futuro do S&P 500 busca nova máxima histórica nominal, mas o ambiente mantém alguns sinais de cautela por parte dos investidores: o dólar volta a retomar fôlego contra seus principais pares (DXY) e o ouro atinge o maior patamar em duas semanas, negociado próximo dos US$ 1.807,00/oz. Commodities, por sua vez, ensaiam nova manhã de altas generalizadas entre os ativos, reagindo a quedas das últimas semanas enquanto o investidor avalia uma melhora de cenário para a economia da China. No radar, investidores seguiram acompanhando dados de atividade econômica e os mais novos desenvolvimentos da pandemia nas principais economias globais – a China parece ter estabilizado o surto mais recente –, enquanto aguardam mais pistas sobre o plano de voo do Fed com o início do simpósio de Jackson Hole (5ªfeira).
📰 HEADLINES
VALOR
STF deve referendar em plenário autonomia do Banco Central. O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) tende a declarar a constitucionalidade da lei que instituiu a autonomia do Banco Central (BC), em julgamento marcado para ter início amanhã. O Valor apurou que deve prevalecer a percepção de que o vício formal de tramitação da proposta, alegado pela oposição, é mera interpretação do Congresso Nacional obre a aplicação do seu próprio regimento, descabendo intervenção do Judiciário. O caso começou a ser analisado em junho, em plenário virtual. Na ocasião, foram computados o voto do relator, ministro Ricardo Lewandowski; pela derrubada da lei, e o do ministro Luís Roberto Barroso, pela manutenção da norma.
VALOR
Orçamento pode prever déficit primário de R$ 70 bi em 2022. Os dados preliminares do orçamento de 2022 apontam para um déficit primário ao redor de R$ 70 bilhões ou até menos; conforme antecipou o Valor PRO na última sexta-feira. Os números ainda podem sofrer alterações até o envio da proposta, em 31 de agosto, e carregam uma dose adicional de incerteza não só pela distância em relação ao próximo ano, mas também por fatores como a discussão em torno da reforma tributária, que pode reduzir a base de arrecadação.
ESTADÃO
Governo avalia retirar “excesso” da dívida dos precatórios do teto de gastos. O governo já começa a discutir internamente um “plano B” para a fatura bilionária de precatórios (valores devidos pelo poder público após sentença definitiva na Justiça) em 2022, calculada em R$ 89,1 bilhões. Embora o ministro da Economia, Paulo Guedes, insista na necessidade de parcelar as dívidas de valor mais elevado, ministros envolvidos nas negociações reconhecem que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) enviada pelo governo enfrenta resistências e é vista com desconfiança pelos parlamentares e no mercado financeiro. Sondagens feitas no Congresso apontam que o texto da PEC não será aprovado. Por isso, essa ala quer abrir o diálogo – inclusive com governadores que são credores de R$ 16,6 bilhões em precatórios em 2022 – e chegar a um desfecho mais “palatável”.
ESTADÃO
Economistas já veem inflação em 7,11% no fim do ano e reduzem projeção para o PIB. A projeção do mercado financeiro para a inflação em 2021 se distanciou ainda mais do teto da meta perseguida pelo Banco Central. Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA – o índice oficial de preços – este ano pela 20ª vez seguida; conforme o Relatório de Mercado Focus, de alta de 7,05% para 7,11%. Há um mês, estava em 6,56%. A projeção para o índice em 2022 subiu pela quinta semana consecutiva, de 3,90% para 3,93%.
FOLHA
Isolado, Bolsonaro radicaliza para inflamar atos de 7 de Setembro, e governadores pedem trégua. Isolado nos ataques ao STF (Supremo Tribunal Federal); Jair Bolsonaro radicaliza o discurso e inflama os atos de apoio ao governo marcados para o 7 de Setembro. Avisados do risco de infiltração de bolsonaristas nas Políciais Militares, governadores pedem trégua e querem encontrar o presidente para estancar a crise institucional. A apresentação por Bolsonaro do pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF, na sexta-feira (20), elevou a tensão entre os Poderes. Nesta segunda (23), o presidente voltou à velha pauta do voto impresso.
FOLHA
Estados querem compensação para apoiar projeto do IR e defendem reforma ampla. Para apoiar o projeto de reforma do Imposto de Renda, os estados pedem que o governo federal crie um mecanismo para evitar perdas de arrecadação.O Comsefaz (Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda) ainda calcula que o projeto poderá reduzir em cerca de R$ 14 bilhões por ano a receita de estados e municípios.A reforma do IR prevê um corte na arrecadação do tributo, que é compartilhado com governadores via FPE (Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal). O governo e o Congresso pretendem tentar uma nova votação do projeto na Câmara nesta semana, mas ainda não há apoio dos governos estaduais.
GLOBO
Guedes mandará Orçamento com meta fiscal rígida e sem reajuste do Bolsa Família para tranquilizar mercado. O temor crescente de um descontrole fiscal, principalmente em 2022, ano eleitoral — que vem mexendo com o mercado nos últimos dias — acionou o alerta na equipe econômica, que agora tenta mostrar que continua firme no compromisso de manter as contas públicas equilibradas. O envio ao Congresso do Orçamento de 2022, no dia 31; é visto como fundamental para dissipar a desconfiança dos agentes econômicos sobre as contas do governo em ano eleitoral.
GLOBO
Guedes: não há fundamento econômico para dizer que Brasil está perdendo o controle fiscal. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a economia brasileira segue forte e que a parte fiscal “continua sob controle”. A despeito da piora dos indicadores, motivada pelo avanço da inflação, pressão por mais gastos públicos e instabilidade no cenário político, Guedes diz que os fatos e fundamentos econômicos apontam que sua equipe está fazendo um trabalho correto. — Tem se falado sobre déficit e a possibilidade de descontrole fiscal. Hoje, não há o menor fundamento, do ponto de vista estritamente econômico; para dizer que o Brasil está perdendo o controle – declarou durante congresso sobre propriedade intelectual nesta segunda-feira.
📊 E OS MERCADOS HOJE?
Mercados globais mantém tom positivo nesta 3ªfeira, com crescimento econômico; evolução do quadro pandêmico e expectativa com o simpósio de Jackson Hole no foco dos investidores. No Brasil, a manutenção de grandes incertezas nos âmbitos político e fiscal continuam pressionando ativos locais e resultando em desempenhos inferiores aos nossos pares (tanto a bolsa quanto o real operaram na contramão do exterior ontem). Hoje, os rumores de que Lira tentará votar a reforma do IR mais uma vez podem acabar em mais uma decepção; pautada na grande falta de consenso em torno da matéria. Tendo isso em vista, apesar do exterior ameno e alta das commodities ajudarem; continuamos sem ver um movimento forte de retomada dos ativos brasileiros no curto-prazo.