🌎 CENÁRIO EXTERNO

Mais do mesmo

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Ativos de risco globais estão ensaiando mais uma manhã sem tendência bem definida, com bolsas europeias e índice futuros de NY oscilando em torno do zero a zero após uma sessão mista na Ásia. Em dia em que o noticiário não trouxe grandes mudanças de cenário, a retórica que segue regendo a dinâmica dos mercados segue sendo o debate com relação à longevidade das pressões inflacionárias no mundo desenvolvido, com foco nos EUA. De modo geral, investidores parecem ter adotado uma postura de maior cautela na medida que aguardam a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês) de maio nos Estados Unidos.

Dólar, juros e commodities

Andando juntos os juros americanos tiveram uma manhã de fechamento (rendimento da T10 opera próximo de 1,50% a.a.) e o dólar (DXY) amanheceu em queda contra os seus principais pares. Commodities também registram uma manhã mais fraca, com destaque positivo para o petróleo (Brent), que se sustenta próximo dos US$ 72,50/barril.

Novo projeto

Na noite de ontem, um grupo de parlamentares Democratas e Republicanos que têm trabalhado juntos em direção à aprovação de um pacote de infraestrutura bipartidário anunciaram um novo projeto que visa gasto de US$ 761,8 bilhões ao longo dos próximos 8 anos. Junto dos cerca de US$ 490 bilhões já previstos para serem gastos no período, o total ficaria próximo de US$ 1,2 trilhões; US$ 500 bilhões abaixo da última proposta do governo Biden, de US$ 1,7 trilhões. Em meio a um entrave nas negociações, resta saber se este projeto será bem aceito pelas lideranças de ambos os lados. O projeto deve ser analisado nas próximas semanas. Vamos acompanhar…

Na agenda

Assim como para o noticiário, o dia traz uma agenda econômica praticamente vazia, com destaque para a divulgação dos estoques de petróleo do Departamento de Energia americano (DOE) na semana passada, às 11h30.

CENÁRIO BRASIL

Guedes concede, tributária não terá grandes novidades

Tributária sem novidades

Durante evento digital realizado pela Frente Parlamentar do Setor de Serviços, o ministro Paulo Guedes (Economia) admitiu que a reforma tributária “não terá grande novidades”. É a primeira vez que Guedes abre mão da sua defesa explícita de uma reforma com escopo amplo. “Não é o momento ainda, mas nós não vamos desistir, vamos fazer em fatias, gradualmente. Vamos fazer o que é possível agora”, afirmou. Guedes também desistiu da criação do imposto sobre transações – muitas vezes comparada à antiga CPMF – que possibilitaria a redução de encargos trabalhistas e combateria o desemprego. Segundo o ministro, o foco será a “simplificação, redução de alíquotas e reduzir imposto para empresas”.

Comissão especial

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), prometeu instalar a comissão especial da reforma administrativa até o final do dia. Além de determinar os membros que representarão as várias siglas da Câmara, a instalação envolve a eleição de um presidente para o colegiado e um relator que apresentará um parecer a respeito da proposta. A comissão especial representa uma etapa crucial no trâmite de uma PEC pela Câmara; geralmente é o estágio onde as alterações mais substanciais à proposta são feitas. No caso da reforma administrativa, as discussões em torno do assunto já estão bastante maduras e, como consequência; a probabilidade de alterações que comprometam a economia da proposição são mais baixas.

MP da Eletrobras

O relator da medida provisória da Eletrobras, senador Marcos Rogerio (DEM-RO), revelou que gostaria de votar a proposta do Executivo que possibilita a desestatização da estatal até terça-feira (15/06). A intenção original do senador era votar o projeto amanhã, já que a MP perde a sua validade no dia 22/06. O demista abordou a MP em coletiva ao lado do ministro Paulo Guedes (Economia). Durante o seu pronunciamento, o senador não descartou a possibilidade de acolher emenda dos seus colegas do Senado, mas ressaltou a necessidade de “trabalhar com base no texto que veio da Câmara”.

Isolamento e a economia

Durante apresentação em evento virtual do mercado financeiro, o presidente do BC, Roberto Campos Neto; mostrou que a atividade econômica tem se tornado mais resiliente frente aos efeitos interruptores do isolamento social. “Em diferentes ondas a atividade tem reagido cada vez melhor, a economia de alguma forma se ajustou”, afirmou. Segundo o presidente do BC, como consequência deste impacto reduzido, a economia brasileira está próxima de retornar a níveis pré-pandemicos. A medidas de isolamento agora geram metade do impacto negativo que geravam no início da pandemia. Este processo é um dos fatores que explica a retomada além do esperado da atividade em 2021 e a redução do temor do mercado em torno de uma nova intensificação das medidas de isolamento.

Na agenda

Às 9h, o IPCA de maio calibra as expectativas do mercado com relação ao Copom, cujo consenso aponta para uma nova alta da ordem de 0,75 p.p. da Selic na próxima 4ªfeira. Em função do repique nos preços dos combustíveis e, principalmente, da alta dos preços de energia elétrica residencial que acompanharam reajustes e a mudança de bandeira tarifária da Aneel para vermelha 1, antecipamos uma alta da ordem de 0,70% na margem – uma aceleração relevante com relação aos 0,31% registrados em abril. Caso este resultado se concretize, a inflação acumulada em 12 meses atingirá 7,92%.

E os mercados hoje?

Mercados globais têm esboça nova sessão mista, andando de lado enquanto investidores aguardam a divulgação do IPC de maio nos EUA, que ocorre nesta 5ªfeira. No Brasil, a manhã também traz um noticiário fraco, e a agenda econômica volta aos holofotes. Como destaque, o IPCA de maio ajuda investidores a calibrarem expectativas com o comunicado do Copom na semana que vem e deve movimentar os juros na manhã desta 4ªfeira. Desta forma, esperamos uma abertura de viés neutro/negativo para ativos de risco locais, pela falta de drivers positivos e; inclusive, uma manhã mais fraca para commodities.

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