🌎 CENÁRIO EXTERNO

Yellen toma a frente no G7

Yellen toma a frente no G7

Ativos de risco globais estão iniciando a semana sem direção única, com investidores digerindo a fala de Janet Yellen, Secretária do Tesouro americana, no encontro do G7, enquanto aguardam mais um dado de inflação nos EUA. Além de reviver conversas em torno de um imposto corporativo mínimo de 15% em multinacionais, que ganhou tração entre os ministros do G7, Yellen abordou a investida do governo em aprovar pacotes fiscais ousados. Segundo a secretária do Tesouro americana, Biden deve trabalhar para aprovar seus projetos mesmo se isso resulte em pressões inflacionária mais persistentes entrando em 2022, até porque, na sua visão, um eventual ambiente de juros mais elevados seria algo favorável não só para o Fed mas para a sociedade como um todo.

Dólar, juros e commodities

Neste contexto, o juro registra leve abertura nos EUA, acompanhado de uma modesta valorização do DXY. Já para commodities, o início de semana é um de desempenhos predominantemente negativos, com baixa das metálicas e do petróleo.

Na agenda

Mais cedo, a divulgação das encomendas à indústria em abril na Alemanha veio ligeiramente abaixo das expectativas, mas o dado acabou não fazendo muito preço porque a partir de maio é que o mercado espera uma melhora mais significativa dos indicadores. Nesta direção, o índice Sentix de confiança do investidor voltou a registrar uma alta relevante em junho na zona do euro; refletindo justamente o avanço na campanha de vacinação e a redução contínua das restrições de mobilidade. À tarde (16h), o Federal Reserve divulga os dados de crédito ao consumidor em abril (est.: US$ 22 bi).

Na semana

Nos próximos dias, a agenda segue carregada: na 3ªfeira, o investidor recebe a produção industrial alemã em abril, o índice Zew de expectativas na economia europeia referente a junho, uma nova leitura do PIB europeu no 1º tri/21, a balança comercial americana de abril, e os índices de inflação ao consumidor e ao produtor em maio na China. Na 4ªfeira, o destaque fica com a balança comercial alemã em abril e os estoques de petróleo bruto do Departamento de Energia dos EUA na semana passada. Na 5ªfeira, além da decisão de política monetária do Banco Central Europeu; o investidor recebe os dados de inflação a consumidor (CPI) em maio e os novos pedidos de auxílio desemprego na semana passada nos Estados Unidos. Por fim, o índice de confiança do consumidor de junho da Universidade de Michigan fecha a agenda na 6ªfeira.

CENÁRIO BRASIL

CPI da Covid recebe o Governador Wilson Lima

Governador na CPI da pandemia

Durante a semana, os integrantes da CPI da pandemia continuarão desconstruído a reação do governo à crise sanitária ao vivo nos canais de assinatura, mas nesta quinta-feira os aliados do governo finalmente poderão avançar a bola além da linha do meio de campo e mudar o foco das investigações para os governadores. Neste dia, a CPI recebe o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC); que se tornou alvo de uma investigação da PF que apura gastos supostamente fraudulentos do seu estado relacionados à crise sanitária. O governador é um aliado de Bolsonaro, então ainda não está claro se os senadores da base do governo pretendem priorizar o vínculo do governador com o presidente ou a oportunidade de migrar o desgaste televisado do governo federal para os entes inferiores.

Queiroga II

Antes disso, na terça-feira, a comissão recebe o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que na sua primeira visita ao colegiado conseguiu defender uma abordagem cientifica da pandemia (máscaras, distanciamento e vacinas) sem assoprar as crescentes chamas críticas contra o presidente Bolsonaro.

MP da ELETE

Além da CPI, o Senado deve se ocupar com a análise da medida provisória que possibilita a desestatização da Eletrobras. Na semana passada, foi anunciado pelo Valor que alguns senadores temem que o público associe a venda da participação do governo na estatal com a alta prevista no preço da eletricidade – algo que, na verdade, ocorrerá em função da necessidade de acionar usinas termelétricas devido à crise hídrica.

Votação na quinta-feira

Apesar da relutância associada à crise hídrica, a expectativa é que o relator da proposição, senador Marcos Rogerio (DEM-RO); apresente o seu parecer na quarta-feira, possibilitando a votação da MP em plenário no dia seguinte. Caso o seu parecer altere o projeto que foi aprovado pelos deputados; a MP ainda terá de retornar à Câmara para uma última votação em plenário antes da sua data de expiração (22/06).

Reforma administrativa

Enquanto o Senado continua dominando os holofotes, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), avança a reforma administrativa. A expectativa é que Lira, junto às lideranças da Casa baixa, defina e divulgue o cronograma da reforma em algum momento durante a semana. A reforma ainda aguarda a formação de uma comissão especial; que requer a nomeação de 34 membros titulares para que seja realizada a análise do mérito da proposta.

Na agenda

Como de costume, a agenda desta 2ªfeira traz o boletim Focus do Banco Central, às 8h30, e a balança comercial da Secint, às 15h. Nos próximos dias, o destaque ficará com a inflação, com o IGP-DI de maio o previsto nesta 3ªfeira e o IPCA do mesmo mês nesta 4ªfeira. Na fronte da atividade, o investidor recebe as vendas no varejo em abril na 3ªfeira e o volume de serviços na 6ªfeira.

E os mercados hoje?

Mercados globais têm manhã mista, sem grandes oscilações; enquanto investidores digerem fala de Janet Yellen durante encontro dos ministros econômicos do G7 neste final de semana. No pano de fundo, o debate com relação à longevidade da inflação nos EUA segue viva, com mais um dado relevante de inflação (CPI) previsto para sair nesta 5ªfeira. No Brasil, o mercado acompanha o Senado, que deve começar a avaliar a MP da Eletrobras enquanto passa a ouvir governadores na CPI da Pandemia, e a Câmara, que deve estabelecer um cronograma para a avaliação da Reforma Administrativa em Comissão Especial. Desta forma, em manhã de poucas novidades, esperamos um dia de viés neutro/negativo para ativos de risco locais; que terão desempenhos condicionados ao humor externo na falta de drivers relevantes em âmbito local pela manhã.

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