Na última sexta-feira (16), a Tegma Gestão Logística (TGMA3) anunciou que declinou o convite da JSL (JSLG3) para a fusão e criação de uma terceira empresa, que havia sido apresentado no início deste mês.
A recusa foi uma decisão unânime do Conselho de Administração da Tegma, o qual contratou um escritório de advocacia para analisar a proposta. A oferta da JSL previa um pagamento de R$ 989 milhões aos acionistas da companhia, além de 15% das ações da terceira empresa.
De acordo com a Tegma, o declínio da oferta consiste no entendimento de que a proposta não corresponde a um valor considerado justo.
“Com base em nossa avaliação econômico-financeira, sujeito ao disposto acima e a outros fatores relevantes por nós considerados, é da nossa opinião que, na presente data, a proposta da JSL não reflete o valor intrínseco da Tegma”, afirmaram os sócios do Rothschild & Co Brasil, escritório contratado.
Reação do mercado
O mercado financeiro havia reagido de forma positiva à possibilidade de junção entre as empresas. De acordo com especialistas, o acordo poderia criar uma empresa ‘colossal’ do segmento de logística. Dessa forma, ela poderia ter capacidade de conseguir um faturamento anual de R$ 6,1 bilhões.
Portanto, com o anúncio da proposta feita no dia 2 de julho, as ações da Tegma chegaram a subir mais de 15%. Da mesma maneira, os ativos da JSL alcançaram uma alta de 5%.
O BTG Pactual (BPAC11), banco de investimentos que indica a compra de ativos das duas empresas, se pronunciou sobre a oferta. Ao contrário da decisão tomada, a instituição afirmou considerar o negócio “uma fusão entre dois gigantes”.
Em suma, segundo o valor de mercado corrente, a junção entre JSL e Tegma criaria uma das maiores empresas de logística do Brasil, que poderia ser avaliada em R$ 5,24 bilhões.
Fusão entre JSL e Tegma
Com a união das companhias, a JSL teria um crescimento na receita bruta de 86%, gerando um aumento de R$2,8 bilhões. Já a Tegma, ganharia uma alta de R$6,1 bilhões.
A Simpar (SIMH3), dona da JSL, prevê que com a distribuição dos custos fixos e cross-selling devido a grande oferta aos acionistas da Tegma, poderia haver possíveis ganhos de sinergia. Com efeito, um acesso ao mercado capital e aumento do percentual de ações que circulam na Bolsa de Valores.
De acordo com o documento, cada acionista receberia um valor de R$ 15,00 por ação, além de 0,74 ativos da companhia. Por outro lado, os investidores ganhariam um pagamento de R$ 989 milhões, em vista que a JSL disponibilizaria mais 49,4 milhões de papéis.
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