📈 CENÁRIO ECONÔMICO & MERCADOS
Nem o setor de serviços com crescimento acima das expectativas no Brasil ou sequer a inflação ao atacado (PPI) mais alta nos EUA tiveram qualquer influência na percepção dos investidores na sessão de ontem, marcada por deterioração dos ativos locais.
O adiamento da votação do projeto de reforma do IR travou mais uma vez no congresso e o temor de que a cada modificação; as perdas fiscais se intensifiquem é o que tem pautado o temor dos investidores no curto prazo.
Para o mercado financeiro, o histórico de desajustes fiscais tem notórias consequências que se espalham por toda sorte de ativos, mas principalmente, para a economia real, de maneira nefasta.
A inflação é somente a face mais aparente da destruição de valor de um fiscal irresponsável, que se segue normalmente de elevações de juros, aumentos de impostos e a partir daí toda sorte de medidas desesperadas podem ser tomadas.
Não há neutralidade em termos de arrecadação como sempre foi esperado de uma reforma tributária decente e para piorar; todos os gastos aos quais se buscam desesperadamente os recursos não perenes nas contas do governo.
Neste cenário, ainda que a inflação e a melhora da arrecadação tenham dado uma folga meramente técnica ao governo em termos fiscais; o cenário para o próximo ano nem de perto tende a repetir o desempenho do atual; além das incertezas ligadas à pandemia desde a deflagração da variante Delta.
Em termos fiscais, o cenário somente piora, pois além do ano eleitoral se impor já na agenda, o Centrão já cooptou o governo que tenta se preservar vivo até o próximo mandato e o segundo postulante à eleição do próximo ano já diz que vai retirar o teto dos gastos.
Em resumo, muito se indica que o país segue na direção de políticas fiscais desastrosas, todas com histórico péssimo, em especial na América Latina; a qual conta com uma série de exemplos bastante recentes dos efeitos do descalabro fiscal.
Para terminar a semana, as atenções se volta ao IBC-Br que fecha o segundo trimestre, após um desempenho positivo de diversos setores no Brasil nos últimos meses; ou seja, a situação seria exemplarmente melhor, com a força da economia e do processo de imunização, se não fossem os ruídos políticos excessivos.
📊 ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta; mercados positivos após uma nova série de recordes, apesar da alta na inflação dos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados na maioria queda, dado o enfraquecimento do dólar contra divisas da região.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao ouro.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, com os temores de que a variante Delta reduza a demanda global, dados os possíveis lockdowns.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,38%.