O setor de infraestrutura terá uma maratona de leilões em abril, a Infra Week. Só nesta semana, serão realizadas três concorrências: de 22 aeroportos; da Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol) e de cinco terminais portuários. Juntos, os projetos devem contratar R$ 10 bilhões em investimentos.
Até o fim do mês, também estão marcadas outras três licitações: das linhas 8 e 9 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), da BR-153 (entre Goiás e Tocantins) e dos quatro blocos de concessão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae).
De acordo com o Valor Econômico, no caso dos leilões programados para o fim do mês, há chance de atrasos por eventuais questionamentos e liminares judiciais, que são habituais. A concessão da Cedae, por exemplo, é vista como um alvo certo. Mesmo com os riscos, a expectativa é que a cifra de investimentos contratados em abril chegue a R$ 20 bilhões.
Embora cada leilão tenha um contexto particular, de modo geral, a expectativa é que todas as licitações tenham ao menos um interessado. Alguns dos ativos devem ser alvo de disputa acirrada, embora, com o cenário de crise e pandemia, a tendência seja de ágios mais contidos.
“Estamos bastante animados. É claro que a pandemia afetou, é por isso que adiamos alguns leilões, que teriam ocorrido no ano passado, e revisamos os estudos. Mas infraestrutura é longo prazo, são contratos de 30, 35 anos”, afirma Natália Marcassa, secretária de Fomento, Planejamento e Parcerias do Ministério de Infraestrutura.
“Não vemos risco de algum leilão dar ‘vazio’, mas ainda não conseguimos medir o nível de concorrência”, diz ela.
Infra Week
Conforme o jornal, o primeiro leilão da sequência será realizado na quarta-feira (7), com a concessão de três blocos de aeroportos federais – os lotes Sul, Norte e Central. Apesar de o setor aéreo ser um dos mais impactados pela atual crise, analistas projetam interesse em todos os blocos ofertados. O lote Sul, liderado pelo aeroporto de Curitiba, é visto como o mais
No dia seguinte, na quinta (8), será feito o leilão do primeiro trecho da Fiol, entre Caetité (BA) e Ilhéus (BA). O ativo não deverá ser alvo de grande concorrência. O principal – e, possivelmente, único – candidato à concessão é a Bahia Mineração (Bamin), empresa do grupo Eurasian Resources Group, do Cazaquistão.
Desde a concepção do projeto, a mineradora é apontada como principal interessada, porque a viabilidade econômico-financeira da Fiol (neste trecho até Caetité) depende quase exclusivamente da carga da companhia, que opera uma mina de ferro na região.
Além da Bamin, chegaram a analisar o ativo grupos chineses e outros operadores mais tradicionais de ferrovias. Para esses grupos, um dos atrativos seria a perspectiva de que, no futuro, outros dois trechos da Fiol deverão ser licitados, o que significaria uma gama maior de cargas e uma conexão com o trecho central da Ferrovia Norte-Sul, da Rumo.
A semana termina com mais um leilão, na sexta-feira (9), de quatro terminais no porto de Itaqui (MA), destinados a granéis líquidos, e um terminal de carga geral no Porto de Pelotas (RS).
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