“O grande debate nessa reunião será sobre manter ou abandonar o compromisso com a prescrição de normalização parcial da política monetária”
Hoje (15), o Comitê de Política Monetário (Copom) deu início a reunião para decidir a nova taxa básica de juros (Selic). Os especialistas do mercado financeiro esperam um aumento entre 0,75% e 1%, dependendo do posicionamento da autoridade monetária em relação às medidas para frear a inflação do país, que atua lmente acumula uma alta de 8,06% nos últimos 12 meses. A decisão final será nesta quarta-feira, revelando o nível de preocupação do governo com o aumento dos preços.
Para Pedro Paulo Silveira, Gestor da Nova Futura Investimentos, uma parte do mercado passou a apostar no aumento de 1% ao invés de 0,75%, contudo, o Banco Central praticamente definiu a taxa de juros de amanhã na reunião passada. “Na minha opinião, não existe espaço para ele mudar o que vai fazer amanhã, porque já tinha sido definido no comunicado passado. Na outra reunião, o Copom disse que ia fazer um ajuste com a mesma magnitude. Desta forma, podem colocar 0,75% e falar que vão abandonar o processo de normalização parcial, o que já seria o suficiente para deixar o mercado em estado de alerta. Então, eles provavelmente não vão subir tanto amanhã, mas subirão no futuro”, disse.
De acordo com Nicolas Borsoi, Economista da Nova Futura Investimentos, o Copom deve realmente subir a taxa Selic em 75 pontos-base, de 3,5% para 4,25%. “O grande debate nessa reunião será a discussão sobre manter ou abandonar o compromisso com a prescrição de normalização parcial da política monetária, entendido como levar a taxa Selic para o intervalo entre 5,5% e 6,0%. Desde a última reunião, os dados de atividade econômica, em especial o PIB do primeiro trimestre, surpreendeu as expectativas. O IPCA de maio também veio acima do esperado e mostrou uma difusão bastante significativa, demonstrando que a alta de preços está se tornando mais disseminada”, afirma.
“Apesar da queda recente na taxa de câmbio, o índice de preços no atacado (IGP-M) continua muito alto, o que d eve pressionar os valores no varejo nos próximos meses. Além disso, a reabertura tem continuado e as expectativas de vacinação estão melhorando, favorecendo o crescimento no segundo semestre. Todos esses vetores estimulam uma postura mais conservadora por parte do Copom. Porém, mais preocupante. A continuidade da alta nas expectativas de inflação, em especial a do IPCA de 2022, demonstram que o processo inflacionário continua exigindo retirada de estímulos”, explica.
O Economista completa que a opinião da corretora é que a autoridade retirará a frase de normalização parcial da decisão amanhã e pode emitir uma mensagem de maior conservadorismo na condução da política monetária, o que deve ser interpretado como uma indicação de que a taxa Selic deve terminar 2021 em torno de 6,5%. “Apesar das especulações, acreditamos ser improvável uma alta de 1,00% na reunião de amanhã, em nossa visão, uma alta de 100 pontos base seria mais provável na reunião de agosto. Se essa decisão for contemplada pelo Copom, devemos ver alguma sinalização textual na decisão de amanhã. Por fim, acreditamos que o mais provável é uma alta de 0,75% amanhã e algo similar na reunião de agosto”, finaliza.
Sobre a Nova Futura Investimentos
Sócia-fundadora da BM&BOVESPA, a Nova Futura Investimentos, foi fundada em 1983, atua nos mercados de commodities, renda fixa, renda variável e seguros. Com presença nacional, a instituição financeira conta com 21 escritórios espalhados por diversas cidades do país. Ao longo de mais de três décadas de existência, se consolidou como uma das maiores e mais independentes casas de investimentos do Brasil.
Com tradição no mercado institucional, vem se tornando referência no varejo, oferecendo a mesma qualidade já ofertada ao mundo empresarial agora também para pessoas físicas. Em 2017, confirmando a tradição de excelência, a corretora recebeu o selo Nonresident Investor Broker, que reconhece a estrutura organizacional e tecnológica especializada na prospecção de clientes, prestação de serviços de atendimento consultivo assim como execução de ordens e distribuição de produtos da BM&FBovespa para investidores não residentes.
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