Você já ouviu falar em ecofeminismo? Como a própria palavra sugere, trata-se de uma vertente do movimento feminista que agrega à luta de mulheres a defesa da preservação ambiental. E aqui reproduzimos uma publicação feita pelo GreenMe.com.br, um site de informação sobre meio ambiente e saúde, criado para levar ao grande público, a consciência de que um mundo melhor é possível, através de um comportamento respeitoso com todas as formas de vida.

O que é o ecofeminismo?

É preciso entender o ecofeminismo a partir de uma perspectiva integrativa de fatores sociais, econômicos, culturais e biológicos que visa ao equilíbrio do ser humano com o meio natural, no lugar de ele dominar e explorar a natureza e as formas de vida.

As mulheres são as mais engajadas na defesa ambiental, sendo que os homens são os principais devastadores da natureza. Segundo o Politize, um relatório divulgado pelo Fundo para População das Nações Unidas mostra que as mulheres mais pobres de países menos desenvolvidos são as as mais afetadas pelo clima, embora sejam as que menos contribuam para o aquecimento global. As mulheres também têm um papel menor na contaminação e destruição dos ecossistemas.

Sendo as mais afetadas pela ação dos homens, as mulheres decidiram colocar o meio ambiente na pauta do feminismo, dado que há uma relação entre a degradação ambiental e as violências contra a mulher.

A luta do ecofeminismo busca ampliar os direitos das mulheres a partir da construção de um mundo mais sustentável. A articulação dos temas ambientais às questões de gênero mostra como o capitalismo e o patriarcado são os grandes responsáveis pela destruição do planeta, pois estão organizados para dominar e subordinar os “mais fracos”, ou seja, as mulheres e os recursos naturais.

Comunidades de resistência

Mulheres indígenas, latino-americanas e africanas já praticam o ecofeminismo. Algumas delas nem sequer sabem que existe um conceito para explicar as suas formas de vida.

Para a teóloga ecofeminista Mary Judith Ress, o ecofeminismo, na América Latina, é mais um movimento cultural do que político. O campo teológico, por exemplo, entende o  ecofeminismo da perspectiva de que as mulheres e a terra são fontes da vida, não recursos dos quais se pode aproveitar e explorar.

Ao IHU Online, a teóloga disse que o ecofeminismo na região é vibrante e atrai cada vez mais mulheres, porque existe uma espiritualidade forte que relaciona a natureza e os seus ciclos com as comunidades de vida.

As propostas do ecofeminismo

As ecofeministas propõem a construção de um outro mundo em que a vida seja tratada pelas sociedades contemporâneas em sua relação vital com a natureza.

Para isso, seria preciso reconfigurar o sistema capitalista, construindo uma alternativa para relacionarmo-nos com a natureza.

Algumas ações para atingir esse fim são:

  • direitos sexuais e reprodutivos;
  • urbanismo feminismo;
  • agricultura e produção de alimentos livres de agrotóxicos;
  • conservação e preservação de ecossistemas;
  • migração para formas de energia limpa; e
  • eliminação da produção excedente e, consequentemente, do consumismo.

O ecofeminismo é uma proposta urgente de vida que precisa ser adotada para que possamos (con)viver de forma harmônica entre nós e com o meio ambiente.

A pandemia mostrou a urgência desse projeto com a interferência humana sobre o meio ambiente e o quanto as mulheres se tornaram mais vulneráveis, uma vez que foram as mais afetadas pelo desemprego e pelo aumento da violência doméstica.

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