🌎 CENÁRIO EXTERNO

Resultados contrabalanceiam receio com Pequim

Resultados contrabalanceiam receio com Pequim

Ativos de risco estão amanhecendo em tom positivo nesta 3ªfeira, com bolsas europeias voltando a reagir a balanços corporativos fortes enquanto índices futuros de NY esboçam uma abertura favorável nos EUA, podendo se recuperar após o receio com o aperto regulatório do governo chinês sobre o setor de tecnologia e dados de atividade aquém do esperado resultarem em leves perdas na sessão de ontem. Não obstante, Pequim segue em foco no mercado, com o anúncio de um inquérito em torno da precificação de semicondutores utilizados em carros, que tem como objetivo de averiguar se há indícios de manipulação, pesando sobre empresas do setor até o momento.

Ponto de atenção

Como outro destaque da última sessão, os juros futuros americanos têm manhã de abertura, mas ainda em patamares bastante deprimidos. O movimento de ontem, que levou o juro do título de dez anos para próximo dos 1,15% a.a., pode estar ligado à maior busca por segurança dentre a elevação de algumas incertezas na semana passada, podendo não passar de um ruído, ou a um desconforto maior do mercado com relação ao cenário de crescimento econômico, podendo eventualmente se traduzir em uma questão mais estrutural. Vamos acompanhar…

Na agenda

Como principais destaques da agenda internacional nesta 3ªfeira, o investidor recebe as encomendas à indústria americana em junho (est.: +1,1% m/m), às 11h, a fala de Michelle Bowman, diretora do Fed, às 15h, e a leitura final do PMI/Caixin de serviços na China (est.: 50,5), às 22h45. Com relação à fala de Bowman, investidores buscarão novas pistas sobre quando poderá ser anunciado o cronograma para o início do tapering. Ontem, outro diretor da instituição, Christopher Waller; disse que estaria disposto a apoiar o anúncio em setembro caso as próximas leituras do mercado de trabalho apontem para uma continuidade da recuperação.

CENÁRIO BRASIL

Driblando o teto para expandir o bolsa família

Adiamento dos precatórios

Segundo a Folha de S. Paulo, o governo apresentou a líderes do Congresso uma proposta “que dribla a regra do teto de gastos em 2022”. O governo pretende adiar o pagamento de precatórios, que são dívidas judiciais da União, para criar mais espaço abaixo o teto de gastos para iniciativas que aumentarão a popularidade do presidente Jair Bolsonaro em ano eleitoral, como a expansão do Bolsa Família.

PEC do drible

Ainda segundo a Folha, a manobra será possibilitada por meio de um a PEC que propõe a criação de um fundo que será abastecido pela venda de ativos federais e imóveis, possibilitando o pagamento dos precatórios e repasses de “dividendos sociais” para pessoas de baixa renda. Ambas os gastos serão efetuados fora da contabilização do teto. Economistas ouvidos pela Folha se referiram à ideia como uma espécie de calote ou pedalada, já que, atualmente, as dívidas dos precatórios são quitadas integralmente todos os anos. O plano da equipe econômica postergaria parte do pagamento de R$ 89,1 bilhões em precatórios de 2022 por meio de um financiamento de até dez anos.

Confiança na dívida pública

Segundo o Estadão, Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda durante o governo José Sarney, chamou a proposta do governo para adiar o pagamento de precatórios de “calote que pode ameaçar a confiança dos investidores nos títulos da dívida pública”. O ex-ministro também destacou o fato que a iniciativa pode abrir brechas para flexibilizar o teto em ano eleitoral. Nobrega alertou o que o efeito que tal medida poderia ter sobre os títulos públicos com o seguinte questionamento: “Se ele faz com os precatórios, por que ele não vai fazer conosco (investidores da dívida pública)? Por que não reprogramar o pagamento de uma NTN (tipo de título do Tesouro Nacional) de 30 anos?”.

Novo parecer para o projeto do IR

O deputado Celso Sabino (PSDB-PA) apresentou uma nova versão do seu parecer para o projeto de lei que altera o Imposto de Renda e cria um tributo sobre dividendos. O novo texto contempla algumas das demandas feitas após a divulgação do seu último parecer, como a isenção de dividendos distribuídos a empresas controladoras e do regime do Simples, e a criação de um “seguro” que resguarda Estados e municípios contra perdas na arrecadação. Uma alteração que foi discutida, mas não foi implementada neste parecer; é a expansão da faixa de isenção para dividendos distribuídos por micro e pequenas empresas, que manteve o seu patamar limite de R$ 20 mil. Segundo o Valor, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ainda pretende votar o projeto nesta semana.

Na agenda

Por aqui, o grande destaque da agenda será a divulgação dos resultados da PIM de junho pelo IBGE, às 9h. Esperamos uma alta modesta de 0,1% na margem (+12,1% a/a) da produção industrial no período, que deve ver a demanda por bens semi e não duráveis crescer com a maior abertura econômica atuar na ponta positiva, mas sem força para contrabalancear completamente a pressão baixista exercida pela alta contínua dos custos de matéria prima e energia elétrica, além da falta de insumos para alguns segmentos do setor. Ainda nesta 3ªfeira, a Fenabrave divulga as vendas de veículos realizadas em julho (sem hora definida) e o Tesouro realiza um leilão tradicional de NTN-Bs (11h).

E os mercados hoje?

Mercados globais estão iniciando o dia no verde, com bolsas europeias reagindo novamente à balanços corporativos positivos enquanto índices americanos ensaiam uma nova sessão de recuperação. Por aqui, o mercado segue encontrando dificuldades para acompanhar o bom humor externo, principalmente com a volta do receio com tentativas do governo de furar o teto gastos voltando aos holofotes neste 2º semestre – a tendência é que isso se mantenha tendo em vista que ano que vem teremos eleições presidenciais. Desta forma, assim como foi ontem, apesar de acreditarmos em uma sessão de teor positivo para os ativos de risco locais; em linha com o que está mostrando o exterior; a política e o fiscal deverão seguir como principais impedimentos para uma recuperação mais forte do Ibovespa.


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