💰 De olho na economia
Inflação nos Estados Unidos dá uma trégua
O índice de preços ao consumidor (CPI) da economia americana no mês de julho mostrou variação de 0,5%. Uma desaceleração significativa se comparado à variação de 0,9% no mês de junho. O resultado veio em linha com as expectativas dos analistas. Em doze meses, o índice de inflação atingiu 5,4%, em linha com as expectativas de aumento de 5,3%. O núcleo do índice, que exclui alimentos e energia, também veio bem comportado, em 0,3% no mês, contra previsão de 0,4% dos analistas.
A desaceleração da inflação nos Estados Unidos, após vários meses de aceleração, é uma boa notícia. O efeito imediato foi uma desvalorização do dólar frente a seus pares de países desenvolvidos. No médio prazo, como existe uma divisão clara entre os diretores do Fed quanto ao momento de começar a reduzir a compra de ativos nos mercados financeiros e iniciar a normalização da política monetária, com aumento da taxa de juros, que hoje está próxima a zero, a desaceleração da inflação dá mais argumentos para aqueles que propõem a manutenção de um nível elevado de liquidez e a taxa próxima de zero por mais tempo, o que favorece as economias emergentes.
🚝 Expresso Bolsa
Resumo do dia: Terminando em empate
A bolsa fechou o dia praticamente no zero a zero, uma pequena baixa de 0,12% ficando nos 122k. Apesar das altas da Petrobras e dos bancos juntamente à sinalização positiva das bolsas americanas, a situação política interna e os riscos fiscais continuam a diminuir o ímpeto do investidor freando cada vez mais o IBOV.
Lojas Americanas (LAME4): Caiu na rede, é peixe
• Na véspera de reportar o resultado do 2T21, as Lojas Americanas anunciaram a aquisição da Hortifruti por R$ 2,1 bi. A adquirida é a maior varejista de produtos frescos, com 70 lojas concentradas no Sudeste, além de ser referência digital no setor de varejo alimentar, com o online representando 16% das vendas totais;
• Considerando o valor da aquisição, a Hortifruti está negociando a um valuation de 1,1x EV/Receita e 9x EV/Ebitda. Levando em conta que a Americanas negocia atualmente a um valuation de 0,8 x EV/Receita, a aquisição pode parecer cara, mas devemos lembrar do recente spin off da B2W, que fez o preço das ações LAME4 serem negociadas a valores descontados;
• Entenda a estratégia! Por mais estranho que pareça, a aquisição faz total sentido para o negócio das Americanas de oferecer “Tudo. A toda hora. Em qualquer lugar”. O setor de alimentos gera recorrência no online, por se tratar de um serviço essencial, e ao adquirir uma marca relevante como a Horti, a LAME consegue se expor e adentrar ainda mais no mercado, diferenciando das outras concorrentes, a MELI e Magalu, que também têm demonstrado interesse no setor.
🌎 Internacional e BDR
Resultados Trimestrais: eBay e Lordstown Motors
• A receita do eBay (EBAY34) aumentou 14% no comparativo anual, superando as expectativas, mas ficando abaixo das projeções da companhia. A empresa disse que o número de compradores ativos diminuiu (-2%), enquanto o número de vendedores ativos aumentou (+5%);
• A Lordstown Motors (RIDE) acumulou ganhos no pós-mercado, após a companhia anunciar que deve começar a produção de veículos no terceiro trimestre e obter as aprovações regulatórias até dezembro.
📊 O que mais aconteceu no mercado
• Será que a estratégia dura? (OIBR3): Números dentro das nossas estimativas, mas um pouco abaixo do esperado pelo mercado. EBITDA de 1,28 bi, uma queda de 5,5% frente ao 2T20. Dentro da estratégia de expansão em infraestrutura de fibra óptica, houve um aumento do seu ARPU fibra e a sua representatividade na receita total (cerca de 31%). Maiores desafios se dão na entrada de novos players que caracterizam esse mercado de fibra: um terreno altamente pulverizado, com espaço para exploração, podendo se tornar um entrave para as pretensões da Oi na obtenção de maior marketshare;
• Inter (BIDI11, COMPRAR, PA R$ 100): O Inter apresentou um resultado do 2T21 acima do consenso e das nossas expectativas. Do lado positivo, o banco manteve um forte crescimento de base de clientes e receitas t/t e a/a, principalmente nas verticais de serviços. Do lado negativo, o aumento da inadimplência e custo de funding podem desacelerar o avanço do crédito. Entretanto, em função do forte avanço operacional, disponibilidade de capital, ambiente regulatório favorável reiteramos a nossa
recomendação de COMPRA;
• SulAmerica (SULA11, MANTER, PA R$ 39,5): Resultado fraco, mas já esperado por conta da segunda onda da Covid que aumentou os custos médicos relacionados com a doença. O crescimento de prêmios desacelerou e os reajustes de preço de saúde individual a partir do meio do ano vieram negativos em um momento em que os custos ainda estão altos e a inflação crescente. Reiteramos nosso MANTER no papel dado que os efeitos da Covid não são estruturais;
• TAESA (TAEE11): Resultado 2T21 neutro. Do ponto de vista operacional, não observamos nenhuma surpresa negativa, com resultado vindo em linha com o consenso. Notamos o impacto expressivo do reajuste tarifário nas linhas expostas ao IGPM (+37% no reajuste). Como ponto de atenção, citamos o endividamento da empresa, que fechou o 2T21 em R$ 5,9b (4,6x Dív. Líq./EBITDA 12M) em um momento de aumento da taxa de juros. Mantemos nossa recomendação de VENDA para o ativo por acharmos que ele negocia acima do preço justo;
• B3 (B3SA3): B3 reportou um 2T21 em linha com as nossas expectativas, com crescimento robusto de 34% do lucro em relação ao mesmo tri do ano passado impulsionado por volumes maiores esse ano. Apesar da pressão nos volumes, medo de potenciais competidores e ciclo de juros em alta, acreditamos que a tese de longo prazo continua robusta com aumento de investidores de varejo na bolsa, novos produtos fomentando o volume (como BDRs e ETFs de cripto moedas) e aumento de investidores de alta frequência que devem continuar a ajudar a impulsionar o lucro da empresa. Mantemos nossa recomendação de COMPRAR em B3;
• Valid (VLID3): A Valid reportou bons resultados no 2T21, com sinalização de uma boa recuperação de volumetria e lucratividade após um 2020 conturbado com pandemia, extensão do prazo de seu principal produto CNH e mudança de management. Apesar do bom desempenho no 2T21, por enquanto, continuamos com nossa recomendação de MANTER até termos mais evidências da execução de sua estratégia;
• Hapvida (HAPV3): A Hapvida apresentou um lucro melhor do que expectativa de mercado no 2T21 em função do melhor resultado financeiro e custos médicos mais controlados do que pares – a grande vantagem competitiva da companhia no longo prazo. A continuidade do avanço da receita somada a expectativa de melhora da pandemia no segundo semestre e 2022 justificam a nossa recomendação de COMPRA.