Os temporada de Resultados 2T21 está a todo vapor, de forma geral, os principais números divulgados vieram acima da média projetada pelo mercado mostrando a capacidade das empresas em se adaptar com cada cenário.

Logicamente, entre diversas empresas, os analistas escolhem suas preferidas, bem como, atribuem preços alvos e comentários com tudo que foi divulgado ao longo das últimas semanas. Por este motivo, em Especial Resultados, organizamos para você acompanhar os principais relatórios com tudo que você precisa saber conforme cada casa e equipe de especialistas que analisam os números apresentado.

Temporada de Resultados 2T21

Braskem (BRKM5)

Conforme relatório do BTG, a Braskem reportou um conjunto de resultados financeiros no 2T21 praticamente em linha com o esperado pelo Research do BTG Pactual. O EBITDA ajustado atingiu o recorde de R$ 9,4 bilhões (US$ 1,8 bilhão), um aumento de 35% t/t (apesar de base de comparação mais difícil). O número ficou 3% acima do esperado e refletiu o ciclo muito favorável de spreads petroquímicos em todas as regiões em que atua, mas principalmente PE-nafta (no Brasil) e PE-etano (no México).

O lucro líquido também trouxe uma pequena surpresa, ficando 2% acima do BTG.

Por último, destaque para a alavancagem da Braskem, que agora está em 1,2x (ante 1,9x no primeiro trimestre e -6x nos últimos 12 meses), alcançada apesar dos desembolsos de ~US$ 250 milhões no trimestre relacionados ao incidente geológico de Alagoas.

Rede D’Or (RDOR3)

A maior rede de hospitais de capital aberto no país, a Rede D’Or (RDOR3), divulgou seus resultados referentes ao 2T21, após o fechamento de mercado. Conforme os analistas da Levante, a receita líquida cresceu 10,6 por cento na comparação trimestral, alcançando 5,2 bilhões de reais, com maior ticket médio devido ao retorno de procedimentos de maior complexidade juntamente com a redução de pacientes de Covid-19.

Pague Menos (PGMN3)

Conforme relatório da XP, a Pague Menos reportou fortes resultados referentes ao segundo trimestre de 2021 (2T21), acima das nossas expectativas nos principais indicadores.

O sólido desempenho de vendas mesmas lojas (SSS) de +19,7% A/A (vs. +19,1% XPie), beneficiadas pela base de comparação mais fraca e pelo reajuste de preços dos medicamentos, segundo Research da XP Investimentos.

Por fim, a companhia continuou a apresentar melhora de rentabilidade, com a margem bruta em 31% (+1,6p.p. A/A) e margem EBITDA de 9,4% (+1,2p.p. A/A) decorrente de melhorias operacionais e impactos positivos do reajuste no estoque. Dessa forma, a margem líquida atingiu um nível recorde, em 3,5%. “Mantemos nossa recomendação de Compra e preço alvo de R$13,0 por ação para o fim de 2021 para PGMN3” afirmam os analistas da XP.

Tegma (TGMA3)

A Tegma divulgou receitas no segundo trimestre em linha com números do Research do BTG Pactual digital, enquanto seu resultado operacional ajustado foi mais fraco do que o esperado.

Mais precisamente, a receita líquida do segundo trimestre foi R$ 237 milhões (+82% a/a; em linha com o esperado pelo BTG) e o EBITDA reportado (IFRS16) foi de R$ 41 milhões (vs. R$ 5 milhões no ano passado), correspondendo a uma margem de 17% (vs. 4% no ano passado).

O lucro líquido reportado foi de R$ 24 milhões (vs. prejuízo de R$ 4 milhões no ano passado). A empresa também anunciou a distribuição de R$ 22 milhões em dividendos (R$ 0,34 /ação).

“Contudo, apesar dos níveis de valuation atraentes (8,7x Preço/lucro em 2021), acreditamos que a ação não tem catalisadores de curto prazo devido à incerteza em torno do ritmo da produção automotiva no Brasil, uma vez que as interrupções na cadeia de abastecimento só devem se normalizar totalmente no 2T22”, comentam os analistas do BTG Pactual digital.

Petrobras (PETR3;PETR4)

Conforme Research da Necton, a Petrobras: Lucro líquido 2T supera est., e apresenta lucro líquido 2T R$ 42,86 bi, est. R$ 29,41 bi (faixa R$ 20,69 bi a R$ 41,89 bi).

Conselho aprovou o pagamento de duas antecipações da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2021, no valor total de R$ 31,6 bi, disse a Petrobras em comunicado. Distribuição extraordinária considera as perspectivas de resultado e geração de caixa da Petrobras para o ano de 2021 e é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia, sem comprometer a trajetória de redução de seu endividamento e sua liquidez, disse a empresa. Primeira parcela, de R$ 21 bi, será pago em 25/agosto na forma de dividendos. Segunda parcela, de R$ 10,6 bi será pago a partir de 15/dezembro, afirmam os analistas da Necton.

Banco do Brasil (BBAS3)

Conforme equipe de Research da XP, o Banco do Brasil apresentou bons resultados no 2T21. O lucro veio em linha com das estimativas dos analistas de R$5,0 bilhões, mas muito acima dos R$4,4 bilhões do consenso de mercado (8 estimativas). O resultado também apresentou uma boa qualidade de ganhos, considerando que: i) não houve consumo de cobertura; ii) apresentou melhoria de custos; e iii) taxas recuperadas.]

