🌎 CENÁRIO EXTERNO
Risk-on
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Ativos de risco estão iniciando mais um dia em tom positivo, com o otimismo dos investidores pautado em mais uma leva de dados econômicos fortes que atestam para uma retomada mais rápida da economia mundial. Na zona do euro, o PMI/Markit industrial voltou a renovar a máxima história (63,1 ante 62,9 em abril) e a taxa de desemprego voltou a cair em maio (8,0% ante 8,1% em abril), enquanto o PMI de manufatura do grupo Caixin trouxe uma nova alta das condições operacionais do setor industrial na China. Paralelamente, a alta dos índices de atividade e emprego vieram acompanhados de novas leituras de pressão sobre os preços, tanto nas pesquisas dos PMIs como na leitura do Índice de Preços ao Consumidor na zona do euro, onde a inflação avançou para 1,6% a/a em abril ante uma leitura de 1,3% em março. Neste cenário de menor aversão ao risco, apesar de uma ligeira alta nos juros americanos, o dólar registra nova desvalorização no mercado internacional (DXY). Enquanto isso, commodities voltam a se beneficiar das expectativas de crescimento, com destaque para o petróleo, que busca os maiores patamares desde 2018 após a OPEP+ prever que a demanda deve enxugar os estoques no 2º semestre do ano – a cúpula se reúne hoje para definir o futuro da produção da comodity.
Mais agenda
Assim como foi na zona do euro, o investidor recebe as leituras finais dos PMIs industriais nos EUA, com o IHS Markit e o ISM previstos para divulgarem os seus índices às 10h45 e 11h, respectivamente. Na mesma hora (11h), o Fed de Dallas divulga a sua sondagem industrial e o escritório do Censo divulga os gastos com construção para o mês de abril. Na fronte da política monetária, o mercado deve acompanhar as falas de Randal Quarles (11h) e Lael Brainard do Fed (15h), além de Andrew Bailey do BCE (12h).
CENÁRIO BRASIL
Presidente do Senado questiona compromisso de Bolsonaro com a Reforma Administrativa
Segundo o Estadão
O presidente Bolsonaro não trabalhará em prol da aprovação da reforma administrativa. O ministro Paulo Guedes informou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que o presidente “não quer a aprovação da proposta”; apesar da reforma, que altera as regras do funcionalismo, ter sido enviada ao Congresso pelo próprio Executivo. Pacheco criticou publicamente a postura do presidente ontem em uma declaração feita em evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI). “Há o compromisso do Poder Executivo com a Reforma Administrativa? Esse é um questionamento que precisamos fazer… Se há vontade de fazer uma reforma administrativa em um ano pré-eleitoral ou não”, afirmou.
Segundo o jornal Valor
O governo solicitou conselhos de Pedro Parente, ex-ministro da Casa Civil no governo Fernando Henrique, em torno da reação mais apropriada frente a crise hídrica que vem se concretizando após meses com níveis de chuva aquém do esperado. Parente foi uma das lideranças do governo FHC que enfrentou a crise hídrica de 2001. Segundo o ex-chefe da Casa Civil, o atual ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, diagnosticou o problema da seca corretamente. Ontem, Albuquerque culpou “mudanças climáticas” pelo contexto desafiador, mas especialistas alegam que o ministro implementou medidas que preservariam a água disponível para hidrelétricas em momento muito tardio.
Segundo levantamento do Poder360
Maio foi o primeiro mês em que a maioria dos internados em UTI pelo Covid -19 não eram idosos. No mês, 55,8% dos internados estão entre as idades de 30 e 59 anos. Em abril, esse mesmo grupo representava 44,9% dos que precisavam de tratamento intensivo. O mesmo levantamento também revelou que maio foi o mês com o menor número de internações (18.132) desde outubro de 2020 (15.088). Ederlon Rezende, médico intensivista e coordenador do Projeto UTIs Brasileiras; interpretou os dados como resultado do avanço da campanha de vacinação e da reabertura da economia. Até o momento, 86% dos idosos já receberam 1 dose dos imunizantes e outros 48% estão completamente imunizados. Rezende também destacou que, com a abertura, é natural que “as pessoas que mais se expõem, mais saem de casa, são aqueles abaixo dos 60 anos”.
Na agenda
Às 9h, o IBGE divulga o resultado do PIB no 1º trimestre de 2021 e o índice de preços ao produtor no mês de abril. Com relação ao 1º, esperamos uma alta da ordem de 0,6% no trimestre (+0,1% a/a), resultado da maior resiliência apresentada pela economia frente à chegada da 2ª onda em março. Caso este dado se confirme, ele corroboraria as recentes altas das projeções verificadas no Focus desta 2ªfeira; colocando a economia em curso para crescer mais de 4,0% no ano. Ainda pela manhã, o mercado recebe o PMI industrial de maio, às 10h, e um leilão de NTN-Bs do Tesouro nacional, às 11h30. Já na parte da tarde, o destaque fica com a balança comercial de maio (est.: +R$ 9,0 bi).
E os mercados hoje?
Mercados globais ensaiam nova sessão favorável para ativos de risco na manhã desta 3ªfeira; pautada no otimismo com o ritmo de retomada da economia global após uma nova série de dados econômicos fortes. Destacamos também um movimento forte de alta das commodities; com o petróleo buscando as máximas desde 2018 antes de mais uma reunião da cúpula da OPEP+. No Brasil, a divulgação do PIB no 1º tri/2021 deve reger a manhã na medida em que o mercado digere um novo boato sobre a resistência do presidente a avanços da reforma administrativa. Desta forma, em linha com um ambiente de menor aversão ao risco generalizado, esperamos mais uma abertura favorável para ativos de risco brasileiros.