💰 De olho na economia

Precatórios, credibilidade e teto dos gastos

O Ministério da Economia foi surpreendido pelos elevados valores dos precatórios a serem pagos em 2022, próximo a R$ 90 bilhões. Segundo o ministério, este valor corresponde a mais de 90% do total de gastos discricionários do orçamento. Seria impossível cumprir o teto do gasto público sem paralisar o governo e inviabilizaria a criação de um programa mais robusto de transferência de renda no valor de R$ 300,00 por família, como planejado pelo governo.

A solução ideal seria reduzir gastos não essenciais. Como isto parece impossível, a solução proposta é parcelar o pagamento de precatórios de valor acima de R$ 65 milhões. Esta não é uma boa solução. Um precatório é uma dívida transitada em julgado. As condições de pagamento devem ser respeitadas para que a credibilidade não seja atingida. Para o investidor, o sinal é: se o governo está parcelando esta dívida, porque não faria o mesmo com a dívida mobiliária? Apesar disto, o episódio deixa também um sinal positivo. A reação do governo e do Congresso mostrou comprometimento com o teto dos gastos. Com as declarações do Presidente da Câmara dos Deputados, assumindo o compromisso com o teto dos gastos; a trajetória de deterioração dos preços dos ativos brasileiros vista, ao longo do dia, foi quase que totalmente revertida.

🚝 Expresso Bolsa

Resumo do dia: Segundo dia seguido de vitória!

Apesar do cenário de incertezas fiscais incluindo a possibilidade de aumento do bolsa família e o pagamento dos precatórios, a bolsa fechou a terça nos 123,6k, representando uma ascensão de 0,87%. Dentre os fatores para esse otimismo, temos a declaração de Arthur Lira sobre o compromisso com o teto de gastos do governo, além dos bons desempenhos das blue chips contribuindo para que terminássemos o dia no positivo.

Bradesco (BBDC4): Sofreu com a segunda onda

• O lucro do Bradesco de R$ 6,3b veio 4% aquém das nossas expectativas e de mercado. O destaque negativo ficou para a seguradora, que sofreu com o aumento da sinistralidade decorrente da segunda onda de Covid, apresentando um lucro de apenas R$ 655m, com queda substancial de 58% a/a e 30% t/t;

Receita de empréstimo apertada! A pressão nos spreads impactou as receitas de empréstimos, que vieram 4% abaixo do que esperávamos. Em meio a conjuntura negativa da pandemia e subida da Selic mais rápida do que o previsto; na nossa avaliação o resultado não foi de todo ruim — gostamos da capacidade de geração de lucro recorrente do banco;

Fique ligado! O resultado ruim de seguros deve normalizar com melhora da atividade econômica e continuidade da vacinação justificando a continuidade da nossa recomendação de COMPRA para o Bradesco, ainda sendo a nossa favorita no setor.

Rede D’Or (RDOR3): De volta ao normal!

• Rede D’Or reverteu um prejuízo de R$ 307m no mesmo período do ano passado, para lucro líquido de R$ 478m, ligeiramente acima das nossas estimativas (+5%). Já seu EBITDA, que atingiu o melhor resultado da empresa nesse trimestre, veio bem alinhado com nossos números, apresentando R$ 1,2b no período;

• Um dos maiores motivos para esse resultado recorde foi o aumento de leitos operacionais, que representou 91% dos leitos totais, ante uma representação de 80% no mesmo período do ano passado. Esse fator, aliado com o aumento de investimentos da companhia; maior taxa de ocupação de leitos e crescimento expressivo do ticket médio, contribuíram positivamente para o resultado;

• O resultado da empresa mostra que o desejo da companhia de adicionar cerca de 1.000 leitos por ano nos próximos 5 anos, pode ser facilmente realizado. Apenas no 2T21, cerca de 705 leitos foram adicionados ao portfólio da empresa, fora os 480 leitos que ainda estão esperando a aprovação.

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