Guidance. A administração decidiu revisar seu guidance para cima, com o lucro agora possivelmente atingindo o recorde de R$20 bilhões em 2021. Com isso, esperamos uma revisão do lucro por parte do mercado, o que pode beneficiar as ações do banco. “Reiteramos nossa classificação de compra com um preço-alvo de R$52,00, pois vemos o banco negociando barato a 4,5x P/L, embora os fundamentos pareçam sólidos” afirmam os analistas da XP.

JHSF Participações (JHSF3)

Lucro líquido de R$ 321,4 milhões no 2T21 (+26,4% s/ o 2T20). Conforme os analistas da Planner, foi um bom desempenho da companhia no 2T21, com crescimento de 162,5% na receita liquida, passando de R$ 252,3 milhões no 2T20 para R$ 662,4 milhões (R$ 559,7 milhões no segmento de incorporação). O resultado operacional registrou evolução de 19,1% somando R$ 408,0 milhões no 2T21. O EBITDA atingiu R$ 422,4 milhões (+ 22,0%) e o resultado líquido foi de R$ 321,4 milhões (+25,4%).

Gerdau (GGBR4)

Os resultados da Gerdau acabaram de sair e a empresa entregou números muito sólidos – acima das expectativas operacionalmente, segundo o Research do BTG Pactual digital.

O EBITDA superou as estimativas do banco e as do consenso em aproximadamente 10% (+ 37% t/t, 346% a/a), atingindo R$ 5,9 bilhões, praticamente igual ao que eles entregavam anualmente no passado.

Os números acima das estimativas são explicados em grande parte pelos preços realizados mais altos na unidade da América do Norte (+ 7% vs. estimativa do BTG), o que levou as margens EBITDA para mais de 20%. Operacionalmente, destaque para margens EBITDA expressivas em sua unidade brasileira, acima de 40% (vs. 37% no 1T21).

O fluxo de caixa mais fraco que esperado, já que a empresa gerou R$ 1,2 bilhão no trimestre (9% de rendimento), foi devido a um grande consumo de capital de giro de R$ 3 bilhões – dívida líquida agora em R$ 10 bilhões (0,6x).

“Ainda precisamos de mais clareza sobre a recorrência desses números, mas claramente essa conversão de EBITDA em fluxo de caixa está abaixo de seus pares neste trimestre”, comentam os analistas. Está mantida a recomendação de compra da Gerdau, com ações negociadas a 3,7x EV/EBITDA 22E.

Multiplan (MULT3)

Multiplan anunciou que as vendas dos lojistas em julho atingiram 98.5% dos níveis de julho de 2019 (contra os dados preliminares de 93,5% para os primeiros 25 dias divulgados no relatório do segundo trimestre). O sólido número de vendas reitera a tendência de recuperação após a flexibilização das atividades comerciais e da capacidade operacional dos shopping centers, esperamos que os números continuem melhorando à medida que os shoppings voltam à normalidade. Com base no resultado, a equipe de Research da XP Investimentos, reitera recomendação de compra para a Multiplan (nossa preferência no setor) e preço-alvo de R$29,5/ação.

Irani (RANI3)

A Irani (RANI3), empresa de papel e celulose focada em papel para embalagem, divulgou seus resultados referentes ao segundo trimestre deste ano. Conforme os analistas da Levante, os números vieram fortes e a receita líquida da Irani no segundo trimestre de 2021 foi de 403 milhões de reais, um aumento de 67,3 por cento em relação ao mesmo período de 2020.

Burger King Brasil (BKBR3)

Prejuízo líquido de R$ 97,1 milhões no 2T21 acumulando perda de R$ 259,5 milhões no 1º semestre. Conforme o Research da Planner, a companhia registrou mais um prejuízo no 2T21 e no semestre, com perda também nos dois
períodos comparativos.

A receita liquida mostrou bom crescimento no 2T21 (94,0%) somando R$ 567,9 milhões, mas historicamente as despesas operacionais consomem todo o resultado. O resultado financeiro, também é negativo.

Lojas Quero Quero (LJQQ3)

Conforme Research da Ágora, a Lojas Quero Quero (LQQ) apresentou forte crescimento, com SSS (vendas de mesmas lojas) atingindo 35% (vs as estimativas do BBI de 24%) e a receita líquida do negócio de lojas crescendo 47% em base anual. As receitas consolidadas (incluindo serviços financeiros) aumentaram 42%, suportadas pelo aquecimento do mercado de reformas.

A margem bruta ficou estável em relação ao ano anterior enquanto o Margem EBITDA ajustada aumentou 1,8 p.p. no período (um pouco acima das estimativas do BBI). O lucro líquido de R$ 20 milhões ficou em linha com o estimado pelo BBI, com despesas financeiras acima do esperado. A carteira de crédito segue saudável, o índice de inadimplência em 90 dias atingiu 9,4% da carteira, ante 13,0% no 2T20. Dessa forma, a qualidade do crédito permanece em níveis saudáveis e o provisionamento está sob controle.


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