My take:

• As vendas no varejo nos EUA vieram melhor do que o esperado no headline, com avanço de 0.4% (expectativa: 0.2%)
• Temos destacado o consumidor americano como o grande sustentador do crescimento do PIB e este cenário está sendo corroborado pelos dados. Um arrefecimento intenso do consumo ocorreria com aumento do desemprego ou correção significativa dos preços de ativos.

• Com o abrandamento da retórica em volta da Guerra Comercial que vimos ao longo dos últimos dias e nossa expectativa de estabilização do crescimento americano um pouco abaixo do potencial, é de se supor que este comportamento perdurará, garantindo assim conforto ao FED na condução de uma política monetária cautelosamente proativa (i.e. cortes pontuais da taxa de juros para estabilizar o crescimento ao invés de cortes intensos para combater uma recessão).


Comentários:


• As vendas no varejo nos EUA vieram melhor do que o esperado no headline, com avanço de 0.4% (expectativa: 0.2%) na comparação mensal (MoM). O índice subjacente, que exclui carros e combustível veio abaixo do esperado em 0.1% (expectativa: 0.2%)

• Por dentro do índice, destaca-se novamente as vendas em nonstore retailers (rubrica que inclui vendas por internet), que avançou 1.62%. Apesar da forte leitura, este é o menor avanço MoM dos últimos quatro meses e a MM3M caiu de 2.03% para 1.82%. Ainda assim, na comparação anual (YoY), a MM3M passou de 4.43% para 5.28%.

• Os outros destaques positivos ficaram por conta de materiais de construção, que avançou 1.75% após avanço de 0.13% no mês passado e gastos com produtos de saúde que saiu de -0.09% para 0.74%.

• Do lado negativo, destaque para as vendas de vestuário, que mostraram queda de -0.88%, compensando a alta de 1.33% do mês anterior e móveis, que caiu -0.45% (ante leitura de 0.01% anterior).

• Em suma, observamos ainda o forte crescimento de nonstore retailers e um movimento de abrandamento de outros núcleos relevantes de vendas no varejo. A manutenção da taxa de desemprego em patamar historicamente muito baixo, junto ao avanço dos salários tem contribuído de forma essencial para a pujança do consumidor americano.

• Temos destacado o consumidor americano como o grande sustentador do crescimento do PIB e este cenário está sendo corroborado pelos dados. Um arrefecimento intenso do consumo ocorreria com aumento do desemprego (o que poderia ocorrer em consequência de uma desaceleração mais acentuada da economia) ou correção significativa dos preços de ativos impulsionado por aumento da incerteza.

• Com o abrandamento da retórica em volta da Guerra Comercial que vimos ao longo dos últimos dias e nossa expectativa de estabilização do crescimento americano um pouco abaixo do potencial, é de se supor que este comportamento perdurará, garantindo assim conforto ao FED na condução de uma política monetária cautelosamente proativa (i.e. cortes pontuais da taxa de juros para estabilizar o crescimento ao invés de cortes intensos para combater uma recessão).

Felipe Sichel,
Estrategista do banco digital Modalmais

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