🌎 CENÁRIO EXTERNO

Entrando de lado no 2º semestre do ano

Entrando de lado no 2º semestre do ano

Em manhã de poucas novidades para os mercados, ativos de risco estão iniciando o dia de lado tanto na Europa quanto nos EUA após mais uma sessão mista na Ásia. Pegando um balanço geral, os mercados estão iniciando o 2º semestre do ano em tom mais cauteloso, onde o ambiente segue favorável à tomada de risco, mas existem incertezas tanto com relação ao impacto das novas cepas do coronavírus como quanto à longevidade dos estímulos monetários. No pano de fundo, o dólar (DXY) têm manhã volátil contra seus principais pares em manhã de abertura dos juros nos EUA, enquanto commodities dão sequência aos bons desempenhos registrados ontem. Como destaque, o petróleo avança antes de mais uma reunião de cúpula da OPEP+; que se reúne hoje para discutir seus planos para a produção da commodity. Por fim, no universo das criptomoedas, a manhã é mais uma de realização, com o Bitcoin puxando a queda, negociado próximo dos US$ 33.343,00.

Economia europeia

A leitura final do PMI industrial de junho atingiu a 4ª máxima histórica consecutiva para o índice e, junto com uma nova queda na taxa oficial de desemprego (dado referente a maio apresentou baixa para 7,9%), confirmou o bom momento para a retomada econômica no bloco europeu. A pesquisa realizada pelo IHS Markit, que serve como uma espécie de termômetro mensal para a atividade econômica da indústria, avançou de 63,1 em maio para 63,4 na leitura mais recente (uma leitura acima de 50,0 indica expansão e, abaixo, contração da atividade econômica), repercutindo um forte aumento da produção assim como um crescimento no número de contratações no setor. Na ponta negativa, seguiram sendo sentidos os gargalos de oferta pela falta de matéria prima, o que voltou a colocar pressão sobre os preços. Não obstante, um avanço no número de contratações e o investimento elevado em bens deve aumentar a capacidade produtiva de empresas encontrando dificuldades para atingir a demanda, o que eventualmente aliviará parte das pressões nesta frente. Vamos acompanhar…

Na agenda

Assim como na zona do euro, o investidor recebe os PMIs industriais nos EUA: o PMI do instituto Markit; às 10h45, e o PMI do ISM (Instituo para Gestão de Oferta, na sigla em inglês), às 11h. Um pouco mais cedo (9h30), como de costume nas 5ªfeiras, o mercado também recebe o número de novos pedidos de auxílio-desemprego realizados na semana passada, o último dado do tipo antes da divulgação do relatório de emprego oficial dos EUA, que sai amanhã.

CENÁRIO BRASIL

Governo enxerga novo tributo sobre dividendos como oportunidade para expandir o bolsa família

Dividendos e o Bolsa Família

Segundo o secretário especial de Fazenda Bruno Funchal, uma redução na alíquota do novo tributo sobre dividendos; presente na 2ª etapa da reforma tributária, pode comprometer uma eventual expansão do Bolsa Família. A declaração ocorre em meio a críticas direcionadas à alíquota de 20% proposta pelo governo para o novo tributo. Funchal explicou em entrevista concedida ao Valor que o aumento permanente nos gastos do Bolsa Família; que deve ser implementado a partir do ano que vem, requer uma fonte de recursos permanente. O projeto entregue à Câmara na última sexta-feira menciona a formulação/expansão do novo programa social como justificativa para a criação do tributo sobre dividendos e o fim da isenção tributária para outros produtos financeiros, como no caso dos fundos imobiliários.

Aumento de carga é inaceitável

Em evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado; se posicionou contra alterações que aumentem a carga tributária, além de revelar que a proposta para taxar dividendos apresentada pelo governo deve ser alterada. “Não podemos permitir aumento de carga tributária no Brasil. É inaceitável”, afirmou. Apesar da sua preocupação com o peso da carga tributária, Pacheco admitiu que buscar um “ponto de equilíbrio” que não comprometa a arrecadação é uma dificuldade quando se discute a reforma tributária.

Superpedido de impeachment

A oposição e movimentos sociais protocolaram um “superpedido” de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. O pedido reúne 120 ações supostamente cometidas pelo presidente que, segundo os autores da proposta, justificam o seu afastamento. Entre os presentes na cerimônia estavam a presidente nacional do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), e antigos aliados que hoje são desafetos do presidente; como Joice Hasselmann (PSL-SP), deputada que já ocupou o posto de líder do governo na Câmara.

Lira não se impressionou

Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados e o único que tem prerrogativa de iniciar um processo de impeachment; não foi comovido pelo ato político. Segundo o Lira, o pedido apresentado ontem nada mais é do que “uma compilação de tudo que já existia nos outros depoimentos”. O deputado revelou que não pretende fazer a análise do pedido agora. “O impeachment como ação política a gente não faz com discurso, a gente faz com materialidade”, afirmou.

Na agenda

Por aqui, além do PMI/Markit industrial, às 10h, o investidor recebe os dados de emprego formal do Caged referentes ao mês de maio (est.: +150 mil vagas), às 10h30, e o resultado da balança comercial em junho (est.: US$ +9 bi), às 15h. No campo dos eventos, como de costume nas 5ªfeiras, o Tesouro realiza um leilão tradicional de LTNs, LFTs e NTN-Fs.

E os mercados hoje?

Mercados globais registram um início morno para o 2º semestre de 2021, em ambiente ainda favorável para ativos de risco, mas que resguarda incertezas tanto no campo da pandemia quanto no que diz respeito à longevidade dos estímulos econômicos. No Brasil, a política segue tomando conta do noticiário, seja pelas incertezas que rondam a reforma tributária ou pela pressão colocada no governo pelas denúncias de irregularidades na compra das vacinas. Neste contexto, antecipamos uma nova abertura de viés negativo para ativos de risco locais, que deverão seguir sem força na falta de catalizadores locais positivos e frente a mais uma manhã morna no exterior.

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