O fundador da Marfrig, Marcos Molina está sendo acusado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por uso de informação privilegiada. O regulador entende que Molina utilizou informações ainda não divulgadas para comprar ações do próprio frigorífico antes de a empresa anunciar a aquisição do controle da National Beef, em 2018.
A Superintendência de Processos Sancionadores (SPS) considerou o ato de Molina realizou insider trading enquanto presidente do conselho de administração da Marfrig e participava das negociações para a compra.
Guilherme Aguiar, superintendente afirmou em relatório que “Essa posição de privilegiada assimetria informacional impõe aos administradores a vedação da negociação com ativos de emissão da companhia enquanto o desenvolvimento de negociação relevante não for adequadamente comunicado ao mercado”.
Por outro lado, o executivo afirmou que que não houve operação irregular. Molina informou, em nota, que não realizou operações com ações entre 6 de março de 2018 a 9 de abril de 2018; na época em que o fato relevante sobre a operação veio a mercado, cumprindo seus deveres fiduciários para com a Marfrig. Ele ainda afirma que não houve um diálogo constante entre a Marfrig e a Leucadia, ex-dona da National Beef; que levasse à evolução das negociações entre as duas companhias.
De acordo com nota, a negociação que resultou na compra do controle da companhia só foi possível após a aprovação do empréstimo-ponte feito pelo Rabobank NY, em março de 2018.
Impacto: Marginalmente negativo. Apesar das acusações por parte da CVM, que poderá, no curto prazo, causar uma possível turbulência nos papeis da Marfrig; o efeito não deve ser duradouro, tampouco afetar os fundamentos da empresa.