Com a piora do cenário sanitário nos primeiros meses do ano, ficou claro que mais estímulos e auxílios (pelo lado monetário) ainda seriam necessários

Nesta terça-feira, dia 4 de maio, o Copom (Comitê de Política Monetária) está dando início a reunião para decidir a nova Selic (taxa básica de juros), que encontra-se atualmente em 2,75% ao ano. Segundo especialistas do mercado financeiro, a expectativa é que o índice tenha uma alta em torno de 0,75%, puxada principalmente pelo aumento da inflação e o agravamento do cenário pandêmico causado pelo novo coronavírus (covid-19).

Segundo Matheus Jaconeli, Economista da Nova Futura Investimentos, a perspectiva é que o Banco Central realize um aumento de 0,75% na Selic, de modo que ela chegue a 3,5% ao ano. “Juntamente com o aumento, a autoridade monetária tende a adotar um tom altista, embora o hiato do produto ainda esteja elevado. O aumento da inflação e o balanço de riscos atrelados aos receios em torno dos possíveis ruídos políticos envolvendo o governo, contaminando a credibilidade da aplicação da política fiscal, serão fatores importantes para a condução da polític a monetária ao longo do ano. Todavia, a sinalização reformista do congresso pode ser um fator mitigador de tal risco”, afirma.

“Com os dados atuais de inflação e da ativ idade, o aviso do Banco Central dado na última reunião do Copom deve se materializar. Deste modo, a taxa básica de juros provavelmente vai subir 0,75% amanhã. As dúvidas do cenário prospectivo ainda sugerem que o tom da autoridade será de cautela, com peso m ais elevado nas expectativas para 2022″, disse Pedro Paulo Silveira, Gestor da Nova Futura Investimentos.

Para Vitor Noronha, CEO e Planejador Financeiro d a K1 Capital Humano, a aceleração inflacionária expressa pelo IPCA, causada entre outros fatores pela valorização do dólar no ano passado, fez com que o Banco Central trouxesse de volta para o centro da discussão o controle inflacionário que andava meio de lado devido aos estímulos fiscais e monetários conduzidos pelo governo para amenizar os efeitos da pandemia. “Com a piora do cenário sanitário nos primeiros meses do ano, ficou claro que mais estímulos e auxílios (pelo lado monetário) ainda seriam necessário s. Assim, a expectativa de que a inflação poderia arrefecer caiu por terra fazendo com que o BC mudasse o tom e antecipasse o processo de normalização da taxa de juros a partir de fevereiro. De lá para cá, a expectativa do mercado foi revisada para cima várias vezes. Aqui na K1 Capital Humano, trabalhamos com uma expectativa na casa de 5,5% a 6% a.a. até o fim do ano, com uma alta de 75 pontos-base na próxima reunião, fazendo com que a taxa atinja o patamar de 3,5%”, explica.

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