Estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) projeta crescimento de 0,4% do PIB per capita, por ano, com a eventual entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
De acordo com dados analisados e fornecidos pelo Banco Mundial; caso a candidatura do Brasil seja aceita e confirmada, os estímulos em fluxo de capital devem impulsionar a atividade de comércio exterior. O crescimento econômico previsto é de aproximadamente US$ 7 bilhões anuais em geração de bens e serviços.
Entre os principais benefícios econômicos listados, os pesquisadores avaliam que a eventual entrada do Brasil na OCDE pode alavancar o processo de abertura para a economia global. O estudo destaca a possibilidade de contribuir para o aumento do superávit e ampliar a captação de novos investimentos externos no país. Além disso, o processo pode impulsionar a participação de cadeias produtivas globais; bem como a realização de novos acordos de cooperação com organismos internacionais como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A edição especial da Revista Tempo do Mundo traz indicadores que analisam os impactos econômicos gerados em países membros da OCDE. Os dados verificados pela economista Catalina Crane Arango, no estudo O Caminho da Colômbia para a OCDE, apresentam um diagnóstico sobre os resultados observados após o ingresso do país na entidade. As análises confirmam a previsão de benefícios econômicos estimados, como a redução de 36,9% das barreiras tarifárias; resultando em acréscimo de 1,8% no comércio interno no período entre 2015 e 2019. A mesma tendência de alta e de ganhos para a balança comercial foi observada nos casos da Hungria, Polônia e República Eslava, após estes países terem ingressado na OCDE.
Na avaliação de Pedro Silva Barros, pesquisador do Ipea e editor da Revista Tempo do Mundo; os estudos publicados contribuem para fortalecer o diálogo entre acadêmicos e executores de políticas públicas sobre a possível entrada do Brasil na OCDE. “Os dados, em conjunto com a pluralidade de abordagens presentes na publicação; ajudam a avaliar os potenciais benefícios, custos e desafios para o país, caso a entrada na OCDE venha de fato a ocorrer”, observou.
Atualmente, além do Brasil, Argentina, Bulgária, Croácia, Peru e Romênia também pleiteiam a acessão à OCDE. A entidade conta atualmente com 36 membros; e o aumento no número de candidaturas fez a OCDE buscar a definição de novos critérios para a aceitação de candidaturas. O Brasil apresentou formalmente sua candidatura em 2017 com o objetivo de implementar avanços na agenda de política econômica externa.